
#FiqueBemEmCasa: servidores do Parque da Pessoa Idosa de Palmas formam rede de atendimento psicológico aos frequentadores do local
Conversas e atendimentos são feitos por videochamadas, ligações e postagens em aplicativos de celulares
Capoterapia, Vóvôlei, Zumba
Gold, ginástica multifuncional, fisioterapia e muitas outras atividades são
parte da rotina de cerca de 250 idosos inscritos no Parque Municipal da Pessoa
Idosa Francisco Xavier de Oliveira desde 2016. E, como eles formam o chamado
grupo de risco nesta pandemia ocasionada pelo coronavírus (Covid-19) tiveram
que mudar essa rotina e adotar o distanciamento social como uma forma de
proteção. Porém, mesmo sem ir ao parque, estes idosos continuam sendo
acompanhados e recebem orientações, carinho e muita atenção da equipe de
trabalho do local.
Esta é mais uma matéria da
série #FiqueBemEmCasa e mostra como
outras pessoas, empresas ou instituições podem se espelhar neste exemplo e
criar uma rede de boas vibrações, cuidado e amor. Esta matéria fala sobre
‘fazer a diferença na vida de outra pessoa’, no caso, das pessoas que se
encontram em isolamento social devido à Covid-19.
“Desde o início da pandemia
no Brasil e, logo após o fechamento do Parque em março, nós imediatamente nos
reunimos e definimos que estaríamos com eles durante todo esse período dando o
suporte necessário”, explica a gerente do Parque, Silvanete Mota. Ela ressalta
que a adesão dos colegas de trabalho foi imediata e eles começaram então a
reforçar as postagens nos grupos no WhatsApp, as ligações e videochamadas para
as checagens de como eles estavam se sentindo com a nova rotina.
Ainda de acordo com a
gerente, quando um idoso do grupo se mostra mais desanimado ou preocupado, a
psicóloga do Parque é imediatamente acionada. “É uma situação nova para eles
também, eles assistem aos noticiários e ficam assustados, apreensivos. Então
temos que dar um suporte psicológico também, para que eles sejam fortalecidos e
não se sintam sós”, frisou Silvanete.
A aposentada Leopoldina Neri
David e seu esposo José David estão cumprindo o distanciamento social em casa e
apostam nas tecnologias para estar em contato com os amigos do Parque. “Eu
sinto muita falta das nossas, conversas e das atividades. E eu agradeço por ter
essa forma de estar com eles (pelos aplicativos), pois os funcionários do
Parque são como anjos, né? Incrível como eles nos tratam bem, são como filhos
da gente”, conta dona Leolpoldina.
Já a dona Maria Elyr Ramos
Viera que está em casa junto com o seu esposo, Izídio Vieira Neto, conta que
“mesmo estando os dois em casa, passando por isso juntos, às vezes dá uma
desanimada, então a gente vai lá no grupo ou liga para a Silvanete, conversa
bastante, lê uma piada no grupo e, assim, vamos distraindo a mente e buscando
viver um dia de cada vez”.
Apoio
psicológico
A psicóloga do Parque, Gil
Soares, esclarece que quadros de ansiedade, medo, angústia, tristeza e sensação
de solidão “são os mais comuns durante esse período de distanciamento social”.
Ela alerta que a interação constante entre os idosos, suas famílias e os grupos
sociais onde eles estão inseridos é fundamental para a prevenção de doenças
mais severas como a depressão e a síndrome do pânico.
“Estamos em constante
atendimento aos idosos do parque, faço a escuta por meio de WhatsApp ou mesmo
via telefone. Sabemos destas dificuldades que eles estão vivenciando durante a
pandemia e por isso eu procuro ajudar os idosos a enfrentarem esses sentimentos
negativos e a enxergar uma perspectiva positiva no futuro”, diz Gil.
Para o enfrentamento desse
período de distanciamento social a profissional aconselha os idosos a buscar
atividades relaxantes, mesmo dentro de casa. “Oriento a eles a não assistir
muito à TV ou ler jornais que falam de assuntos negativos. Peço para que ouçam músicas
que alegram, meditem e façam respirações compassadas e, cada um dentro de sua
espiritualidade, façam suas orações. Não é um momento de cobranças, nem de
metas. É um momento para cuidar de si próprio”, conclui.
Dicas
A psicóloga deu dicas para
aqueles idosos que estão em casa com outras pessoas da família: façam
atividades intelectuais e de estimulação cognitiva como jogar dominó, responder
caça-palavra, jogar canastra.
“Aos que estão sozinhos e aos acompanhados aconselho, além de leituras e jogos individuais, tomem sol pela manhã e no final do dia, cuidem de plantas, se as tiver em casa, façam uma receita diferente, busquem atividades prazerosas para assim ir vencendo esse desafio” conclui Gil.
Edição: Iara Cruz