27 outubro 2015 às 10:10

Documentário As Hiper Mulheres: Itão Kuêgu atrai público na Oca da Sabedoria

Nesta segunda-feira, 26, a Oca da Sabedoria, na Vila dos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, foi palco de uma mostra de cinema. Depois de ser premiado, em 2012, em importantes festivais de cinema do Brasil, Hollywood, Vancouver e Amsterdam, o documentário As Hiper Mulheres: Itão Kuêgü finalmente chega a Palmas, durante os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI).

 

O documentário, que mistura realidade e um pouco de ficção, conta o drama de um velho índio da tribo Kuikuro que, com receio de que sua esposa venha a falecer em breve, pede para que a comunidade realize para ela, pela última vez, o Jamurikumalu, um famoso ritual de canto, feito apenas pelas mulheres do grupo. As moças, então, começam a ensaiar, mas têm dificuldades, porque a única cantora que, de fato, sabe todas as músicas da cerimônia está muito doente.

 

As Hiper Mulheres foi filmado pelos próprios Kuikuros, com direção dos cineastas Takumã Kuikuro e Leonardo Sette, além do antropólogo Carlos Fausto.

 

Para o cineasta Takumâ Kuikuro, os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, foi uma oportunidade para divulgar a película e a vida dos povos da aldeia. “No desenrolar da história é possível conhecer mais a respeito da realidade dos índios dessa tribo, localizada no Alto do Xingu, em Mato Grosso: as músicas tradicionais e sagradas, o cotidiano, o bom humor e as relações de gênero. Ainda de acordo com Kuikuro, o evento é uma oportunidade de fazer trocas de experiências com todos os outros povos indígenas.

 

A professora Viviane Mena Barreto estava acompanhada de um grupo de estudantes de comunicação e publicidade, do Pará. Para ela o filme é libertário. “É sensacional. É outra temporalidade, é outra estética, é muito libertário,” disse.

 

Pela primeira vez nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, o mecânico Elio Cesar gostou do espaço Oca da sabedoria. “Cheguei agora e estou começando a gostar do filme,” concluiu.

 

A fotógrafa paulista Izabela Diniz ficou encantada com o documentário. “O filme retrata o Brasil desconhecido pela maioria dos brasileiros”, disse.

 

Dirigido por Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kiukuro, o filme as Hiper  Mulheres tem duração e 80 minutos, e retrata o cântico das mulheres indígenas da aldeia Ipatse, de Alto Xingu, no Mato Grosso.