27 agosto 2017 às 10:51

Experimento Mandacaru Contra o Câncer, de alunas da rede municipal, participa de Prêmio na Colômbia

Elas vão representar Palmas na Feira Científica “Yo amo la ciência”, organizado pelo Departamento de Desenvolvimento Científico da Colômbia (Colciencias)

Planta pouco utilizada, o mandacaru chamou atenção de três alunas do 9º ano da Escola Municipal Beatriz Rodrigues, na quadra Arno 42. Heloísa Faustina Gama, Ana Beatriz de Loiola Mesquita e Maria Vitória Canevari, todas com 15 anos. Orientadas pela professora de Ciências Francisca da Silva Cirqueira, elas resolveram desenvolver uma pesquisa com o uso do chá de mandacaru para combater células cancerígenas. Após várias etapas, o sucesso da pesquisa foi tanto que o projeto Mandacaru Contra o Câncer foi selecionado durante a Feira de Empreendedorismo, Ciência, Inovação e Tecnologia (Fecit 2016), para representar Palmas no Encontro Latinoamericano na Colômbia, em setembro de 2017.

 

A feira científica Yo amo la ciência, que ocorre anualmente em Bogotá, é organizada pelo Departamento de Desenvolvimento Científico da Colômbia (Colciencias). “Saber que nosso trabalho vai ser avaliado em outro país, é sensacional. Mas, ao mesmo tempo, dá um friozinho na barriga”, revela Ana Beatriz.

 

“Nosso objetivo foi pesquisar uma planta de baixa toxidade para saber quais benefícios que ela pode trazer para a sociedade e se pode ajudar contra o desenvolvimento do câncer. Após diversos testes com componentes químicos, conseguimos comprovar que o mandacaru possui vários componentes que podem ajudar na retardação do câncer”, conta Maria Vitória.

 

No início, as estudantes desenvolveram a pesquisa com o mandacaru com equipamentos básicos, como o motor de aquário e tubos de ensaios. Na prática, elas liberaram uma quantidade do chá de mandacaru em cima das artêmias (espécies vivas, pequenos crustáceos da família dos camarões; é comum seu uso para ração aos peixes) e deixaram em uma temperatura ambiente por 48 horas. “Com isso, percebemos que a toxicidade do mandacaru matou as artêmias, as quais têm a mesma resistência das células cancerígenas”, conta a professora Francisca.

 

Após o sucesso do experimento feito na escola, as pesquisadoras foram convidadas para desenvolvê-lo no laboratório da Universidade Federal do Tocantins (UFT), visando uma melhor comprovação científica. “Com o mandacaru conhecemos como funciona um laboratório profissional e aprendemos todo o processo de comprovação científica”, diz a estudante Heloísa.

 

As alunas e a professora estão estudando língua espanhola especialmente para a viagem à Colômbia. “Saber que nosso projeto foi reconhecido foi algo muito bom pra gente. Fomos surpreendidas com essa viagem para Bogotá. A expectativa é grande e estou ansiosa”, diz Maria Vitória.

 

O rigor científico do Mandacaru Contra o Câncer foi o critério principal para que o professor Dr. Ivo Leite credenciasse o projeto como representante da Fecit Palmas no Encontro Latinoamericano na Colômbia. A equipe viaja dia 27 de setembro para a capital colombiana.



Edição: Lorena Karlla



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