Mostra Construindo o Espaço pode ser visitada até 1º de outubro
Exposição comemora o aniversário de 23 anos do Complexo Cultural
Uma obra nasce primeiro na imaginação, para após se tornar projeto, se tornar concreto. No caso do Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, o concreto que deu forma à obra nasceu da idealização de artistas, populares e gestores públicos da época. Palmas ainda era menina quando ganhou, em 1996, seu ‘templo da cultura’. Registros desse período de construção estão em exibição na Mostra ‘Construindo o Espaço’, na Galeria Municipal de Artes, e aberta à visitação até 1º de outubro. A Mostra comemora os 30 anos de Palmas e 23 do Espaço Cultural, que aniversaria em 26 de setembro.
Teatro,
biblioteca, galeria de artes, centro de formação, cinema, grande praça. “O
programa de necessidade para o Espaço Cultural de Palmas foi realizado a partir
de bate-papos culturais com artistas e a população de Palmas”, conta a
secretária municipal de cultura na época, Luara Aquino. O ideal do que seria o
Espaço Cultural foi escrito na carta ‘Plantio da Semente Cultural’, redigida
por Luara e a bailarina Meire Maria, que foi colocada em uma cúpula de vidro,
onde artistas locais depositaram cada uma pedra, representando as sementes da
cultura que ali brotariam. A cúpula, que marcou o início da construção também
está exposta na Mostra.
Além
da Cúpula, a Mostra exibe fotografias, croquis, projetos arquitetônicos e
objetos daquele período. Compõem a exposição 18 fotografias, em sua maioria do
fotógrafo pioneiro em Palmas, Edson Lopes, uma do fotógrafo Ronaldo Mitt e
algumas sem identificação dos autores. Há ainda, um quadro dos artistas,
Claúdio Tozzi e Rubem Gerchiman, pintado durante o evento de inauguração e uma
escultura também de Rubem Gerchiman.
Na
abertura da Mostra, o presidente da FCP, Giovanni Assis, falou da importância
de se ter guardado, e agora disponível para visitação pública registros raros
do momento de concepção de uma obra. “É raro a gente ter uma riqueza de
detalhes de uma obra de tamanha relevância como é o Espaço Cultural para
Palmas. É importante a gente poder vivenciar como surgiu, e como foi a
apropriação pela população. Com essa Mostra a gente tem essa riqueza, desde os
primeiros passos, dos croquis, dos projetos, da produção técnica, da grandeza
das fundações e das escalas. A mobilização em torno dessa obra que é a casa
da fomento da arte e da cultura de
Palmas. É uma Mostra que nos possibilita esse olhar do etéreo ao concreto, do
sonho a realidade. A gente vivencia esse Espaço”, afirmou.
Também
presente na abertura, Luara Aquino, discorreu um pouco sobre como foi o
processo de idealização e construção do Espaço Cultural, e sobre a importância
da Mostra. “É uma emoção incrível perceber um reconhecimento do início dessa
obra. Ela foi feita porque todos os artistas reivindicaram um espaço, de
convivência, de produção de arte, de formação, de intercâmbio. Isso veio de uma
vontade do povo, fizemos um projeto mostrando as necessidades para que a
arquitetura pudesse entender o que a cidade precisava. Defendíamos que a
cultura ajudaria no desenvolvimento da cidade, e o que eu vejo hoje é que não
deixaram morrer aquilo que foi implantado, e aqui é um centro vetor, que recebe
e traz a arte daqui e de outros lugares. Ele atende a Capital e está fazendo
seu papel, um equipamento urbano que conseguiu ser um integrador social”,
explicou.
A
Mostra ‘Construindo o Espaço’ foi idealizada e organizada pelos servidores da
Fundação Cultural de Palmas Claúdio Montanari e Ito Meurer a partir do acervo da
FCP e do Patrimônio Público de Palmas.
Espaço Cultural José
Gomes Sobrinho
O
projeto do prédio do Espaço Cultural de Palmas foi concebido em 1994 pelo
arquiteto Paulo Henrique Paranhos, e segue linhas modernas. A Obra, de 9.440 m²,
foi construída entre 1995 e 1996 e inaugurada em 26 de setembro de 96. O
Complexo recebeu o ‘Destaque em Obra Construída’ no 3º Prêmio Jovens Arquitetos
de São Paulo e também foi escolhido na Alemanha como ‘Architect of Awa’.
Entre
as curiosidades, na época da construção, o ator e diretor Cícero Belém afirma
que havia um mistério em torno da obra, e que o acesso à mesma era restrito a
poucas pessoas. “Havia um segredo em torno da obra, de como ficaria. Eu fui uma
das poucas pessoas que teve acesso”, disse.
O
complexo do Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, comporta a Grande Praça, o Theatro
Fernanda Montenegro, O Cine Cultura – Sala Sinhozinho, a Biblioteca Jornalista
Jaime Câmara, Galeria Municipal de Artes, as salas administrativas da Fundação
Cultural de Palmas e o Centro de Treinamento e Ensino Artístico.
O
nome Espaço Cultural José Gomes Sobrinho foi adotado por Lei em 2004, em
homenagem ao poeta, escritor, ativista cultural, José Gomes Sobrinho, que foi
figura marcante tanto no processo de criação do Espaço, bem como em outros
momentos importantes da cultura de Palmas.
No
Espaço Cultural já se apresentaram grandes artistas, do cenário local e
nacional, sendo o principal palco da cultura tocantinense.