18 setembro 2015 às 11:43

Indígenas fazem ritual de bênção na Vila dos Jogos

Seguindo
a tradição ancestral, ao pôr do sol desta quinta-feira, 17, em Palmas, indígenas
das etnias Kyikatejê/Parakatejê, Guarani Kaiowá e Xerente realizaram o ritual
de Benção da Terra na área da Vila dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas,
junto com as equipes da Secretaria Municipal Extraordinária dos Jogos Indígenas
(Seji), do Ministério do Esporte, do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), do Governo do Tocantins, etnias Terena e Javaé.

Vindos do
Pará, os Kyikatejê/Parakatejê foram os primeiros a abençoar o local. “Pedimos a
Jê, nosso Deus, que abençoe a todos que estão empenhados neste grande evento e
a todos os nossos parentes que chegarão em breve a Palmas”, afirmou Jacurere
Mpopare Pepkrakte, líder Parkateje.

Os
representantes dos Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, também entoaram seus
cantos e pediram a todos os presentes que pegassem um pouco de terra e jogassem
em direção ao sol. “Para levar embora qualquer mal que tenha neste lugar. Nós
somos o povo Guarani Kaiowá e estamos numa situação muito difícil. Viemos de
longe para consagrar a Vila e estamos muito felizes de estar aqui, participar
dos Jogos Mundiais e mostrar a nossa cultura”, disse Valderi Aquino Guarani
Kaiowá.

Anfitriões
da primeira edição dos Jogos, os Xerente encerraram o ritual com uma prece
cristã, proferida em língua nativa. “A oração é para abençoar a área escolhida.
Para tirar todo mal, para que nada de ruim aconteça nesse encontro de povos de
todo o mundo”, frisou Washington Xerente.

“Antes de
começar algo, sempre abençoamos o local para que nada de ruim aconteça. E
escolhemos esta data de hoje estrategicamente. Na nossa aldeia, sempre
plantamos na lua nova que é para dar bons frutos. E hoje também a lua nova
aponta no céu da cidade”, explicou o coordenador geral dos Jogos, Carlos
Terena.

A Benção
da Terra ocorreu na área onde será construída da Aldeia Okara, onde as etnias
nacionais ficarão hospedadas por dez dias. “Toda a compactação do solo já foi
realizada e aqui serão construídas 24 ocas de madeira e palha, no estilo
Karajá, mais uma oca central, de modo que os indígenas brasileiros possam ficar
acomodados em um espaço que preserve o seu modo de vida tradicional”, completou
o secretário extraordinário dos Jogos Indígenas, Hector Franco.