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06 julho 2015 às 17:52

Da aldeia para os gramados: Arú, o atancante indígena

“Como a corrida de tora e o arco e flecha, o futebol também é forte na cultura indígena”, revela o novo atacante do Palmas Futebol e Regatas, Paulo Aritana Sompre, mais conhecido como Arú, atleta indígena da etnia Gavião Kyikatejê (Pará). Jogador profissional há oito anos, Arú é reforço do Palmas e novo padrinho da cidade sede dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, ao lado do piloto Felipe Fraga.


“Mas não é só o futebol”. Arú defende que o esporte em si é um fator que define a cultura indígena. “É natural do indígena ser guerreiro. Sempre pronto para uma batalha. Então usamos o esporte diariamente para desenvolver o corpo e a mente, e trabalhar integrado com a natureza. Então para mim é uma honra ser padrinho e ajudar a divulgar os jogos mundiais indígenas.”


Arú, que nasceu em uma aldeia no sudoeste do Pará, só entra em campo com o rosto pintado de urucum e jenipapo. “Gosto de jogar pintado. Me sinto mais forte assim”. Para ele, além de uma batalha a ser vencida o futebol é, sobretudo, integração. “No futebol você aprende a trabalhar em equipe. Você precisa enxergar seus companheiros como iguais que lutam por um mesmo ideal. E isso ajuda a gente a crescer sem preconceito, respeitando os outros.”


Apesar de recém-chegado à Capital do Tocantins, Arú também possui raízes tocantinenses. “Meu pai é Xerente. Antes de mudar para o Pará, onde eu nasci, ele se casou aqui. Então eu tenho irmãos Xerente que moram no Tocantins e vou visitá-los em breve pra pegar tintas e celebrar”, conta o atleta.


Para o secretário extraordinário dos Jogos Indígenas, Hector Franco, a escalação de Arú como padrinho do evento é um exemplo de complementariedade entre culturas. “Arú se soma agora a Felipe Fraga, nosso querido padrinho não indígena, mostrando que Palmas e os JMI2015 são um exemplo de integração”, conclui.