01 novembro 2016 às 10:17

Prefeitura e universidades debatem revisão do Plano Diretor

“Ajude o futuro da nossa cidade a sair do papel”. Com esse lema a Comissão Especial de Revisão do Plano Diretor debateu junto às universidades palmenses o que queremos para nossa Capital. O evento ocorreu na noite de ontem, 31, no auditório da Ulbra e contou com a participação do corpo docente e discente do Ceulp/Ulbra, UFT, Católica e IFTO.

 

Na oportunidade, o reitor da Ulbra, Adriano da Silva, lembrou que a reunião aconteceu numa data muito especial, 31 de outubro, dia de comemorar a reforma protestante, em que Lutero propôs uma reforma que partia do meio acadêmico. “Hoje, 491 anos depois, lutamos pela revisão e por que não dizer, reforma do Plano Diretor? Isso porque as coisas mudam e precisamos acompanhar este processo. Criticamos muito, mas devemos começar a reforma por nós mesmos”, enfatizou reforçando a importância da participação de todos os presentes.

 

Já o presidente da Comissão Especial de Revisão do Plano Diretor e secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, José Messias de Souza, aproveitou a oportunidade para reforçar a relevância da participação da população. “Pedimos ajuda de vocês para construir a primeira revisão do Plano Diretor que de acordo com o Estatuto das Cidades deve ser revisado a cada dez anos. Nos acompanhe e colaborem para que possamos fazer um excelente trabalho”, enfatizou.

 

Para a construção do Plano Diretor deve ser seguida toda orientação legal, desde a Constituição Federal e Estatuto das Cidades e até mesmo resoluções. Soma-se a isso todo o critério adotado pela Comissão Especial de Revisão. Para o presidente do Impup, Ephim Schugler, é uma honra debater o Plano Diretor no meio acadêmico. “Estamos recolhendo as propostas e até sonhos porque é preciso sonhar para alcançarmos o que realmente desejamos e querer o melhor para Palmas é querer o melhor para nós mesmos”, concluiu.

 

Planejamento dos Trabalhos, Leitura Comunitária, Diagnóstico Municipal, Diretrizes e Propostas e Projeto de Lei, desta forma a Comissão julgou ser a melhor forma para execução do plano de trabalho.  Nele, três eixos temáticos são abordados: Meio Ambiente e Mudanças climáticas, Desenvolvimento Territorial e Fiscal, Governança e Atividade Econômica.

 

Ponderações

A coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Ulbra, Kenniane Nogueira, disse que é de suma importância fomentar a discussão do Plano Diretor. “Conhecer a realidade da nossa cidade, o papel do cidadão e interdisciplinaridade é essencial para construirmos um trabalho sólido, pois a cidade é sistêmica e envolve vários atores e todos devemos cobrar, mas também contribuir”, destacou.

 

“Enquanto cidadã, arquiteta e urbanista vejo que ainda temos muito a avançar na mobilidade urbana, e nos atentar para as ocupações irregulares, segregação sócio-espacial, falta de fiscalização e monitoramento e arborização”, enumerou.

 

Já o professor de Economia da Unitins e Ulbra, John Sales, relatou que Palmas não é uma cidade para pedestres. “Tenho a sensação de cada um viver no seu quadrado, isso amplia a sensação de insegurança e segregação, sem contar a falta de árvores de sombreamentos numa cidade extremamente quente”, reiterou Sales

 

Os vazios urbanos, ocupações em zona rural e alto custo gerado pelo fato da cidade ser espraiada foram tônicas abordadas por acadêmicos como Patrine de Moura, que está cursando o 6º período de Arquitetura e Urbanismo da Ulbra, e Pablo Azevedo, do 8º período do mesmo curso.