
Profissionais da área de saúde, acadêmicos e sociedade civil de várias regiões do País participam do Congresso sobre Hanseníase em Palmas
O 15º Congresso Brasileiro de Hansenologia começa nesta terça, 13, e segue até sábado, 17
Promover
o debate, troca de experiências e conhecimento técnico científico é a proposta
do 15º Congresso Brasileiro de Hansenologia que acontece a partir desta
terça-feira, 13, e segue até sábado, 17, em Palmas, reunindo profissionais da
área de saúde de várias partes do País, acadêmicos e movimento sociais ligados à
causa da hanseníase.
O
evento, que terá mais de 100 palestrantes de renome nacional e internacional, é
uma realização da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) com o apoio da
Prefeitura de Palmas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e da
Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp). A abertura oficial será na
quinta-feira, 15, às 18 horas, no Centro de Convenções Arnaud Rodrigues.
“A
programação do congresso é baseada nos problemas mais graves que temos
percebido ao longo dos anos. Incluímos mais mesas com colegas das áreas de
atuação da SBH, em especial a infectologia e a neurologia, além da
reumatologia. Esperamos trazer com isso mais luz ao diagnóstico da hanseníase
dentro destas diferentes áreas, além de podermos entender melhor as
dificuldades que os colegas têm em relação à hanseníase”, ressalta o presidente
da SBH, Cláudio Salgado, lembrando que durante o congresso será comemorado os
70 de SBH.
O
secretário municipal de Saúde, Daniel Borini Zemuner acredita que o conhecimento
contribui de forma eficaz para o enfrentamento da doença. “A hanseníase é vista
ainda com muito preconceito e não deveria ser assim, pois é uma doença que tem
cura e o tratamento é gratuito e ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Então quanto mais falarmos com a sociedade e preparar nossos profissionais para
fazer o diagnóstico precoce, melhor será nossa atuação no enfrentamento e
controle da hanseníase”, ressalta.
O Congresso
A
programação inicia nesta terça, 13, com o Curso Preparatório para a Prova de
Título de Suficiência em Hansenologia, das 8 às 18 horas, no Instituto Vinte de
Maio (IVM). Na quarta, 14, acontecem os cursos pré-congresso e a prova de
título dividida entre prova teórica pela manhã e prova prática à tarde, ambas
no IVM.
Na
quinta, 15, a avaliação oral acontece pela manhã no Centro de Convenções Arnaud
Rodrigues; à tarde segue com cursos na área de hansenologia; e às 18 horas,
acontece a abertura oficial com palestras focando a situação da hanseníase em
Palmas, Tocantins e no Brasil e o papel da SBH no controle da doença no país.
Na
sexta e sábado, 16 e 17, o evento terá apresentação de trabalhos científicos e
diversas mesas redondas abordando desde a abordagem para o diagnóstico aos
entraves para enfrentamento da doença, prevenção de incapacidades, exames,
medicamentos, entre outros. A programação completa pode ser conferida aqui.
O
15º Congresso Brasileiro de Hansenologia tem o patrocínio da The Novartis
Foundation e conta com o apoio da Prefeitura de Palmas por meio da Semus e da
Fesp, da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Organização Mundial da
Saúde – Escritório Regional para as Américas, Ministério da Saúde e da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Cenário da hanseníase
no Brasil
Tocantins,
Pará, Mato Grosso, Maranhão, Roraima e Mato Grosso do Sul são os estados
brasileiros com os maiores índices de hanseníase. A Organização Mundial de
Saúde (OMS) entende que a doença está sob controle em uma região com “até” 1
caso/10 mil habitantes de prevalência. Porém, a SBH alerta que existe uma
endemia oculta no Brasil – o número de doentes pode ser de três a cinco vezes
maior que os dados oficiais.
O
protagonismo de Palmas na luta contra à hanseníase agora serve de modelo para
outros 20 municípios brasileiros que são acompanhados de perto pelo Ministério
da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e com recursos da Fundação
Nippon (Japão).
Na
Capital do Tocantins, a cada novo caso descoberto, o início do tratamento é
imediato e todos os familiares e pessoas que convivem diariamente com o
paciente são avaliados, pois caso tenham a doença também iniciam o tratamento,
quebrando assim a cadeia de transmissão. O diagnóstico e tratamento podem ser
feitos em todos os 34 Centros de Saúde da Comunidade.