
Merendeiras da rede municipal de ensino recebem capacitação na ETI João Beltrão
O projeto é uma parceria com várias instituições que buscam fortalecer o consumo do peixe.
O projeto Transferência de Tecnologia para Inclusão do Pescado da
Agricultura Familiar na Alimentação Escola é realizado na rede municipal de
ensino de Palmas desde 2016, em uma parceira entre Secretaria Municipal da
Educação (Semed), Embrapa Pesca e Aquicultura, Universidade Federal do
Tocantins (UFT), Instituto de Desenvolvimento Rural (Ruraltins), Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab) e Sesc Mesa Brasil. E na manhã desta
sexta-feira, 23, a Escola de Tempo Integral (ETI) João Beltrão recebeu a equipe
do projeto para promover a capacitação das merendeiras para o preparo do
pescado e realizar degustação de receitas.
O projeto, além de possibilitar o acesso das escolas ao pescado,
capacitando o produtor, para que seja consumido pelas unidades escolares,
também realiza os cursos com as merendeiras, onde aprendem a limpar, preparar
as receitas, as formas de servir e também realizar os testes com as crianças.
Esse cuidado com o valor nutricional é um dos focos do projeto, que alia
nutrição com receitas diferenciadas, como tortas, bolos de banana que levam
peixe na massa, escondidinho, farofa, arroz com peixe, macarronada e pirão de
peixe.
A nutricionista da Semed, Ariana Queiroz, fala que a introdução do
pescado na alimentação escolar já é algo antigo na rede e uma das dificuldades
maiores era no manuseio e preparação dessa carne. “Tínhamos essa dificuldade
devido às espinhas e nosso publico ser crianças, a preocupação de engasgarem ou
não conseguirem comer de forma efetiva. Mas o peixe é algo regional, muito
nutritivo e precisamos fazer essa introdução. E a Embrapa veio a somar com essa
tecnologia da carne do peixe já processada, então nos abriu um leque de opções
de utilização do peixe na alimentação escolar e com segurança”, enfatiza.
A pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura, Hellen Kato, explica que as receitas repassadas para as merendeiras já foram testadas em várias unidades escolares ao longo o projeto. “Estamos nesse ano expandindo para novas escolas, o que é muito importante pois a inserção do peixe na alimentação escolar estimula uma alimentação saudável. Além do pescado possuir uma proteína de alto valor biológico, tem todos os aminoácidos essenciais para as crianças e o pescado que estamos trabalhando não possui espinhas, é de fácil preparo e aliado a receitas práticas e nutritivas que atendem todos os requisitos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)”, ressalta.
As crianças são acompanhadas por uma equipe do grupo de estudos em
educação para promoção da saúde, que é composta por alunos de enfermagem,
biomedicina, nutrição e educação física. Para a equipe da escola será um novo
desafio, como diz a merendeira Maria de Lourdes Coelho que há 16 anos trabalha
na ETI João Beltrão. “É uma ideia excelente, vai ser muito bom para todos nós.
É a primeira vez que estou participando dessa capacitação e sei que vamos ter
que aos poucos introduzindo aos alunos esses alimentos”, comenta.
O pescado é um ganho para a uma boa educação alimentar e a coordenadora
do curso de Nutrição da Universidade Federal do Tocantins (UFT), destaca a
participação no projeto com a função de avaliar o teor nutricional no
laboratório. “Nosso curso entra com o objetivo de elaborar as formulações,
fazer os testes para caracterização nutricional e levar às escolas para os
testes de aceitabilidade com os alunos, e assim elas vão sendo inseridas no
cardápio. Também levamos em conta com o custo das receitas e sempre visando
adquirir produtos da agricultura familiar e melhorar os hábitos alimentares das
crianças”, reforça.