
Figurinos transmitem a alegria e identidade das quadrilhas juninas
Esse é um dos itens que serão julgados pelos jurados durante o Arraiá da Capital
Durante as apresentações das
quadrilhas juninas no Arraiá da Capital, em Palmas, são julgados diversos itens
que darão a vitória ao grupo que mais encantar e atender aos critérios
exigidos. O figurino é uma dessas exigências e deve estar adequado à festa
junina e de acordo com estilo, enredo e criação da quadrilha junina.
Os jurados também deverão
apreciar a originalidade e a criatividade dos materiais utilizados na produção
do vestuário, dos membros gerais da quadrilha, do casal de noivos e do rei e da
dona da festa, a rainha. A diversidade regional também deve ser considerada, e
abrangerá a valorização das cores e do conjunto.
Cores, texturas, bordados e
muita criatividade são empregados para a produção de uma roupa junina. Tudo
começa com a idealização do tema que ser apresentado, a partir deste ponto cada
detalhe vai tomando forma, tudo para que o público identifique nos trajes a
mensagem que a junina deseja passar.
E o figurino não é composto
apenas pela roupa em si, mas abrange também a maquiagem, o penteado e até o
sapato escolhido para o grande dia. Tudo em harmonia e pensado nos mínimos
detalhes, como explica o quadrilheiro Átyla Diêgo Barbosa, de 25 anos. Inserido
no mundo junino desde 2014, tendo atuado como dançarino e coreógrafo de alguns
grupos de Palmas, Barbosa garante que o processo de criação exige esforço e
muita criatividade.
Pela Pizada da Butina,
Barbosa será novamente o rei, e a exemplo de anos anteriores, ele mesmo está
bordando o traje real que complementa o vestido da rainha, que este ano
representa Nossa Senhora Aparecida, temática escolhida por seu grupo. “A
motivação para tudo isso é o amor pelo São João. Esses papéis de mais destaque
na quadrilha exigem investimento maior e nada é barato”, explica o
quadrilheiro.
Ainda de acordo com Barbosa,
os grupos juninos participam de diversas competições e apresentações em outras
cidades tocantinenses e até em outros estados. “A escolha do tema é um processo
democrático, pois é votado pela maioria e então partimos para a apresentação da
história, montagem do repertório, trajes, maquiagem e o arranjo (penteado)”,
detalha.
Criatividade
O figurinista e gerente de
uma loja na Capital, Danilo Coelho, de 26 anos, esbanja criatividade quando o
assunto é quadrilhas juninas. O trabalho neste mundo tão colorido e que
transite tão bem a cultura nordestina começou há cerca de nove anos, na extinta
junina Luar da Serra. “Foi um começo tímido, momento em que fazia pequenas
interferências e criava os arranjos. Depois parti para outras quadrilhas e hoje
atuo apenas como prestador de serviços e atendo as mais diversas juninas.
Idealizo principalmente os trajes dos noivos e da rainha.
Sobre o processo de criação,
Coelho detalha que gosta sempre de produzir a roupa da rainha com algo bem temático.
“Em 2018 fiz o vestido da rainha da junina Cafundó do Brejo de 2018, Tainan
Barros, inspirado na boneca indígena Karajá e incrementado com as cores
vermelha, branca e verde que são características da junina em questão. Orgulho
ter concretizado este belo trabalho”, enaltece.
Outro figurino que deu o que
falar e ajudou na conquista do título de Rainha do Arraiá da Capital de 2018
para a jovem Ana Paula Pereira, da quadrilha Coronéis da Sucupira, também foi
criado por Coelho. Inspirado na mãe natureza, com muito verde, roxo, amarelo,
dourado e bordados em formato de folhas. “Gosto desses figurinos temáticos com
uma história de forte. O bom é viajar na ideia e esbanjar criatividade, tudo
pautado na pesquisa dos elementos alinhados a essa pegada teatral e artística”,
descreve.
Ainda sobre o processo de
criação, o figurinista explica que a ideia é moldada também de acordo com a
viabilidade financeira da junina. “Não existe um elemento essencial para um bom
figurino, mas tudo é pensando de acordo com a realidade da quadrilha”, informa.
Para Coelho é difícil
escolher qual traje marcou mais sua carreira, mas ele destaca que pretende
refazer um vestido de rainha confeccionado em 2014, nas cores preto e branco.
“Para este ano o público pode esperar muita coisa boa, como um vestido de
acrílico que promete tirar suspiros”, finaliza.
Revisão e postagem: Iara
Cruz