23 março 2017 às 12:02

Tuberculose tem cura e o tratamento é gratuito na rede municipal de saúde da Capital

A Tuberculose é uma doença infecto-contagiosa milenar que afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos, ossos e membranas. A boa notícia é que a doença tem cura e o tratamento é ofertado gratuitamente pelos Centros de Saúde Comunitários (CSC) na Capital.

 

O dia 24 de março, portanto esta sexta-feira, foi escolhido em 1982 pela Organização Mundial da Saúde, como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, oportunidade que os profissionais da saúde aproveitam para esclarecer sobre os principais sintomas, a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.

 

“É uma doença infecto-contagiosa, a transmissão é respiratória com gotículas de saliva, espirro e tosse, ou seja, de pessoa para pessoa, e os sintomas normalmente são tosse persistente há mais de duas semanas, com ou sem catarro, e pode estar relacionada com febre, sudorese noturna e alguns pacientes apresentam emagrecimento também. A tosse também pode vir acompanhada de sangue”, esclarece a médica Débora Pacheco que atua no CSC da 712 Sul, ressaltando que a doença é 100% tratável e curável.

 

 

Diagnóstico

O enfermeiro Davyd Leal, que atua na mesma unidade, ressalta que ao apresentar esses sintomas, o paciente deve procurar a unidade de saúde para obter o diagnóstico preciso. “Aqui é feito o acolhimento desse paciente pela equipe de saúde. É colhida uma amostra do catarro que é enviada para o laboratório e dentro de dois dias temos o resultado, sendo positivo o tratamento é imediato”, ressalta Leal, referindo-se ao teste de baciloscopia de escarro (Bacilo de Koch – BK, agente transmissor da doença).

 

Leal destaca que quando o assunto é tuberculose a maior dificuldade é fazer com que o paciente definido como “sintomático respiratório” procure a unidade de saúde. “As pessoas são difíceis de vir procurar o sistema de saúde porque estão com tosse. Quando a gente consegue identificar, às vezes as pessoas sequer entregam a amostra, algumas fazem o exame mas não vêm buscar o resultado. O que não é um problema porque a gente vai atrás”, diz o enfermeiro, afirmando que no CSC da 712 Sul, de seis em seis meses os agentes comunitários de saúde fazem um inquérito sintomático respiratório junto à comunidade na busca por possíveis pacientes.

 

 

Tratamento

O tratamento, padronizado pelo Ministério da Saúde, tem duração de seis meses, feito por poliquimioterapia com antibióticos (vários comprimidos), a medicação também é gratuita e não pode ser interrompido. Durante o tratamento, o paciente passa por uma “vigilância branda” que consiste em ter um padrinho terapêutico que assegure que o paciente está se tratando fazendo o uso dos medicamentos corretamente. “Pode ser um familiar da pessoa ou o agente de saúde que vai lá vê-lo tomar os comprimidos.


Além disso, a cada dois meses o médico pede uma nova baciloscopia para ver se a carga do bacilo está diminuindo, se o tratamento está sendo eficiente ou não. O médico está sempre atento a isso, inclusive no aparecimento de efeitos colaterais, realizando as intervenções necessárias para garantir o conforto no tratamento”, conclui, lembrando que quem convive diariamente com o portador de tuberculose, também passa por exames para descobrir se está com a doença.

 

No CSC da 712 Sul atualmente existe apenas um paciente se tratando. Essa pessoa contraiu a doença enquanto estava presa na Casa de Prisão Provisória de Palmas, tendo iniciado o tratamento ainda recluso, dando continuidade ao mesmo agora em liberdade.