
Escola Agroecológica Fidêncio Bogo preserva árvores nativas do cerrado e faz plantio de espécies frutíferas
São cerca de 180 árvores e 23 espécies povoando um espaço destinado à preservação ambiental
A Escola Agroecológica ETI
Professor Fidêncio Bogo, em Taquaruçu Grande, está sendo construída em um
terreno de cerca de 50.000 m². Desse total, cerca de 1000 m², às margens do Ribeirão
Taquarussu, foram destinados para recuperação da mata ciliar e da Área de
Preservação Permanente (APP).
São cerca de 180 árvores e 23
espécies povoando um espaço destinado à preservação ambiental. Segundo a
bióloga Solange Alves Oliveira, na área foi feito inventário florestal, em
parceria com acadêmicos da Universidade Federal do Tocantins (UFT). “O
parâmetro usado foi a circunferência da altura e peito das árvores e de valor
comercial. Também foram registradas medidas estimadas de altura e foram
catalogadas e fixadas placas para identificação”, explica.
Para a identificação das
espécies e nomes populares das árvores foi levado um mateiro (especialista em
conhecimento popular para os nomes dados às árvores) para fazer a primeira
identificação e reconhecimento dos nomes populares. Em seguida, segundo a
bióloga, foi feita a consulta bibliográfica para compará-los e ligá-los aos
nomes científicos. Porém, para constatação final, foi chamado um especialista
em botânica para confirmação científica.
Espécies do tipo ipê,
macaúba, angico, jatobá, pati, açoita-cavalo, cajá, jenipapo, jaborandi,
sangra-d’água, mutamba, amoreira-brava, pupunha e outras centenas de árvores
fazem parte da Área de Preservação Ambiental da escola, com sua proposta
pedagógica de agroecologia.
Segundo a engenheira ambiental da Secretaria Municipal da Educação, Mariana Borges, a ETI Fidêncio Bogo também vai poder atuar como instituição fiscalizadora para garantir a preservação do Ribeirão Taquarussu, base de abastecimento de água para Palmas. “A escola pode ter a função de aproximar a comunidade científica para monitoramento, fazendo estudos que diminuam o impacto, evitando erosões e a redução da quantidade de água no ribeirão”, frisou.
Meliponicultura
Na Área de Preservação Permanente também será implantado o projeto de Meliponário para criação de abelhas sem ferrão. Cerca de 30 caixas de abelhas das espécies, marmelada, uruçu-amarela, jataí, tiúba, e tubi brava e mansa serão criadas para produção de mel, além de promover aulas para vivências de manejo e educação ambiental.
Frutíferas
Na área destinada à
preservação, também foi implantado o Sistema Agro Florestal (SAF). A ideia é de
inclusão permanente e cooperação de árvores nativas de grande porte com as
frutíferas, para produção de alimentos e sem agressão ao meio ambiente. As
frutíferas do tipo goiaba, caju, acaí, acerola, pitanga, bananeiras, além de
hortaliças e tubérculos, interagem com espécies originárias da região.
Todo o processo de
implantação do Meliponário, plantio e da catalogação de espécies contou com a
parceria da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) e Universidade Federal
do Tocantins (UFT).
Proposta
pedagógica
A nova escola é uma parceria da Prefeitura de Palmas com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e tem previsão de inauguração para os próximos meses. A ideia é promover aprendizado na zona rural com salas a céu aberto para vivências e práticas produtivas sem uso de agrotóxicos. A proposta pedagógica, voltada à qualificação profissional dos alunos, diferencia a nova unidade educacional devido às ações e estrutura voltadas para o empreendedorismo agroecológico e turismo rural.
(Edição e postagem: Iara
Cruz)