
Mulheres também são protagonistas na gestão municipal ocupando diversas funções
Capacidade de articulação e gestão é destaque entre as servidoras.
O relatório do Fórum Econômico Mundial sobre igualdade de gênero, publicado em 2016, aponta que o Brasil ocupa a 79ª posição do índice global de disparidade de gênero, tendo as participações econômicas e política como as principais lacunas registradas. Assim, a participação da mulher em cargos de gestão, bem como na elaboração de projetos e políticas públicas se torna fundamental para mudar essa realidade.
Na Prefeitura de Palmas, em que a vice-prefeitura é
exercida por uma mulher, Cinthia Ribeiro, mais mulheres também
são protagonistas e ocupam cargos de gestão. Além de na vice-prefeitura, elas
atuam como secretárias, secretárias executivas e em outros cargos de comando
nos diversos segmentos da gestão municipal, a exemplo da administradora de
empresas, Valéria Albino.
Servidora do Município desde 2005, quando foi
aprovada em concurso público, como assistente administrativo, Valéria concluiu
a faculdade e continuou a carreira na gestão pública, passando em concurso do
Governo do Estado. Atualmente ocupa o cargo de secretária executiva de
Planejamento e Gestão, após passar por diversos cargos na área de recursos
humanos na Prefeitura de Palmas.
Valéria afirma que a mulher é desafiada quando
assume cargos de gestão, principalmente pelo acúmulo de funções. “Nós temos
muitos outros turnos de trabalho, em casa, como mãe, esposa, são funções que
exigem demais da gente. Então é muito difícil brigar de igual para igual com os
homens no mercado de trabalho”. Nesse sentido Valéria vê como diferencial o
fato das mulheres terem “Um olhar diferente, mais sensibilidade e garra. Como a
vida inteira a mulher foi acostumada a ter que lutar pelo que quer, são menos
acostumadas a ouvirem o não e aceitarem. A gente consegue vê mais longe, e
enxergar outras formas de resolver as coisas e buscar de fato aquilo que
queremos”, frisa.
Para a secretária executiva da Educação, Germana
Pires Coriolano, as mulheres, quando estão em cargos de gestão são mais
cobradas e precisam mostrar mais sua capacidade. “Inicialmente é um processo difícil,
ainda existe muito preconceito. Às vezes temos que ser muito mais firmes, e a
gente sente que a cobrança da mulher é maior do que a dos homens. Então a gente
luta para acabar com um preconceito em relação ao gênero”, pontua.
Germana, que é professora concursada pela
Universidade Federal do Tocantins, está cedida à Prefeitura de Palmas há 4 anos,
onde já ocupou os cargos de secretária de Desenvolvimento Urbano, presidente da
Fundação de Meio Ambiente, e secretária de Planejamento e
Gestão, explica que o grande desafio é “manter a confiabilidade, é
fazer compreender que as mulheres são capazes, é mostrar que tem mulheres
extremamente competentes e que é possível ter uma relação de igualdade de
gênero”.
Para a superintendente municipal de Projetos Sociais, Sabrina Machado,
“a capacidade colaborativa da mulher é uma característica do universo
feminino, que deve ser agregada na forma de gerenciar dentro da administração
pública”.
Na gestão municipal desde 2005, quando foi aprovada
em concurso público, Sabrina acredita que “o maior desafio de quem está à
frente de um cargo de liderança é estimular atuação em equipe e parceria. Isto
exige competência e habilidade para o saber prestar um serviço de qualidade ao
cidadão”. Para ela, estas características são independentes de questões de
gênero, entretanto as mulheres possuem uma “energia e entusiasmo que podem ser
associadas na construção de uma nova forma de gestão mais participativa, onde
as parcerias deixem de ser exceção para ser regra”.
Sabrina destaca também que, apesar das
características de liderança, “equilibrar trabalho com a vida doméstica,
família e amigos exige muita habilidade e flexibilidade”, desafios constantes
para as mulheres que estão à frente da gestão pública.
(Edição e postagem: Lorena
Karlla)