Especialistas orientam sobre a pulverização do fumacê e descartam risco à saúde humana
Trabalho de pulverização começou nessa última quinta-feira, 31, nas regiões Sul e Norte da Capital
A Prefeitura de Palmas
adotou essa semana mais uma ação para combater o mosquito transmissor da
dengue, chikungunya e zika na Capital – o fumacê, que é a pulverização concentrada
de inseticida pelas quadras da cidade. O
trabalho começou nesta última quinta-feira, 31, nas regiões Sul e Norte do
município, onde dois carros pulverizam as quadras com maior número de
notificações de focos do mosquito e também da dengue.
Para tirar as dúvidas da
população em relação à aplicação do inseticida usado nos carros, conversamos
com duas especialistas da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ)
de Palmas, as biólogas Betânia Costa e Lara Betânia e também com o médico infectologista,
Alexandre Janoti.
Lara Betânia explica que o
fumacê funciona com a aplicação em três ciclos que estão sendo realizados neste
primeiro momento, nas regiões com maior incidência de casos. A aplicação do
produto segue os protocolos regulamentos pelo Ministério da Saúde. “Diversos
estudos mostraram qual a quantidade de inseticida uma pessoa estaria exposta
(pela pele e por inalação), mesmo se fosse uma criança que estivesse fazendo
uma atividade física, apenas de calção e sem camisa, a cerca de mais de sete
metros da passagem de um veículo aplicando UBV, o risco é insignificante, pois
a soma da quantidade inalada e em contato com a pele seria bem pequena”,
observa a bióloga.
A bióloga e gerente da UVCZ
Betânia Costa ressalta ainda que o uso do fumacê é mais uma ação que a
Secretaria da Saúde adotou para o combate e prevenção do Aedes aegypti. “O Ministério da Saúde preconiza dentro do Plano
Nacional de Controle do Aedes aegypti
a aplicação de larvicidas, mas sabemos que a eliminação de criadouros depende
ainda mais da conscientização popular”, disse, pontuando que o fumacê e outras
aplicações de inseticidas residuais entram em cena somente para ajudar na
eliminação do vetor.
A bióloga lembra que o inseticida do fumacê mata mosquitos adultos (machos e fêmeas) e para isso eles precisam estar voando. “Para a boa efetividade da pulverização depende de questões climáticas, sendo que se o vento estiver forte leva o inseticida embora. Não pode estar chovendo e há horários específicos em que a nuvem do produto percorre o espaço necessário para atingir o mosquito”, diz Betânia.
A gerente ressalta que
quando o carro de UBV passa em uma rua, se a casa tiver muro alto, por exemplo,
o veneno não chega até o fundo da casa, portanto não vai eliminar mosquito
algum. Além disso, o fumacê não tem ação residual, ou seja, aquela larva que está
no vaso de planta não será eliminada. O que reforça a importância do morador
manter seu quintal limpo.
O médico infectologista
Alexandre Janoti faz uma observação sobre o fumacê. “O produto usado para o
combate ao Aedes aegypti é jogado em
doses capazes de matar o mosquito e não de prejudicar a saúde humana. O
problema é o uso indiscriminado de inseticidas. O inseticida serve para
bloquear epidemias e não podem ser usados sem o devido controle”, adverte,
acrescentando que em alguns casos específicos de pessoas alérgicas, que devem evitar o contato direto com a
fumaça do inseticida.
A Secretaria de Saúde de
Palmas continua desenvolvendo um intenso trabalho no combate ao mosquito
transmissor da dengue, zika e chikungunya, com ações norteadas pela Vigilância
Epidemiológica e também UVCZ no controle e monitoramento da dengue. Além disso,
a rede de saúde da Capital tem utilizado todos os mecanismos possíveis no
combate à proliferação do mosquito, bem como no atendimento adequado para os
casos de suspeita da doença.
Edição e postagem: Iara Cruz