
Paisagismo natural do Cerrado encanta Capital com várias flores e cores
Até setembro é possível observar também a floração das árvores do cerrado
Desde julho, o Cerrado vem se transformando e os palmenses podem
desfrutar das floradas da vegetação que têm características muito singulares
nessa época do ano. Até o final de setembro ainda há muito espetáculo para ver
com a floração dos ipês-amarelos, brancos e roxos, dos pequizeiros, acácias
amarelas, sucupiras, os cega machados, flamboyants e muitas outras.
Em Palmas atualmente nos parques e avenidas, mesmo com o período de
estiagem, as flores do Cerrado começam a desabrochar, embelezar e encantar os
apreciadores das belezas naturais. Os primeiros a florir são os ipês e
pequizeiros, colorindo a cidade e gerando beleza, até mesmo quando olhamos para
o chão.
Segundo o biólogo da Universidade Federal do Tocantins, Rodney Viana, a
floração do Cerrado nessa época de seca, nada mais é que uma estratégia de
sobrevivência, eles perdem todas as folhas e somente as flores aparecem,
atraindo assim mais polinizadores e consequentemente o aparecimento dos frutos.
“Os ipês usam esse período de estiagem para produzir flores e depois
frutos, para no período de chuva dispersar as sementes, hora que necessita da
água para germinar e assim sobreviver”, disse.
O Cerrado no Tocantins ainda é a área mais preservada do País, explica
Viana, e que o mesmo se encontra numa área importante entre a Amazônia,
Caatinga e áreas alagáveis próximo do Pantanal, região da Lagoa da Confusão, o
Bico do Papagaio e o Jalapão, e por isso apresenta uma maior quantidade de
espécies, aumentando a quantidade do bioma como um todo.
Essa estratégia de sobrevivência promove, para Palmas em especial, um
espetáculo de cores que agrada toda à população. A bacharel em Direito,
Nathália Leão, ressalta que gosta bastante, porque além de ser uma época bonita
é também um lembrete de que o Cerrado é resistente. “Não se trata de uma
vegetação pobre como por muito tempo pensaram. O único pesar são as queimadas”,
completou.
Mas também já é possível apreciar muitas outras flores e sabores, os
cajus estão por toda parte, as flores das mangas já antecipam seus cachos. O
roxo dos cega machados e sucupiras estão florescendo, basta parar e olhar.
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Cerrado é uma das
35 regiões com maior diversidade biológica da Terra, e o segundo maior bioma da
América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km². A sua área incide sobre os
estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo, Distrito Federal, Amapá,
Roraima e Amazonas.
Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores
bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e
Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua
biodiversidade. No Tocantins, o bioma abriga grandes reservas de água
subterrânea e é berço da Bacia Hidrográfica Tocantins-Araguaia, um dos
principais propulsores do desenvolvimento social e econômico do Estado e que
necessita de cuidados para evitar extinção de espécies.
O Centro Nacional de Conservação da Flora, integrado ao MMA, destaca que
na natureza tudo está integrado. Não se salva uma planta se não se preservar o
seu habitat. Por isso em Palmas, a Prefeitura tem feito sua parte, inclusive
nesse período de estiagem com a limpeza pública que tem intensificado os
serviços de roçagem e limpeza das quadras, avenidas e áreas públicas da
Capital, com manutenção dos parques e jardins para conservar a natureza e a
beleza da vegetação do Cerrado.
Recentemente aconteceu na programação do Agosto Verde 2018, o Dia
Técnico sobre recuperação natural dos solos do Cerrado na região Coqueirinho.
Na ocasião foram abordados temas como prevenção de queimadas, desmatamento,
água, vegetação, matas ciliares e recuperação de áreas desmatadas com intuito
de preservar o bioma.
Paisagismo na Capital
Preocupada em recuperar, manter e preservar as características do
Cerrado na Capital, a Prefeitura de Palmas ao longo dessa última gestão,
arborizou áreas disponíveis em escolas e suas proximidades, propiciando
conforto térmico e outros benefícios provenientes da cobertura vegetal. Com
este objetivo, o projeto Pé de Sombra já plantou 1805 mudas de árvores nativas
e frutíferas nas regiões Centro, Sul e Norte do Município, propiciando a
formação de arvoredos em locais parcial ou totalmente desmatados.
O trabalho teve início com o levantamento das condições de cada lugar,
para definição da quantidade e espécies mais adequadas de acordo com os
critérios do Plano de Arborização de Palmas. O plantio também tem sido feito
contemplando as melhores condições para o desenvolvimento e formação da planta,
como dimensões da cova, adubação química e orgânica e, sobretudo, a época do
plantio, coincidente com o período chuvoso.
Na região Norte, foram 940 mudas plantadas em 16 escolas e centros de ensino, além de suas adjacências como calçadas e praças. Na região Sul, incluindo os distritos de Taquaruçu e Buritirana, foram mais 706 mudas com 20 escolas beneficiadas. No Centro, região que abriga o maior número de unidades de ensino da rede municipal, já foram contempladas seis das 32 escolas, em um total parcial de 159 mudas plantadas. O trabalho de plantio é desenvolvido em parceria entre a Fundação de Meio Ambiente e as Secretarias Municipais de Infraestrutura e de Educação. Todas as mudas são produzidas no Viveiro Municipal.
(Edição e postagem: Lorena Karlla)