19 junho 2020 às 12:49

Oficinas sobre planejamento familiar no Território farão parte das ações da Rede de Saúde de Palmas

Na primeira fase do projeto, foi feita a análise situacional das condições de saúde, voltada para as demandas e problemáticas do território de saúde Xerente

Levando em consideração os
indicadores de saúde, tais como mortalidade materna e infantil, sífilis
congênita, além de agravos crônicos como hipertensão e diabetes e também a
necessidade de um olhar sensível por parte dos profissionais da saúde para as
orientações sobre planejamento familiar, a rede de Saúde de Palmas dará início
a implantação na Atenção Primária do projeto elaborado e executado pela
ex-residente do Programa de Residência em Saúde da Fundação Escola de Saúde
Pública de Palmas (Fesp) e psicóloga Jéssica Oliveira de Almeida, intitulado
“Oficinas sobre planejamento familiar no Território Xerente com profissionais
do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) e Equipe de Saúde da Família
(ESF)”.

 

De acordo com a idealizadora
das oficinas, durante a execução das etapas do projeto, que ocorreu em 2019,
foi possível observar que perspectiva do planejamento reprodutivo, abordada até
então pela rede, centrava-se na sexualidade, cujo viés era o da dispensação
medicamentosa e educação em relação ao uso dos métodos contraceptivos (fosse
para evitar a gravidez na adolescência, ou, as infecções sexualmente transmissíveis).

 

Na primeira fase do projeto,
foi feita a análise situacional das condições de saúde, voltado para as
demandas e problemáticas do território de saúde Xerente, localizado na região Sul
de Palmas, a que possui o maior número de habitantes. Este território conta com
o atendimento de quatro Centros de Saúde da Comunidade (CSCs), sendo eles o CSC
Liberdade, CSC Laurides Milhomem, CSC do Taquari e CSC José Lúcio.

 

Em seguida, o levantamento de
qual a concepção de planejamento familiar foi verificada na comunidade.
Paralelo a este trabalho, os profissionais foram estimulados a pensar, a partir
do novo olhar apresentado pela residente/mediadora, sobre quais as ações que
poderiam ser desenvolvidas pelas respectivas equipes. Jéssica lembra que naquela
ocasião, foram apresentadas ideias construídas pelas equipes e escolhida qual a
forma mais eficaz para a abordagem desta temática, após a fase de
sensibilização e planejamento com as famílias. Nessas fases de sensibilização,
médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, além da coordenadora
dos referidos centros de saúde, participaram ativamente do processo.

 

 

Jéssica explica que no
terceiro momento, coube a cada profissional considerar as questões relacionadas
à renda e, em consequência, à restrição de oportunidades a bens essenciais como
qualidade educacional, lazer, cultura, trabalho e circulação nas cidades para abordar
a vivência da sexualidade segura, considerando os aspectos físico, biológico,
imaginário e social que compõem a construção familiar. “Ao identificar quais os
grupos sociais em que estão esses jovens incluídos leve para a construção de
outras possibilidades de futuro, em vez de atuar sobre aspectos puramente
biomédicos, promover a mudança em relação a estrutura de oportunidades que eles
têm”, relata a profissional.

 

O projeto está atualmente em
processo de implantação em toda a rede de saúde da Capital. Para a ex-residente
e agora especialista em Saúde Coletiva, uma vez que o contexto familiar
desestruturado, em que os familiares fazem uso de álcool e outras drogas,
cometem atos violentos entre si, traz sérios problemas de saúde pública, a
implantação do Projeto em Palmas pode ajudar a estruturar como política de
Estado, promovendo parcerias interinstitucionais. “Que a gravidez não deve ser
considerada apenas como um problema de saúde pública, mas como etapa importante
da vida dos sujeitos, que independente da classe social, tem direito de
exercer”, observa.

 

A tutora e orientadora do
projeto Maria do Socorro Rocha Sarmento lembra o projeto foi executado dentro
dos módulos gestão de território I e II, os quais têm como objetivo desenvolver
o raciocínio epidemiológico e situacional para atuação do residente no cenário
de prática, partindo do reconhecimento, construção, aplicação e monitoramento
de um projeto aplicativo. “O fator primordial deste módulo é que o residente em
conjunto com outros atores, possa atuar no território e fazer uma gestão de
implantação ou implementação de um serviço, promoção e prevenção da saúde da
população de Palmas”, lembra.

 

A coordenadora de Ciclos de
Vida da Secretaria da Saúde de Palmas, Yusely Sanchez Capote, diz que o projeto
conseguiu construir estratégias satisfatórias na abordagem dos profissionais
que atuam na Atenção Primária à Saúde sobre gravidez na adolescência, sendo
assim pretende-se implementar as estratégias do projeto após mudança do
contexto atual, da pandemia ocasionada pelo Covid-19, em toda a rede de Palmas.
“A equipe técnica da Secretaria já apresentou em reunião com representantes do
Ministério da Saúde as etapas do projeto como experiência satisfatória do nosso
município, e na implementação de ações de Planejamento Sexual e Reprodutivo
para a Selo Unicef”, anuncia.

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