24 outubro 2015 às 09:26

Indígenas falam de respeito à vida e ao meio ambiente durante abertura dos JMPI

Cada um do jeito, no seu tempo e ritmo. Dessa forma indígenas de várias regiões brasileiras e do mundo apresentaram ao público a sua diversidade cultural durante a cerimônia de abertura dos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. As mais aplaudidas pelo público, claro, foram as etnias que representavam o Tocantins – Karajá, Xerente e Javaé.

 

 

“Foi tudo muito lindo, apresentações maravilhosas. Mas os Karajá, os Xerente e os Terena falaram ao meu coração”, disse a artesã Jecicleya Oliveira, que é descendente de Krahô e que ao final aproveitou para tirar muitas fotos com os indígenas fora da arena.

 

 

O mestre de cerimônia, Marcos Terena que é membro do Comitê Intertibal (ITC), abriu os jogos agradecendo a presença de todos os povos indígenas, às lideranças indígenas e autoridades presentes, à madrinha e ao padrinho dos jogos, cantora Margareth Menezes e o ex-jogador de futebol Cafu. “Declaramos de coração, aberto os jogos mundiais dos povos indígenas”, disse Terena em coro com o público presente.

 

 

O líder indígena da etnia Cree do Canadá, Willy Littlechild, leu a mensagem do secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que em poucas palavras deixou claro o objetivo dos jogos. “Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas é um exemplo incrível de como esporte pode reunir os povos e promover a paz”.

 

 

A madrinha Margareth também falou e cantou a pedido de Terena. “Considero mais que esportivo este evento, com certeza é espiritual. A humanidade toda tem tantas demandas de guerra e nós estamos aqui celebrando a paz. Peço a Deus que nos ouça assim como ouviu e nos enviou chuva”, disse Margareth que cantou a música “Um índio” de Caetano Veloso.

 

 

Terena falou ainda em respeito ao planeta e suas riquezas naturais e ao ser humano. “Na aldeia não tem hospício, asilo ou creche porque a dignidade humana tem que ser respeitada quando nasce, cresce e morre”, disse.

 

 

 

Apresentações

 

Iniciando as apresentações, foi exibido um vídeo em que Carlos Terena, idealizador dos jogos, conta como surgiu a idéia de realizar o evento. “Há 29 anos, realizamos o primeiro jogos nacionais em Goiânia. Tudo começou a partir de um sonho que tive de juntar os povos, para que todos se conhecessem e celebrassem a vida. Agora é uma nova etapa, povos de todo o mundo juntos pedindo para respeitar as coisas criadas por Deus. Isso não é uma teoria para nós e sim uma prática.”

 

 

Três lideres indígenas no centro da arena fizeram orações e na sequência as etnias brasileiras foram se apresentando, arrancando aplausos do público e se perfilando formando um círculo na arena. As delegações estrangeiras também se apresentaram – Chile, Panamá, Guatemala, Peru, Colômbia, México, Rússia, Etiópia, Nova Zelândia, entre outras, foram se unindo aos indígenas brasileiros deixando o espetáculo ainda mais colorido, vibrante e cheio de significados.

 

 

“Novo tempo”, música de Ivan Lins foi cantada por um indígena no centro da arena, com palmas do público ao fundo. Denise Araújo Perez Xerente emocionou a todos cantando o Hino Nacional Brasileiro, parte na língua Tupi-guarani e parte em português. E ao final todas as etnias ocuparam o centro da arena, com seu canto e dança, promovendo um espetáculo belíssimo, que encantou o público.