
Com 100% de cobertura na Atenção Básica, Palmas serve de exemplo para ampliação da cobertura em Manaus
Técnicos de saúde da capital amazonense destacaram a política de saúde do Município de investir no aumento do número de profissionais e na educação permanente.
Representantes da Secretaria
de Saúde de Manaus (AM) vieram a Palmas para conhecer como funciona a rede
municipal de saúde e quais estratégias foram adotadas para alcançar 100% de
cobertura na Atenção Básica. Durante a visita, nesta segunda e terça, 25 e 26,
as equipes técnicas da Secretaria de Saúde de Palmas e da Fundação Escola de
Saúde Pública de Palmas (Fesp) apresentaram o funcionamento de toda a rede,
levando-os a algumas unidades de saúde.
De acordo com a
subsecretária de Gestão de Saúde de Manaus, Lubélia Sá Freire, a capital
amazonense tem mais de dois milhões de habitantes e apenas 45% de cobertura na
Atenção Básica. Aumentar esse percentual para 70% até o final de 2020 é o
objetivo da capital amazonense. Daí a busca por alternativas que tragam o
resultado esperado. O aumento do quantitativo de profissionais de saúde e
educação permanente deles é considerado por Lubélia como fundamental para
atingir esse objetivo.
Educação permanente é saída
“A gente quer chegar a 70% de cobertura na atenção primária até o final da gestão, cobrindo as áreas mais vulneráveis e todos os SUS dependentes. Para isso, a gente precisa fazer captação de recursos humanos através de uma escola de saúde, e o mais importante que isso é a qualificação desses serviços, ou seja, a melhoria da qualidade da atenção prestada à população, porque hoje, mesmo dentro da nossa cobertura de 45%, temos uma dificuldade em manter um padrão de qualidade, por mais que se faça supervisão e monitoramento”, ressaltou Lubélia, lembrando que todas as informações coletadas em Palmas serão apresentadas ao gestor municipal, adequando-as à realidade de Manaus que, no momento, não possui uma instituição de educação permanente como a Fesp.
“Aqui a gente viu que a
educação permanente é a saída para essa qualidade além do aumento da cobertura.
Hoje nós temos dificuldade de manter a qualidade de acolhimento à demanda
espontânea, de procedimentos com qualidade para a população”, frisou Lubélia.
Para a coordenadora da Fesp,
Juliana Bruno, a gestão municipal tem feito a diferença na saúde de Palmas ao
promover um resgate dos princípios e diretrizes do SUS que foram colocados
desde a promulgação da Constituição Federal em 1988. “A grande diferença que se
tem em Palmas é a integração dos processos de educação permanente, dos
processos de vigilância, na reestruturação de toda a rede de atenção à saúde,
principalmente tendo como base a atenção primária, como de fato coordenadora de
todo o processo de cuidado”, destacou Juliana, ressaltando que todo esse
processo exige uma nova postura dos profissionais envolvidos.
“Isso tudo são experiências
muito inovadoras que Palmas produz e que vêm transformando a rede. Vêm
conseguindo mudar os indicadores, mudar o perfil profissional, mudar a forma
como se faz saúde e que tem sido o grande chamariz para que os outros
municípios consigam olhar Palmas como referência”, concluiu.