
Escola Marcos Freire recebe visita de indígena para momento de interação
Os alunos da Escola
Municipal de Tempo Integral (ETI) Marcos Freire, localizada no Assentamento
Marcos Freire, zona rural de Palmas, tiveram uma manhã de atividades diferentes
nesta quarta-feira, 22. O motivo da saída da rotina escolar se deu devido à
visita de um representante indígena da etnia Krahô Kanela, que esteve na ETI
para conversar com os educandos.
A ação faz parte do
Projeto Político Pedagógico da ETI e teve o objetivo de mostrar para os alunos
a importância dos povos indígenas, e fazer com os mesmos pudessem interagir com
um indígena e tirassem suas dúvidas sobre o modo de viver, cultura, tradições e
ritos dos povos indígenas.
Presidente da União
dos Estudantes Indígenas do Tocantins (UNEIT), Wagner Katamy Krahô Kanela, que
estuda Administração na Universidade Federal do Tocantins (UFT), conversou com
os alunos sobre a importância do encontro. “Momentos como esse são muito
importantes para nós indígenas porque podemos mostrar um pouco da nossa
cultura, de como nós vivemos na aldeia, falar da nossa realidade, de nossa
luta, principalmente no que diz respeito a questão territorial tanto do meu
povo, quanto dos outros povos indígenas do Estado do Tocantins”, garantiu.
A visita contou
também com a presença da representante do Conselho Indigenista Missionário
(CIMI), Sara Sánchez, que falou para os alunos sobre as etnias existentes no
Estado, suas línguas, territórios, costumes, danças e ritos.
Para Sara, a causa
indígena é de todos nós e não apenas a luta dos povos indígenas. “Nós da
CIMI temos um trabalho de levar informações às universidades, escolas e centros
de pesquisa, buscando sempre mostrar para a sociedade a importância dos povos
indígenas para nossa sociedade, porque sabemos que o preconceito só cresce pela
ignorância e pela falta de informação. Por isso, encontros como esse são de
suma importância, porque se você conhece, aprende a respeitar e a valorizar. As
crianças são extremamente importantes nesse trabalho porque se tornam sujeitos
de transformação junto à sociedade, afirmou.
Quem aprovou a
iniciativa de levar palestrantes à escola foi Pedro Henrique Carvalho, aluno do
5º ano, que se disse encantado com tudo que viu e ouviu. “Eu aprendi que
os índios têm seus direitos e deveres como todos nós. Outra coisa que achei
muito bacana foi a forma de viver deles, a dança, os rituais e o artesanato
indígena que é muito criativo”, avaliou.