
#FiqueBemEmCasa: Aproveite o momento para criar uma convivência familiar saudável
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o mesmo ambiente por 24 horas do dia, durante os sete dias da semana, é o que
muitas famílias estão vivendo nesses últimos dias de isolamento social para
ajudar a evitar o avanço do novo coronavírus. Como já sabemos que o período
requer cautela e que realmente precisamos ficar mais tempo em casa, o
#FiqueBemEmCasa desta sexta-feira, 17, traz nesta reportagem dicas e
orientações de como aproveitar este momento para criar uma convivência familiar
saudável.
A
psicóloga e preceptora da Residência Multiprofissional em Saúde da Família e
Comunidade da Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp), Thaydja
Rhalline Lopes Campos, observa que neste período de distanciamento e isolamento
social é importante a construção de uma rotina e a organização das atividades
ao longo da semana. Isso pode ser pensado e elaborado junto com as crianças a
depender da faixa etária.
Thaydja
relata que a alteração da rotina diária e semanal, onde há flexibilização de
limites, horários e regras tanto em relação ao sono, comportamentos, uso de
tecnologia, alimentação e atividades educacionais, deve ser observada. “A
família continua sendo a instituição mais importante, é a responsável primária
pela educação das crianças, não podemos nos esquecer disso, papel que muitas
vezes é atribuído à escola e aos professores”, cita.
A
especialista lembra que a comunicação é a chave para uma boa convivência. “É um
momento formidável para exercitar o carinho, a conversa, perguntar sobre os
gostos e preferências dos filhos, escutar as ideias, fantasias, aventuras
imaginativas”, destaca.
Thaydja
orienta que pais evitem gritar, xingar, criticar, e dizer frases depreciativas do
tipo: “você não faz nada direito”; “não aguento mais você em
casa”; “não vejo a hora de você voltar para a escola”, entre outras. Também
aconselha a evitar castigos físicos como empurrar, bater e outras agressões.
Segundo a psicóloga, atitudes assim, geram ansiedade, irritabilidade,
agressividade, violência, insegurança, angústia, alterações no sono, alterações
no apetite, dificuldades de aprendizagem. “Com esses comportamentos, os pais
têm resultados diferentes e contrários aos desejados. Acredita-se (os
familiares/responsáveis) que com os comportamentos de punição e agressão vão
parar o comportamento, porém o que tem de resultado é um filho aflito,
indisciplinado, irritado e agressivo ou triste, inseguro, com medos e
ansiedade”, pontua.
A
publicitária Musa Dumont que é mãe do Thomaz Dumont Botelho (9 anos) e Thácio
Dumont Botelho (6 anos) descreve alguns sentimentos que ficaram mais aflorados
na família neste momento de isolamento. “Passamos a ter uma responsabilidade
ainda maior, pois além das tarefas diárias de toda mãe, tivemos que nos
reinventar para deixar em dia as demandas do trabalho. Passamos a realizar
atividades com os nossos filhos que antes eram atribuídas a outros
profissionais, como ensinar as tarefas da escola, fazer o treino do futebol,
organizar a rotina da casa, e ainda ter a sabedoria e paciência para entender e
mediar cada momento com eles”, relata acrescentando que ela e o esposo estão
tentando não se cobrar muito, pois sabem que os dois vêm buscando oferecer o melhor
para os filhos.
Thaydja
reforça ainda que a segurança da criança em períodos de isolamento deve ser
considerada, não somente a física quanto à emocional. Para a segurança física é
importante manter a distância de materiais de higiene e limpeza, medicamentos,
cosméticos, venenos. Cuidado com objetos perfuro-cortantes como lâminas, facas,
agulhas e outros, cuidado com queimaduras e outros que podem ser pesquisados e esclarecidos
com os bombeiros.
“Sobre
a segurança emocional é importante utilizar a linguagem adequada para a faixa
etária da criança, há problemas (financeiros, conjugais, sociais, doenças) que
as crianças ainda não possuem maturidade neurológica e emocional para lidar e
pouco podem fazer para mudar. Evitar colocar medos, ameaçar, chantagear, por exemplo
“vou te deixar só”; “vou embora e não volto mais”; “se
você não faz isso ou aquilo não vou gostar de você”; “se fizer isso
ou aquilo não vou te dar tal ou tal coisa”, sugere a especialista
destacando os índices crescentes de violência doméstica.
Seguem abaixo algumas
dicas para os pais aproveitarem melhor o tempo com as crianças
–
Leitura de livros, revistas, gibis, catálogos, recortar e colar, rasgar papéis;
–
Amassar papéis;
–
Fazer bolinhas com papéis e soprar, colocar em garrafas;
–
Pinturas diversas com o que tiver disponível;
–
Plantar, regar plantas;
–
Brincar com os animas de estimação se tiver;
–
Brincar com a terra, cavar, fazer bolinho de terra, estradas, fazendinhas,
pista para carrinhos;
–
Andar de bicicleta, jogar bola, fazer uma bola de meia;
–
Dançar, ouvir música, improvisar instrumentos, aprender ou treinar um
instrumento, tomar banho de mangueira, tomar banho de sol, tomar banho de lama;
–
Fazer atividades físicas como polichinelos, passar a bola, corrida;
–
Ajudar nas tarefas de casa como: arrumar o quarto, molhar as plantas, colocar
comida para os animais de estimação, auxiliar em outras funções da casa,
conforme a idade da criança.