Aterro Sanitário de Palmas é considerado modelo nacional
Criado em 21 novembro de 2001, o Aterro Sanitário de Palmas é uma referência nacional. O projeto é um dos poucos da região Norte que atende as especificações ambientais exigidas pela legislação vigente, tendo sido construído com concepções do que há de mais moderno a respeito de novas tecnologias aplicadas a esse tipo de instalação no mundo.
A manta geomembrana de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) que foi utilizada no aterro tem durabilidade de 100 anos antes de começar a se decompor, evitando assim a contaminação do solo pelo chorume, considerado 100 vezes mais contagioso que o esgoto doméstico. O chorume é o líquido gerado pela decomposição do lixo domiciliar.
Ao contrário do que acontece em muitas cidades do país, o lixo recolhido em Palmas não é jogado a céu aberto, o que caracterizaria um “lixão”. No Aterro Sanitário da Capital, o lixo é separado por classes, dividido em doméstico, hospitalar e de construção, recebendo todo o tratamento exigido pelas normas de saúde ambiental.
Para que não haja contaminação do solo e da água todos os cuidados são tomados diariamente, além da realização de estudos periódicos. Segundo o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Jair Júnior, está sendo feita uma nova análise para comprovar as anteriores, que constataram a não contaminação do solo e da água no entorno do aterro.
Histórico
Em 27 de junho de 2002, de acordo com matéria publicada pela Gazeta Mercantil, o aterro já era considerado modelo para o Tocantins. No ano passado, no mês de outubro, durante o IX Seminário Nacional de Resíduos Sólidos, realizado no Campus da Universidade Federal de Palmas, especialistas de todo o país ficaram admirados com a estrutura e o funcionamento do Aterro Sanitário de Palmas.
“O fato de não existirem pessoas vivendo no aterro e nem a existência de catadores no local, prática comum nos ‘lixões a céu aberto’ dos grandes centros do Brasil, foi o que mais impressionaram os especialistas”, lembrou o engenheiro responsável pelo aterro de Palmas, o lixólogo João Marques. Para ele, o aterro também é um referencial na área de educação ambiental, pois frequentemente é visitado por alunos que cursam desde a pré-escola ao ensino universitário, e até mesmo por alunos e pesquisadores de outras cidades do Estado interessados em conhecer a tecnologia utilizada no tratamento do lixo.
Transferência
A transferência do aterro para a proximidade do Assentamento São João foi oficializada por uma portaria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), porque o antigo local onde o lixo da Capital era controlado foi inundado com a construção da barragem da Usina Hidrelétrica de Lajeado no Rio Tocantins. Em março de 2008, foi realizado um trabalho em conjunto com assistentes sociais do Ministério Público Federal e Estadual e do Incra, juntamente com a associação dos assentados, onde se estabeleceu que, das mais de 80 famílias assentadas, apenas quatro famílias foram realmente impactadas com a implantação do Aterro Sanitário de Palmas e deveriam receber indenização para sair do local.
Segundo o procurador geral do Município, Antônio Luiz Coelho, a Prefeitura de Palmas já cumpriu o seu papel em indenizar as famílias atingidas. “Por não serem proprietários do local em que moravam, já que a região é um assentamento, cada família recebeu indenização por danos morais e foi estipulado um prazo para saírem do local”, explica ele.
Localização
Ao contrário do que acontece em muitas cidades que tem seus aterros sanitários no centro urbano, o de Palmas fica a
Dos aproximadamente
Processo do lixo
Ao chegar ao aterro, o lixo é pesado e encaminhado para o destino adequado. Se for doméstico, ele vai direto para as chamadas trincheiras, se for de construção, o resíduo vai para outro depósito, e se for hospitalar vai para uma vala exclusiva.
O lixo doméstico que é encaminhado às trincheiras é compactado e coberto com argila a cada metro de espessura do lixo. O revestimento serve para evitar vetores, como baratas, insetos e pássaros.
Já os resíduos provenientes de construções são reaproveitados no patrolamento de estradas vicinais ou na cobertura das trincheiras do lixo doméstico. O lixo hospitalar, recolhido duas vezes por dia em Palmas, é despejado em valas especiais e todos os dias é coberto por argila.
Como são feitas as valas
O Aterro Sanitário de Palmas tem três trincheiras para depósito de lixo doméstico com
O tratamento do chorume
Os drenos para a captação do chorume foram colocados no fundo das trincheiras, antes da manta de PEAD, para transportar o líquido às lagoas anaeróbicas. O chorume é tratado por três dessas lagoas, que são interligadas por vasos comunitários e, após ser purificado, é lançado ao solo.