Agosto Dourado: Aleitamento materno deve ser mantido mesmo durante tratamento de doenças infecciosas

  No mês dedicado ao incentivo à amamentação, especialistas da rede municipal abordam o tema

Agosto Dourado: Aleitamento materno deve ser mantido mesmo durante tratamento de doenças infecciosas

  No mês dedicado ao incentivo à amamentação, especialistas da rede municipal abordam o tema

Sejam mães de primeira viagem ou as mais experientes, as dúvidas sempre
surgem quando o assunto é amamentação, as mais frequentes são: “E se a mãe
estiver em processo de tratamento de alguma doença infecciosa é preciso parar
de amamentar?”; “O bebê pode contrair o vírus pelo leite?”. A pediatra da
Secretaria de Saúde de Palmas (Semus), Patrícia Póvoa, explica que  a
recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é sempre que possível
manter a amamentação.

 


“Dentre as principais vantagens de amamentar está o fato de que a
criança amamentada ao seio está protegida contra alergias e infecções,
fortalecendo com os anticorpos da mãe e evitando problemas como diarréias,
pneumonias, otites e meningites. Além disso, a amamentação favorece o
desenvolvimento dos ossos e fortalece os músculos da face, facilitando o
desenvolvimento da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na
dentição”, explica a pediatra.

 


Nem todas as mães com doenças infecciosas devem interromper a
amamentação, principalmente nos seis primeiros meses de vida. A falta de
conhecimento é o que leva a contraindicação do aleitamento materno para mães
com doenças transmissíveis, uma vez que  a amamentação oferece mais
benefícios do que riscos à vida da criança.

 


Há um número muito limitado de doenças em que a amamentação está contra
indicada. No Brasil, somente as mulheres portadoras do HIV (vírus da
imunodeficiência humana) e do HTLV (vírus T-linfotrópico humano) têm
contraindicação para amamentar os filhos, e portadoras de herpes na mama em atividade.

 


Quem também defende a aleitamento materno até os seis meses de vida é a
pediatra, da Fundação Escola de Saúde, Gecilda Ramalho. “Além de tudo a
amamentação é mais prática, mais econômica e evita o risco de contaminação no
preparo de outros leites. É comprovado que o aleitamento materno cria um
vínculo entre a mãe e o bebê, proporcionando maior união entre eles. Há estudos
que também sugerem que as crianças amamentadas são mais tranquilas,
inteligentes e mais felizes. O leite materno é  rico em imunoglobulinas
que ajudam na defesa do bebê, além de que o ato de amamentar promove segurança,
carinho e amor”, explica a pediatra.

 


Doenças infecciosas 


 

A tuberculose é transmitida pela respiração e o bacilo transmissor não
está presente no leite materno. Mas durante a amamentação alguns cuidados são
necessários, caso a mãe esteja fazendo uso de medicamentos contra tuberculose,
a pelo menos duas semanas não há problemas em amamentar o bebê. Caso não tenha
ingerido o medicamento antes de duas semanas do início da amamentação, ela deve
usar máscara.

 


Doenças com tratamento específico, como a hanseníase, a mãe pode retirar
o leite e oferecer ao bebê na forma crua. A retirada deve ser feita de sete a
oito vezes por dia para que a mãe mantenha a lactação e não cesse a produção de
leite depois que estiver curada. Mesmo no caso das doenças em que o vírus se
aloja no leite, há a possibilidade de manter o aleitamento. É o caso da zika, chikungunya, dengue e febre amarela, por exemplo. “Ao ingerir essas
partículas junto com o leite materno, elas vão passar pelo estômago, sofrer a
ação do próprio suco gástrico e enzimas, e assim, perdem o poder de infecção”,
explica Gecilda.

 

 




Edição e postagem: Lorena Karlla