
Indígenas têm acesso à videoconferência sobre pesquisa acadêmica na Oca Digital
A Oca Digital, um dos
espaços dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), tem a finalidade de
disponibilizar acesso gratuito e exclusivo aos indígenas durante a realização
do evento. No entanto, nesta terça-feira, 27, quem compareceu ao local também pôde
acompanhar videoconferência com a participação de três pesquisadores acadêmicos
sobre a realização dos Jogos, com enfoque nas áreas da Sociologia e Educação
Física.
A iniciativa resulta de
parceria entre a organização dos Jogos e o Serviço Alemão de Intercâmbio
Acadêmico- DAAD (Deutscher Akademischer Austausch Dienst), um instituto mundial
de incentivo e apoio a pesquisadores de diversas áreas. O objetivo da videoconferência
foi compartilhar um pouco da pesquisa realizada por três professores, que
estiveram na Vila Olímpica, para estudar aspectos esportivos, culturais e
sociológicos.
Segundo professor Michel
Nicolau, uma das características dos JMPI é a possibilidade de se estudar
quatro dimensões do esporte: competitiva, instrumental, expressiva e a de
espetáculo. O pesquisador da área da Sociologia salientou ainda que os Jogos
possuem duas esferas distintas: a parte competitiva, que são os Jogos de
Integração, e a parte lúdica, que se configura quando as etnias realizam
apresentação de danças e rituais, por exemplo.
Para Julia Wisniewska,
funcionária do escritório regional da DAAD no Brasil, a videoconferência é
importante por possibilitar acesso a pesquisas na área esportiva aos indígenas.
“Foram três pesquisadores que vivenciaram os Jogos durante quatro dias,
cada um estudando o evento dentro da sua área. Agora, eles vão relatar a
experiência e debater com demais pesquisadores em Brasília. Tudo isso com link
disponível para quem estiver acessando a rede aqui na Oca Digital”,
explicou.
O indígena Fábio Augusto, da
etnia Mamaindê, disse que o mais interessante é acessar o mundo digital, que é
bem distante de sua cultura “Gosto de poder mandar mensagem para outras
pessoas, é bom me comunicar com gente diferente e usando jeito diferente”,
disse o indígena, afirmando que acessa sua caixa de email sempre que possível.