22 junho 2018 às 15:56

Tradição de festividades juninas movimenta economia de Palmas

Expectativa é de que festas particulares e organização de espetáculos para concurso movimentem cerca de R$ 5 milhões



Comemorações tradicionais que marcam o mês de junho, as festas juninas são eventos de grande expectativa na Capital, tanto pela organização antecipada para o 26° Arraiá da Capital, maior concurso junino da Região Norte, quanto pelas festas particulares que entretêm as famílias palmenses que aderem ao movimento junino.


A empresária Luciane Araújo, por exemplo, há cinco anos reúne amigos e familiares no Arraiá da Amizade organizado em sua casa. “Tudo começa com a turma que se dispõe a ajudar na organização, o que já vira uma festa, porque tem sempre muita comida na hora de fazer a decoração. Na festa todos ajudam trazendo pratos e bebidas típicos. Este ano estamos esperando reunir umas 200 pessoas ou mais porque tem uma turma grande de crianças e há sempre amigos da turma que são convidados”, explica a empresária. Para a turma do Arraiá da Amizade, segundo ela, não há dificuldade para a confecção dos figurinos e adereços de decoração. “Encontramos tudo no comércio daqui mesmo”, diz Luciane.


Festas particulares, como a de Luciane, ou organizadas por escolas, empresas e repartições públicas são realmente de grande oportunidade para o comércio local. A empresária Emanoela Freire é proprietária de uma loja especializada no segmento de festas na Capital. Ela conta que a greve nacional dos caminhoneiros atrasou parte dos pedidos de produtos que reforçam o estoque da sua loja. “Mesmo assim estamos avaliando como bom esse período de vendas, tudo que há nas prateleiras está saindo bem, especialmente porque o período junino este ano coincidiu com a Copa do Mundo”, explica a empresária.


Segundo a vice-presidente da Associação Tocantinense de Supermercados (Atos), Maria de Fátima Jesus, estabelecimentos varejistas de pequeno e grande porte também estão suas vendas aquecidas em função das festas juninas. “Nesta época costuma-se dobrar as vendas de produtos típicos em comparação às vendas ao longo do ano. São vendidos tanto bebidas como vinho quente, como canjica e pipoca e tudo mais que envolve os pratos típicos deste período”.


Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Emprego, Kariello Coelho, esta tradição de comemorações juninas movimenta os setores têxteis, de prestadores de serviços, de hotelaria, restaurantes, food trucks e ambulantes. Tudo isso também estimulado pelo Arraiá da Capital, que este ano acontece de 27 de junho a 1° de julho de 2018 e que terá uma praça gastronômica típica composta somente para ambulantes locais.


O Arraiá da Capital é um concurso que reúne quadrilhas organizadas de grupos especiais e de acesso em uma competição pela melhor e mais animada apresentação. Coelho estima que a movimentação em negócios envolvendo o evento e festividades particulares na cidade movimentem este ano R$ 5 milhões.


Espetáculo luxuoso

 

Mais que um espetáculo de cores, dança e música, o Arraiá da Capital é uma expressão da cultura local. “Nosso papel, enquanto Prefeitura, é dar vazão à manifestação do povo incentivando a expressão cultural popular e em uma Capital de 29 anos estarmos organizando a 26ª edição de uma festa como o Arraiá na Capital só demonstra que essa tradição nasceu e cresceu com a cidade fortalecendo as raízes da população e suas raízes sertanejas”, ressalta o presidente da Fundação Cultural de Palmas (FCP), Giovanni Assis.


Segundo Assis, R$ 2,1 milhões são investidos diretamente na organização do evento, incluindo os gastos com decoração, cenografia e estrutura física e edital. “O edital do concurso oferece R$ 922 mil como subsídio às quadrilhas concorrentes e premiações do Arraiá”, adiantou o presidente da FCP, Giovanni Assis. Esses valores destinados diretamente às quadrilhas (R$ 49.900 para quadrilhas do grupo especial e R$ 31.800 para quadrilhas do grupo de acesso) são oferecidos para subsidiar a apresentação das competidoras.


Segundo a Federação de Quadrilhas Juninas do Tocantins (Fequajuto), o investimento de uma quadrilha do grupo especial para uma apresentação completa pode chegar a R$ 120 mil. Para levantar recursos para garantir um show completo em cada apresentação, segundo o presidente da federação, Advan Rodrigues, as quadrilhas realizam ao longo de todo o ano festas, rifas e bingos. “Cada figurino de um membro de destaque pode chegar a custar R$ 5 mil. Por mais que busquemos fora opções mais competitivas de material, tudo é confeccionado por costureiras de Palmas mesmo. Este ano já temos quadrilhas que já gastaram mais de R$ 100 mil”, explica Rodrigues.


Além dos figurinos, segundo o presidente da federação, “os gastos com figurinos e alegorias são os mais altos. Cada quadrilha têm entre 70 e 150 membros, muitos dos quais são jovens em situação vulnerável sem condições de arcar com seu figuro e acabam sendo beneficiados por um trabalho social de resgate das ruas, das drogas e da prostituição”.





(Edição e postagem: Lorena Karlla) 

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