Cápsula criada por servidor do Samu aumenta segurança no transporte de pacientes de Covid-19
A ideia foi proporcionada pelo técnico em enfermagem do Samu Leonardo Soares da Silva. Segundo ele, a iniciativa surgiu após a dificuldade dos colegas em fazer toda a higienização das ambulâncias depois de carregar suspeitos da doença no veículo
O Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência (Samu) conta agora com um novo equipamento capaz de proporcionar
mais segurança aos pacientes suspeitos do novo coronavírus (Covid-19) e aos
profissionais de saúde. Isso porque a equipe do órgão criou duas cápsulas de
proteção acopláveis às macas das ambulâncias para prestar atendimento às
pessoas suspeitas da doença.
A ideia foi proporcionada pelo
técnico em enfermagem do Samu Leonardo Soares da Silva. Segundo ele, a
iniciativa surgiu após a dificuldade dos colegas em fazer toda a higienização
das ambulâncias depois de carregar suspeitos da doença no veículo. “Vimos que o
processo de limpeza demorava mais de uma hora, além de todo esforço físico que
eles tinham que fazer. Por este motivo, resolvi pesquisar e vi exemplos das
cápsulas em Brasília (DF), a partir daí notei que era possível aplicar a
técnica também em nossos serviços na Capital. Agora com a cápsula a
higienização leva somente em torno de 20 minutos”, conta.
Uma das estruturas da cápsula
envolve cano PVC e cobertura de plástico, já a outra é feita com ferro e
plástico também. O paciente faz a ligação no Samu e o médico faz a triagem por
telefone e verifica se realmente se confirma a suspeita de Covid-19. Na
prática, a cápsula de proteção impede que gotículas produzidas pelo paciente
atinjam a equipe, o interior da viatura e o que estiver à sua volta, reduzindo,
assim, o potencial de contaminação. “Apesar de termos Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs) bem sofisticados, nos sentimos mais seguro com as cápsulas,
tanto para os profissionais como para os pacientes. Desta forma estamos com
dupla proteção”, completa.
De acordo com o técnico de
enfermagem, a quantidade de atendimentos com as cápsulas varia de acordo com a
demanda na cidade. Porém, todos os dias elas são utilizadas. “O projeto foi
todo realizado com doações. Cada uma saiu em torno de uns R$ 200 reais. Por
enquanto, essas duas estão atendendo nossas necessidades, mas se for necessário
fabricaremos mais”.
Ainda de acordo com Silva, o
próximo passo da equipe será a climatização das cápsulas. “Queremos climatizar
as duas cápsulas para melhorar o bem-estar do paciente, porque apesar de o
transporte ser rápido, que dura em torno de 15 minutos, o equipamento é quente,
uma vez que é totalmente fechado com plástico”, enfatiza.
O servidor ainda destaca que a ideia já foi copiada por uma empresa de transporte de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Capital e também já está sendo estuda para implantação por outras instituições de saúde. “Elas já pegaram o projeto e pretendemos passar a ideia para outros municípios. Ficamos felizes com a iniciativa, porque afinal a ideia é salvar vidas e não contaminar as pessoas com a doença”, observa.
Contágio
Segundo a Organização Mundial
de Saúde (OMS), a transmissão do novo coronavírus costuma ocorrer no contato
com infectados, por meio de secreções, como: gotículas de saliva; espirro;
catarro e tosse. Além de toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies
contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos, que também podem
transmitir o vírus.