Nesta quinta-feira, 09, celebra-se o Dia do Alcoólico Recuperado, data instituída em 1980 para promover uma luta contra a doença do alcoolismo e comemorar a vida daquelas pessoas que conseguiram se recuperar da dependência do álcool, como é o caso do empresário no ramo da jardinagem Claudivan Gomes da Silva, de 47 anos, e paciente do Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas (Caps AD III).

Silva conta que começou a beber aos 13 anos de idade. “Eu busquei na bebida uma forma de me aliviar dos sofrimentos de vida”, disse. Por conta do alcoolismo, o empresário chegou a morar na rua por dez anos, época em que teve acesso aos serviços de saúde, por meio das equipes do Consultório na Rua. “Eu sempre recebia cuidados das equipes que me acompanharam por muito tempo enquanto estive em situação de rua”, afirma.

Em uma situação de crise grave com o álcool, um amigo que convivia com Silva nas ruas da Capital indicou o atendimento do Caps AD III, onde começou a primeira busca para sair do alcoolismo. “Mesmo convivendo com a doença, cheguei a passar em terceiro lugar para o curso de Agronegócio do Instituto Federal do Tocantins (IFTO). Não consegui continuar por conta do álcool”.

Iniciado o tratamento, Silva pôde ter acesso por meio da rede municipal de saúde ao cadastro habitacional da Prefeitura de Palmas. Após cumprir todos os requisitos, o paciente conseguiu adquirir sua primeira casa no Conjunto Habitacional Recanto das Araras, na região sul da Capital. “A partir daí montei minha empresa de jardinagem e hoje, além de conseguir viver com independência, também emprego pessoas e as ajudo da mesma forma que fui ajudado”, completou.

Com qualidade de vida e acompanhado pelo Caps AD III, Silva afirma que a fé foi a grande responsável para vencer a batalha contra o álcool. “Não consegui sozinho. Muitas pessoas me ajudaram e precisei de muita força de vontade para chegar até aqui hoje. A abstinência era forte, mas eu sempre fui maior. Minha fé me salvou”, finalizou.

A doença

Segundo o Ministério da Saúde, o álcool é a droga lícita mais consumida em todo o mundo e a que mais afeta a população, pois é aceito socialmente e de fácil acesso às pessoas. O consumo abusivo de álcool (assim como das demais drogas lícitas e ilícitas) está presente em todos os contextos sociais, assim como nas distintas faixas etárias. Mais de 70% (74,6%) de toda a população brasileira já fizeram uso de álcool ao longo da vida (54,3% no caso de adolescentes).

Tratamento

A doença só tem controle por meio de tratamento. Por se tratar de uma dependência química, para a sua superação é necessário um atendimento multidisciplinar, unindo recursos de médicos, psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais e outros especialistas, atendimento esse que é oferecido integralmente no Caps AD III da Capital, localizado na Arno 12 (Alameda dos Jatobás APM-09), ao lado da Paróquia São Judas Tadeu.

O coordenador administrativo do Caps AD III, o enfermeiro Marcos Augusto Jusselino Tavares, informa que o Caps busca trazer uma reinserção familiar, social e comunitária. Ele explica que ao chegar ao Caps, o paciente passa por uma anamnese (conversa inicial), na qual são expostas as situações que o trouxeram ao estabelecimento de saúde. A equipe multiprofissional avaliará o caso e recomendará o melhor plano terapêutico, que consiste em trabalhar com o sentido de vida do paciente, respeitando os aspectos psicológico, social e biológico.

Serviço

O quê: atendimento no Caps AD III

Onde: Arno 12 (Alameda dos Jatobás APM-09), ao lado da Paróquia São Judas Tadeu – antiga 105 Norte

Horário: 24 horas por dia, sete dias por semana

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