
Dia Internacional de Eliminação da Discriminação Racial é lembrado na Câmara de Palmas
O presidente da Casa de Leis, vereador José Lago Folha, disse que fará um estudo para destinação de fundos para o conselho.
O Conselho Municipal de Promoção da
Igualdade Racial (Compir) esteve representado na manhã
desta quarta-feira, 21, na Câmara Municipal de Palmas, em alusão ao
Dia Internacional de Eliminação da Discriminação
Racial, lembrado no dia de hoje.
Durante encontro, o presidente da Câmara Municipal, Vereador José Lago Folha, e o representante do Conselho que também é superintendente Municipal de Igualdade Racial (Supir),
Nélio Lopes, elencou algumas demandas para o setor, como
alocação de recursos para a execução de políticas
públicas, campanhas, atividades de
conscientização e amparo as vítimas de racismo e preconceito, alem
de propor à Casa de Leis, uma alteração na Lei Orgânica
do Município, para que se crie um capitulo que trate
especifica.
O presidente da Casa de Leis, vereador José Lago Folha, disse
que fará um estudo para destinação de fundos para o
conselho.
Nelio Lopes ressaltou que 70% da sua população de
Palmas é negra, conforme dados do IBGE.
“Precisamos de um capitulo especifico na Lei Orgânica do
Município para tratar de assuntos relacionados a este público”,
disse.
Em que pese o feminicídio (assassinato de uma mulher pelo fato de ser
mulher), para o superintendente, está havendo uma
desvalorização da vida de forma gritante. “Segundo
o Núcleo de Mulheres, a Capital lidera proporcionalmente
a violência doméstica, e maioria
dessa violência domestica é sofrida por mulheres negras”, disse.
De acordo com a coordenadora Clínica do Núcleo Henfil e representante da
Saúde no Compir, Roberta Barajás, o número de mulheres negras portadoras de HIV
em Palmas supera o número de mulheres brancas. “Por uma questão cultural
lutamos para que estas mulheres tenham o mesmo acesso e
atendimento na rede de saúde pública como as demais mulheres
infectadas”, disse.
Dados assustadores
Pesquisa do IBGE revela que o número de assassinatos
motivados por feminicídio cresceu 1.100%, nos últimos dez anos,
sendo que 20% envolvendo mulheres negras.
– A cada 7.2 segundos uma mulher é
vítima de violência física. (Fonte: Relógios da Violência, do Instituto Maria da
Penha)
– Em 2013, 13 mulheres morreram
todos os dias vítimas de feminicídio, isto é, assassinato em função de seu
gênero. Cerca de 30% foram mortas por parceiro ou ex. (Fonte: Mapa da Violência 2015)
– Esse número representa um
aumento de 21% em relação a década passada. Ou seja, temos indicadores de que
as mortes de mulheres estão aumentando.
– O assassinato de
mulheres negras aumentou (54%)
enquanto o de brancas diminuiu (9,8%). (Fonte: Mapa da Violência 2015)