Espaço Cultural: escritores contam sobre sua experiência nesses 25 anos
Integrantes das academias Palmense e Tocantinense de Letras defendem que o complexo cultural é fundamental para a Capital e o Estado
Com suas proporções grandiosas e arquitetura audaciosa, o Espaço Cultural José Gomes Sobrinho já impressionava quando estava sendo construído. É o que relembra dois escritores e frequentadores assíduos do complexo cultural, que falam de suas primeiras lembranças desse grande monumento da Capital e como impactou suas carreiras na literatura. Edson Cabral e Tião Pinheiro contam que acompanham o Espaço Cultural desde a sua obra, que já apontava sua grandiosidade. Nesse domingo, 26 de setembro, o Espaço Cultural de Palmas completa 25 anos festejando a sua consolidação do como símbolo da cultura regional.
“Visitei o canteiro de obra do Espaço Cultural e fiquei emocionado, pois era muito grandioso. Lembro que o complexo, ainda em construção, recebeu um show do músico Oswaldo Montenegro”, recorda Tião Pinheiro, jornalista, escritor e poeta. Ele detalha que tomou posse na Academia Tocantinense de Letras (ATL) em 1999 e destaca dois grandes momentos para ele no local, que foram os lançamentos dos seus livros ‘De sonhos e de construção’, em 2008, e ‘Alma Leve’, em 2015. “O primeiro lançamento fez parte do projeto Tião Cidadão, quando recebi o Título de Cidadão Tocantinense, lancei o livro e um CD com as poesias musicadas, no Theatro Fernanda Montenegro e com telão na grande praça”, narra.
Cultura
Meu pai, que era uma artista, tocador de violão, dizia que a arte é o espelho da alma. “E foi a arte e a produção cultural, inclusive no formato virtual, que impediu que a tragédia da pandemia da Covid-19 fosse ainda maior, que garantiu uma válvula de escape nos momentos de isolamento. A cultura nos cutuca para a cidadania, a busca da dignidade e para a espiritualidade, é fundamental na construção de uma cidade e de uma sociedade”, pontua Tião Pinheiro.
Ele ressalta que participou de muitos eventos no local, a exemplo de debates como jornalista e como escritor, e frisa que além do espaço físico, é fundamental a elaboração de uma política cultural permanente e nesse sentido o Espaço Cultural de Palmas já teve momentos maravilhosos, com grandes projetos.
Divisor de águas
“Eu acompanho o Espaço Cultural desde sua construção e estive presente na sua inauguração em 1996. Participei muito como público, sempre presente nas apresentações, como organizador de atividades e dirigindo espetáculos. Lembro que a minha primeira participação foi fazendo um texto de espetáculo de dança e dando suporte na organização da apresentação”, detalha Edson Cabral, administrador, escritor e servidor público. Cabral é um dos membros da Academia Palmense de Letras (APL) e um dos organizadores do Terça Literária, evento com objetivo de difundir a produção literária de escritores tocantinenses.
“O Espaço Cultural foi um divisor de águas na construção de Palmas, deu contorno para cidade. O complexo fica em uma área central, preservando uma grande área verde, às margens do córrego Brejo Comprido, deixando um amplo espaço urbano livre e aberto. Além do fomento a cultura, integrando o local com periferia através dos projetos com as escolas, é um grande disseminador da cultura local, nacional e internacional”, explica Cabral. Cronista, Cabral recorda-se de uma coletânea de crônicas lançada no 25º Aniversário de Palmas, ‘Crônica de uma nova cidade’, com a participação dos membros da APL escrevendo sobre a Capital.
Os dois escritores frisaram que a cultura é fundamental nesses novos tempos que estamos vivendo, passando por uma pandemia, por novos contornos políticos e um Brasil transbordando problemas e desafios. Ambos avaliam que nesses momentos de turbulência e desafios, a cultura será essencial para a compreensão e reconstrução do novo viver.