
Arena Fesp: profissionais de saúde avaliam os desafios e os aprendizados na luta contra o coronavírus
Debate foi mediado pela médica especialista em Saúde da Família e Comunidade Patrícia Póvoa
O segundo dia de Arena do Conhecimento Fesp, ocorrido nesta quinta-feira, 03, começou com um bate-papo com os trabalhadores da Rede de Saúde de Palmas, que atuam na linha de frente no cuidado e tratamento dos pacientes suspeitos ou infectados pelo vírus causador da Covid-19.
A mesa-redonda, conduzida pela tutora e médica especialista em Saúde da Família e Comunidade Patrícia Póvoa, contou com a colaboração das palestrantes Edineuza da Silva Brandão, que atua na Unidade Básica de Saúde como agente comunitária; Tetrynha Reis, enfermeira da Estratégia Saúde da Família; Dhuliet Keterine, enfermeira da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Osvaldo Pinto Neto, médico da UPA Norte e plantonista da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Palmas (HGP).
Na ocasião, os profissionais compartilharam suas vivências e percepções a respeito das estratégias desenvolvidas para o enfrentamento da Covid-19 na Rede Pública de Saúde da Capital.
A agente comunitária de Saúde Edineuza Brandão relatou o sentimento de insegurança vivido no início da pandemia. “Esse momento nos trouxe muitas apreensões e receio de como seria o nosso trabalho com a população, de que forma seriam os atendimentos sem nos contaminarmos. Mas não podíamos deixar de prestar um serviço de qualidade à comunidade, então fomos nos organizando, criando estratégias e, assim, não deixamos de atender nenhuma pessoa durante todo este período”, frisou a profissional.
As enfermeiras Tetrynha e Dhuliet fizeram uma análise dos principais desafios que os profissionais enfrentaram no decorrer deste ano. A capacitação de pessoal diante da expansão dos atendimentos, a reorganização do processo de trabalho na atenção básica e as medidas necessárias para a proteção e promoção da saúde física e mental dos profissionais e trabalhadores da saúde foram citados por ambas como os grandes desafios deste período. “Quando foram notificados os primeiros casos, as pessoas corriam contra o tempo. O problema se tornou um desafio, especialmente para muitos profissionais de saúde que faziam parte da linha de frente do atendimento. A nossa realidade inicialmente foi sem muita informação sobre as formas eficazes de tratamento e, em alguns locais, com pouco acesso a recursos de proteção”, contou a enfermeira Dhuliet.
Já o médico Osvaldo Neto avalia o ano de 2020 como um período de aprendizagem e evidência da importância do trabalho oferecido pela Rede Pública de Saúde. “Encontramos um cenário totalmente adverso do que já vínhamos trabalhando até o momento, tínhamos que lidar com um vírus novo, doença nova e sem saber como ela iria reagir dentro da nossa realidade. Não sabíamos como seriam os primeiros casos, as reações, as abordagens, as condutas e estratégias. Mas vencemos este primeiro momento e sem dúvida aprendemos muito”, avaliou.