Foto: Com a chegada do calor é preciso ficar atento às aranhas marrons. Examinar roupas de cama e banho, sofás, travesseiros, almofadas e calçados antes de usá-los é um hábito que deve ser retomado. Foto: Rogério Machado/SMCS(arquivo)
16 fevereiro 2018 às 12:39

Biólogo da Semus orienta sobre cuidados com aranhas nesse período de chuvas

A aranha marrom tem hábitos noturnos e aloja-se em locais quentes e secos

Os cuidados para evitar
acidentes com aranha-marrom (loxosceles) devem ser redobrados nos meses de
chuva. “A melhor forma de prevenção é a limpeza freqüente das casas, nos
locais onde a aranha costuma se esconder”, alerta o biólogo da Unidade de
Vigilância e Controle de Zoonoses de Palmas (UVCZ), Jorge Luiz de Souza.

 

Palmas conta com um sistema
integrado para atendimento dos casos de loxoscelismo, disponíveis nas 34
unidades de saúde e também na Unidade de Pronto Atendimento. Na rede municipal
de saúde, o atendimento aos acidentes por aranha marrom é definido por um
protocolo técnico, que serve como subsídio aos profissionais da área. Com base
no protocolo, os profissionais da UVCZ foram capacitados, além de médicos e
enfermeiros da Rede de Saúde da Capital.

 

O protocolo orienta o
diagnóstico, a conduta adequada de acordo com a gravidade do caso e as medidas
de prevenção. Nas unidades de saúde 24 horas, as vítimas de picadas recebem,
além da atenção básica, o tratamento soroterápico.

 

Hábitos

 

A aranha marrom tem hábitos
noturnos. Aloja-se geralmente em locais quentes e secos: atrás de quadros,
móveis, cortinas e rodapés; nas frestas em geral; sótãos e porões; em roupas
penduradas, roupas de cama e banho e em locais pouco freqüentados ou empoeirados.

 

Para capturar presas e
depositar seus ovos, constrói teias irregulares, com aspecto de algodão
esfiapado. Não é agressiva, picando somente quando se sente ameaçada – ao ser
pressionada contra o corpo da vítima, por exemplo.

 

A picada da aranha marrom é
praticamente imperceptível, o que dificulta a identificação das circunstâncias
do acidente. Raramente a picada da aranha marrom forma lesão imediata. Os
sintomas evoluem lentamente e nas primeiras horas lembram picada de inseto. O
quadro pode evoluir para duas formas clínicas. A cutânea, que representa 99%
dos casos, é caracterizada por em dor em queimação, edema endurado e eritema no
local da picada, sintomas pouco valorizados pelo paciente. Os sintomas se
acentuam entre 24 e 72 horas após o acidente.

 

Já na forma
cutânea-visceral, a vítima apresenta palidez, icterícia e urina escura,
sintomas que aparecem nas primeiras 36 horas após a picada. A evolução
cutânea-visceral não tem sido registrada em Palmas nos últimos anos. Os casos
graves podem evoluir para insuficiência renal aguda – principal causa de morte
por loxoscelismo -, que surge de dois a cinco dias depois do acidente.

 

Cuidados

 

A vítima de aranha marrom
deve aumentar a ingestão de líquido; manter a lesão limpa; evitar exposição ao
sol e banhos quentes; retornar ao serviço de saúde nas primeiras 36 horas e,
diariamente, até cinco dias, nos casos moderados. O paciente não deve manusear
a lesão nem colocar produtos caseiros.

 

O biólogo da UVCZ, Jorge
Souza, complementa que a população deve tomar os seguintes cuidados para se
prevenir de acidentes com a aranha marrom: observar roupas e calçados antes de
vesti-los; vistoriar roupas de cama e banho; fazer limpeza periódica atrás de
quadros e objetos pendurados; manter os ambientes ventilados; eliminar teias;
evitar o acúmulo de materiais de construção e vedar frestas ou buracos nas
paredes.

 

 

(Edição/postagem: Iara Cruz)

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