
Tradição de festividades juninas movimenta economia de Palmas
Expectativa é de que festas particulares e organização de espetáculos para concurso movimentem cerca de R$ 5 milhões
Comemorações
tradicionais que marcam o mês de junho, as festas juninas são eventos de grande
expectativa na Capital, tanto pela organização antecipada para o 26° Arraiá da
Capital, maior concurso junino da Região Norte, quanto pelas festas
particulares que entretêm as famílias palmenses que aderem ao movimento junino.
A empresária
Luciane Araújo, por exemplo, há cinco anos reúne amigos e familiares no Arraiá
da Amizade organizado em sua casa. “Tudo começa com a turma que se dispõe a
ajudar na organização, o que já vira uma festa, porque tem sempre muita comida
na hora de fazer a decoração. Na festa todos ajudam trazendo pratos e bebidas
típicos. Este ano estamos esperando reunir umas 200 pessoas ou mais porque tem
uma turma grande de crianças e há sempre amigos da turma que são convidados”,
explica a empresária. Para a turma do Arraiá da Amizade, segundo ela, não há
dificuldade para a confecção dos figurinos e adereços de decoração.
“Encontramos tudo no comércio daqui mesmo”, diz Luciane.
Festas
particulares, como a de Luciane, ou organizadas por escolas, empresas e
repartições públicas são realmente de grande oportunidade para o comércio
local. A empresária Emanoela Freire é proprietária de uma loja especializada no
segmento de festas na Capital. Ela conta que a greve nacional dos caminhoneiros
atrasou parte dos pedidos de produtos que reforçam o estoque da sua loja.
“Mesmo assim estamos avaliando como bom esse período de vendas, tudo que há nas
prateleiras está saindo bem, especialmente porque o período junino este ano
coincidiu com a Copa do Mundo”, explica a empresária.
Segundo a
vice-presidente da Associação Tocantinense de Supermercados (Atos), Maria de
Fátima Jesus, estabelecimentos varejistas de pequeno e grande porte também
estão suas vendas aquecidas em função das festas juninas. “Nesta época
costuma-se dobrar as vendas de produtos típicos em comparação às vendas ao
longo do ano. São vendidos tanto bebidas como vinho quente, como canjica e
pipoca e tudo mais que envolve os pratos típicos deste período”.
Segundo o
secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Emprego, Kariello Coelho,
esta tradição de comemorações juninas movimenta os setores têxteis, de
prestadores de serviços, de hotelaria, restaurantes, food trucks e ambulantes. Tudo isso também estimulado pelo Arraiá
da Capital, que este ano acontece de 27 de junho a 1° de julho de 2018 e que
terá uma praça gastronômica típica composta somente para ambulantes locais.
O Arraiá da Capital
é um concurso que reúne quadrilhas organizadas de grupos especiais e de acesso
em uma competição pela melhor e mais animada apresentação. Coelho estima que a
movimentação em negócios envolvendo o evento e festividades particulares na
cidade movimentem este ano R$ 5 milhões.
Espetáculo luxuoso
Mais que um
espetáculo de cores, dança e música, o Arraiá da Capital é uma expressão da
cultura local. “Nosso papel, enquanto Prefeitura, é dar vazão à manifestação do
povo incentivando a expressão cultural popular e em uma Capital de 29 anos
estarmos organizando a 26ª edição de uma festa como o Arraiá na Capital só
demonstra que essa tradição nasceu e cresceu com a cidade fortalecendo as
raízes da população e suas raízes sertanejas”, ressalta o presidente da
Fundação Cultural de Palmas (FCP), Giovanni Assis.
Segundo Assis, R$
2,1 milhões são investidos diretamente na organização do evento, incluindo os
gastos com decoração, cenografia e estrutura física e edital. “O edital do
concurso oferece R$ 922 mil como subsídio às quadrilhas concorrentes e
premiações do Arraiá”, adiantou o presidente da FCP, Giovanni Assis. Esses
valores destinados diretamente às quadrilhas (R$ 49.900 para quadrilhas do
grupo especial e R$ 31.800 para quadrilhas do grupo de acesso) são oferecidos
para subsidiar a apresentação das competidoras.
Segundo a Federação de Quadrilhas Juninas do Tocantins (Fequajuto), o investimento de uma quadrilha do grupo especial para uma apresentação completa pode chegar a R$ 120 mil. Para levantar recursos para garantir um show completo em cada apresentação, segundo o presidente da federação, Advan Rodrigues, as quadrilhas realizam ao longo de todo o ano festas, rifas e bingos. “Cada figurino de um membro de destaque pode chegar a custar R$ 5 mil. Por mais que busquemos fora opções mais competitivas de material, tudo é confeccionado por costureiras de Palmas mesmo. Este ano já temos quadrilhas que já gastaram mais de R$ 100 mil”, explica Rodrigues.
Além dos figurinos,
segundo o presidente da federação, “os gastos com figurinos e alegorias são os
mais altos. Cada quadrilha têm entre 70 e 150 membros, muitos dos quais são
jovens em situação vulnerável sem condições de arcar com seu figuro e acabam
sendo beneficiados por um trabalho social de resgate das ruas, das drogas e da
prostituição”.
(Edição e postagem: Lorena Karlla)