15º FGT: sabores, encontros e reencontros marcam primeira noite do Festival
Cozinha Show, grande palco da festa, recebeu a chef Kátia Barbosa, além dos palmenses Helves Frank e Robert Sparenberg Neto
Noite de reencontros e novos encontros, de rever amigos e fazer novas amizades, de experimentar novos sabores e lembrar como é bom poder voltar ao convívio social, após tanto tempo de distanciamento. Assim foi a primeira noite do 15º Festival Gastronômico de Taquaruçu, que em seu debut tem também a responsabilidade de ser o evento teste da Prefeitura de Palmas, no momento em que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) começa a recuar.
O evento foi aberto no espaço denominado de Cozinha Show, que deve ser o grande palco da festa, nesta edição. E coube a Maria do Socorro Nascimento Cavalcante, 62 anos, moradora de Taquaruçu e dona de uma barraca de alimentos regionais, o pontapé inicial ao 15º FGT. E o mesmo palco ainda recebeu os dois chefs palmenses Helves Frank e Robert Sparenberg Neto, além da atração nacional e grande estrela da noite, a Chef Kátia Barbosa.
Maria do Socorro apresentou o prato Maria Caju, receita da tradicional Maria Izabel, ou galinhada, adaptada ao modo vegano e que no lugar das carnes de gado ou ave, usa a ‘carne de caju’. “É uma receita muito saborosa, nutritiva e saudável, ideal para quem está na terceira idade. Esta é minha segunda participação e a receita busca valorizar o caju, uma fruta do Cerrado, como alternativa à carne”, explicou.
A cozinheira acrescentou que outra vantagem é que a iguaria pode ainda reduzir os custos com alimentação. “Hoje a carne está muito cara e esta receita é uma opção muito boa”, afirmou.
A quituteira também tem uma barraca no Festival, onde oferece outros pratos que levam ingredientes do Cerrado em suas receitas. Ela é ainda membro do grupo da terceira idade do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Taquaruçu e foi prestigiada por suas colegas e pela coordenadora do grupo, a assistente social Lília Xavier, 40 anos.
A idosa Maria Batista da Silva, 74 anos, estava ansiosa pela apresentação da colega do Cras, expectativa pela também beneficiária do Centro, Ritinha Rocha da Silva, 69 anos, que além de prestigiar Maria do Socorro, também ficou muito feliz com a possibilidade de ver pessoalmente seu ídolo das cozinhas, a Chef Kátia Barbosa.
Kátia Barbosa
E a ansiedade de fã logo foi recompensada com um caloroso encontro, quando a estrela da noite resolveu conhecer a culinária local em um passeio pela rota gastronômica. Nesse momento Kátia atendeu a fã e falou sobre sua impressão sobre a cozinha palmense.
Pela primeira vez no Estado, a chef internacional contou que estava conhecendo os sabores tocantinenses. “Eu não conhecia nada de comida do Tocantins, mas estou impressionada. Os cheiros são maravilhosos e os sabores são incríveis. Minha expectativa é a melhor possível.”
Sobre a cidade, Kátia disse que apesar de ter tido pouco tempo, deu pra conhecer o Lago de Palmas e falou que o clima quente não chega a ser um problema. “Venho do Rio (de Janeiro) que também é uma cidade quente, só que lá temos mais brisa”, comparou.
Sobre o prato apresentado, bolinho de feijoada, a chef falou que nesta semana ele foi reconhecido como patrimônio imaterial da cidade do Rio Janeiro e explicou que resolveu apresentá-lo para que as pessoas se inspirem e possam explorar os ingredientes locais. “Quem sabe daqui sai uma receita que todo mundo ame e se torne patrimônio do estado e da cidade”, desejou, acrescentando que os festivais gastronômicos são trocas. “A gente traz um pouquinho, leva um montão e essa é a história da culinária nacional.”
A receita do bolinho de feijoada apresentada por Kátia no 15º FGT já foi levado a eventos gastronômicos de todas as partes do mundo, a exemplo o Uruguai (América do Sul), Dinamarca, França, Inglaterra e Portugal (Europa), Cabo Verde (África), China (Ásia) dentre outros. Ao final da apresentação, as iguarias foram distribuídas ao público para degustação.
Chefs palmenses
A cozinha show ainda recebeu os chefs Helves Frank e Robert Sparenberg Neto para uma batalha gastronômica. Eles tiveram que fazer em uma hora uma receita tendo como ingrediente base o pirarucu.
Neto considerou que a participação no 15º FGT foi recompensador. “A culinária tocantinense é muito especial e poder usar minha experiência profissional é totalmente gratificante”, afirmou.
Já Helves Frank confessou estar emocionado com o Festival Gastronômico de Taquaruçu. “É um bom momento para a gente difundir nossas riquezas gastronômicas, que são muitas e nem sempre aproveitamos bem”, avaliou.
O presidente da Agência Municipal de Turismo (Agtur), Márcio Neres, explicou que para a realização desta edição foi demandado muito empenho e comprometimento, mas que não poderia deixar de acontecer. “São 15 anos do Festival e estamos vivendo ainda uma pandemia. Não podemos ainda retomar 100%, mas atendendo as recomendações e protocolos de saúde, estamos realizando um evento seguro e para acolher a todos que venham prestigiar”, explicou.
Segundo Neres, a expectativa é que o 15º FGT receba um público de três mil pessoas por noite. O Festival foi organizado com respeito às normas sanitárias vigentes, com redução no número de barracas, o que garantiu mais espaço para circulação do público. Na entrada da rota gastronômica é exigido o passaporte sanitário atualizado. E para quem não está em dia com a vacinação, é possível imunizar-se no posto da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), instalando na entrada da rota.