Debater e apontar as principais necessidades para melhorar o acesso da população aos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são tarefas dos conferencistas que participam da 1ª Conferência Estadual da Saúde da Mulher e Vigilância em Saúde. A discussão foi iniciada na noite desta última quarta-feira, 17, no Auditório do Palácio Araguaia, em Palmas.

Para nortear os trabalhos e os planos de ação e políticas públicas da saúde, o secretário da Saúde de Palmas, Nésio Fernandes, reforçou o momento de articulação e luta que as conferências oferecem. “Aqui não será apenas um espaço da burocracia pública, onde devemos nos preocupar só com dados e planilhas, mas sim um momento para pensar na república da qual fazemos parte e como os serviços de saúde estão sendo oferecidos ao usuário”, relata, acrescentando que a conferência possa também ser um momento de esperança de um SUS eficiente.

Também presente na abertura das Conferências a promotora de Justiça, Maria Rosely de Almeida Pery, que coordena o Núcleo de Saúde no Ministério Público Estadual (MPE), elogiou a iniciativa da realização das conferências de Saúde da Mulher e de Vigilância, pois segundo ela vão tratar de duas demandas reais e concretas que atingem diretamente a vida da sociedade. “O debate sobre os dois temas é de suma importância para a consolidação das políticas públicas de saúde. São dois grandes desafios, em especial a vigilância em saúde, que trabalha o atendimento na porta de entrada do sistema, melhorando a vigilância teremos a oportunidade de ver as políticas consolidadas”, afirma.

Em sua fala o subsecretário da Saúde do Estado, Marcus Senna, falou da necessidade de sistematizar os serviços de saúde, levando em consideração as peculiaridades de cada cidade e região. “Só teremos uma leitura maior das demandas e necessidades do Estado com encontros com este”, destacando as plenárias da conferência. “A medida que o gestor consegue entender as reais prioridades a política de saúde será efetivada”, pontua o gestor.

“Em meio a um cenário político tão crítico, onde a saúde pública está sucateada, assistir ao Tocantins discutir ações para melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS) é animador”, relata a conselheira Nacional de Saúde, Heliana Hemeterio,  aproveitando para chamar a atenção sobre o desmonte que o SUS está sofrendo. “Querem acabar com o SUS e a população não está percebendo”, alerta, chamando todos para se mobilizar e convocar toda a sociedade para o debate.

Usuário do SUS, Jair da Silva, disse que a partir do momento que a gestão levar em consideração as demandas da população na área da saúde os serviços terão mais eficiência. “Precisamos que as pessoas conheçam os investimentos e programas realizados pelo SUS e defendem o SUS enquanto direito conquistado”.

O encontro é uma das etapas preparatórias que contribui para a qualificação da participação de seus representantes na ‘2ª Conferência Nacional da Saúde das Mulheres’, e da ‘1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde’, ambas a serem realizadas em 2017. O evento oferece suporte e norteia através da plenária quais os assuntos mais importantes a serem abordados.

Dentro das duas temáticas, os conferencistas devem levantar as principais discussões e propostas, do ponto de vista da assistência, da vigilância em saúde e saúde da Mulher, para encaminhar para o debate na etapa nacional.

Palestras

Na programação da noite os presentes ainda puderam participar das palestras sobre “Vigilância em Saúde: Direito, Conquistas e Defesa de um SUS Público de Qualidade”, ministrada pela superintendente de Vigilância, Promoção e Proteção à Saúde, Liliana Rosicler Teixeira. Na sequência, a delegada da Mulher, Haydê Guimarães, falou sobre “Saúde das Mulheres: Desafios para integralidade com Equidade”.

Participação     

A abertura contou ainda com a participação do presidente do Conselho Estadual de Saúde, Mário Benício, do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Leonel dos Santos Vaz, do Assessor do Núcleo de Defesa da Saúde da Defensoria Pública do Estado, Paulo Henrique de Oliveira, da conselheira nacional de Políticas para Mulheres, Karoline Chaves, e da superintendente de Atenção, Primária e Vigilância em Saúde, Nigima Bezerra.

Programação

A programação segue nos dias 18 e 19, no Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp/Ulbra) e contempla as duas conferências, da mulher e de vigilância em saúde. O encontro é aberto a toda a população da Capital, entidades e movimentos sociais, profissionais de saúde, gestores e trabalhadores de serviços para o SUS. Todas as pessoas inscritas são delegadas com direito a voz e voto.

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