
Tuberculose tem cura e o tratamento é gratuito na rede municipal de saúde da Capital
A
Tuberculose é uma doença infecto-contagiosa milenar que afeta principalmente os
pulmões, mas pode acometer outros órgãos, ossos e membranas. A boa notícia é
que a doença tem cura e o tratamento é ofertado gratuitamente pelos Centros de
Saúde Comunitários (CSC) na Capital.
O
dia 24 de março, portanto esta sexta-feira, foi escolhido em 1982 pela
Organização Mundial da Saúde, como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, oportunidade
que os profissionais da saúde aproveitam para esclarecer sobre os principais
sintomas, a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.
“É
uma doença infecto-contagiosa, a transmissão é respiratória com gotículas de
saliva, espirro e tosse, ou seja, de pessoa para pessoa, e os sintomas
normalmente são tosse persistente há mais de duas semanas, com ou sem catarro,
e pode estar relacionada com febre, sudorese noturna e alguns pacientes
apresentam emagrecimento também. A tosse também pode vir acompanhada de
sangue”, esclarece a médica Débora Pacheco que atua no CSC da 712 Sul,
ressaltando que a doença é 100% tratável e curável.
Diagnóstico
O
enfermeiro Davyd Leal, que atua na mesma unidade, ressalta que ao apresentar
esses sintomas, o paciente deve procurar a unidade de saúde para obter o
diagnóstico preciso. “Aqui é feito o acolhimento desse paciente pela equipe de
saúde. É colhida uma amostra do catarro que é enviada para o laboratório e
dentro de dois dias temos o resultado, sendo positivo o tratamento é imediato”,
ressalta Leal, referindo-se ao teste de baciloscopia de escarro (Bacilo de Koch
– BK, agente transmissor da doença).
Leal
destaca que quando o assunto é tuberculose a maior dificuldade é fazer com que
o paciente definido como “sintomático respiratório” procure a unidade de saúde.
“As pessoas são difíceis de vir procurar o sistema de saúde porque estão com
tosse. Quando a gente consegue identificar, às vezes as pessoas sequer entregam
a amostra, algumas fazem o exame mas não vêm buscar o resultado. O que não é um
problema porque a gente vai atrás”, diz o enfermeiro, afirmando que no CSC da
712 Sul, de seis em seis meses os agentes comunitários de saúde fazem um
inquérito sintomático respiratório junto à comunidade na busca por possíveis
pacientes.
Tratamento
O tratamento, padronizado pelo Ministério da Saúde, tem duração de seis meses, feito por poliquimioterapia com antibióticos (vários comprimidos), a medicação também é gratuita e não pode ser interrompido. Durante o tratamento, o paciente passa por uma “vigilância branda” que consiste em ter um padrinho terapêutico que assegure que o paciente está se tratando fazendo o uso dos medicamentos corretamente. “Pode ser um familiar da pessoa ou o agente de saúde que vai lá vê-lo tomar os comprimidos.
Além disso, a cada dois meses o médico pede uma
nova baciloscopia para ver se a carga do bacilo está diminuindo, se o
tratamento está sendo eficiente ou não. O médico está sempre atento a isso,
inclusive no aparecimento de efeitos colaterais, realizando as intervenções
necessárias para garantir o conforto no tratamento”, conclui, lembrando que
quem convive diariamente com o portador de tuberculose, também passa por exames
para descobrir se está com a doença.
No
CSC da 712 Sul atualmente existe apenas um paciente se tratando. Essa pessoa
contraiu a doença enquanto estava presa na Casa de Prisão Provisória de Palmas,
tendo iniciado o tratamento ainda recluso, dando continuidade ao mesmo agora em
liberdade.