14 outubro 2011 às 15:20

FCP realiza encontro entre classe teatral e o ator Cacá Carvalho

A Fundação Cultural de Palmas realiza uma conversa sobre teatro com o ícone da dramaturgia brasileira, o ator Cacá Carvalho neste domingo, 16, no Centro de Criatividade do Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, às 16h. Podem participar do encontro, classe teatral, artistas circenses, professores e estudantes de artes e comunicação e simpatizantes desta temática.


Cacá Carvalho é reconhecido pelo grande público tanto por suas atuações no teatro como pelas participações em novelas de Silvio de Abreu na pele do emblemático personagem Jamanta, da Rede Globo. O ator se apresenta no Theatro Fernanda Montenegro neste sábado, 15, com o espetáculo “A Poltrona Escura: Três contos de Luigi Pirandello”.


“Se é verdade que se nasce ator, certamente Cacá Carvalho nasceu mais que os outros. E ainda tornou-se um ‘grande ator’. Mas, entre os grandes atores, Cacá cumpre um papel particular e isto graças a sua inquietude particular, que nasce sobretudo do conflito entre rigor e generosidade” destaca Roberto Bacci, diretor  com quem Cacá tem uma parceria constante há 22 anos.


Sobre o ator

Carlos Augusto Carvalho Pereira (Belém-PA, 1953). Ator e diretor. Intérprete com uma linha de trabalho muito própria e coerente, que lhe permite transitar tanto nas manifestações artísticas experimentais, como também no teatro tradicional.


Em 1978, integra o grupo de pesquisa selecionado por Antunes Filho para encenar Macunaíma. Reconhecido como brilhante revelação de intérprete, se mantém no papel título até desligar-se do grupo em Nuremberg, 1980, onde estagia com Arianne Mnouchkine.


Ao voltar ao Brasil decide abandonar o teatro e torna-se artesão, no município de Embu das Artes. Em 1982  produz e atua na montagem do espetáculo “O Teatro Maluco de Zé Fidélis”, numa pesquisa de rádio teatro no Brasil.


Em 1984 participa como convidado da montagem de Juca de Oliveira sobre “Othello” de Shakespeare. Em 1986 protagoniza Meu Tio, o Iauaretê, espetáculo dirigido por Roberto Lage, inspirado no conto de Guimarães Rosa, que projeta o trabalho de Cacá Carvalho como intérprete. O sucesso da realização leva-o a apresentar-se no Centro per la Sperimentazione e la Ricerca Teatrale, Pontedera, Itália, onde é assistido por Grotowski. A partir de então, torna-se colaborador do Centro, primeiramente como aluno, depois passa a ator da companhia, pedagogo e assistente de direção.


Como professor e diretor realiza duas direções para a Escola Livre de teatro de  Santo André: O Alienista, de Machado Assis, 1991 e Grande Sertão, adaptação de Luís Alberto de Abreu do romance de Guimarães Rosa, 1992.


De volta para Itália, numa encenação de Roberto Bacci atua em O Homem de Flor na Boca, de Luigi Pirandello, 1994, com o qual realiza uma excursão internacional. Protagoniza o espetáculo “25 Uomini” direção de François Khan , espetáculo baseado em conto de Plínio Marcos.


Protagoniza a famosa montagem de “Il Cielo per Terra” direção de Roberto Bacci, estudo sobre religiões e teatro. Espetáculo que girou toda Itália além de diversos países europeus, seja com espetáculo e seminários.


No Brasil em 1988 dirige Partido, baseado em texto de Ítalo Calvino, para o Grupo Galpão, de Belo Horizonte. Em 2003, volta a chamar atenção com um monólogo de Luigi Pirandello, A Poltrona Escura, novamente dirigido por Roberto Bacci produzido pelo SESC – SP em parceria com a agora Fondazione Pontedera de Teatro  estreado no SESC Belenzinho SP.


Na televisão, fez participações relevantes em novela, principalmente de Silvio de Abreu com direção de Denise Sarraceni, onde imortalizou o tipo Jamanta, que se tornou história na cultura televisiva. Ainda na rede Globo participa de experiências com Luís Fernando Carvalho com quem representa obras de Ariano Suassuna como “A Pedra do Reino”. Participa de 6 episódios do programa “Você Decide” de diversos autores e diretores.


No cinema, ressaltam-se experiências com Ugo Giorgetti “Jogo Duro”, e com direção de Pedro Bial, a adaptação de cinco contos de Guimarães Rosa com o titulo “Essas Estórias”.


Em 2005 funda com a colaboração do SESC- SP, a Casa Laboratório para as Artes do Teatro que manteve por dois anos atividades no SESC Belenzinho. Formando nesse Período 10 atores com os quais dirigiu obras como “A Sobra de Quixote” , “O Homem Provisório” e “Os Figurantes”. Produziu CDs de musica, filmes e junto com o SESC-SP lançou a tradução do último livro sobre Grotowski lançado pela Editora SESC em parceria com a editora Perspectiva.


Em 2006 recebe a comenda de cidadão honorário de Pontedera Itália. Mantém paralelo às atividades teatrais um intenso dialogo com outras linguagens.


No momento ainda em parceria com Roberto Bacci na Itália, realizou seu novo espetáculo, “O Hóspede Secreto” onde atua com uma atriz da Casa Laboratório, Joana Levi. Espetáculo resultante de pesquisa sobre a obra do ator e professor Frances Louis Jouvet.