
No Dia do Psicólogo, profissionais falam da satisfação em atender os usuários do SUS
Data é celebrada neste domingo, 27. Município conta atualmente com 38 psicólogos.
“No meu conceito, toda
pessoa precisaria passar por um processo terapêutico para se conhecer. Quando a
gente se conhece, quando tem uma satisfação pela vida e se ama de verdade, a
gente é mais feliz.” O conselho é do psicólogo Sérgio Baggio, que tem 25 anos
de profissão, sendo que os últimos três anos foram dedicados aos pacientes que
frequentam o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III). Baggio
e as também psicólogas Stefhane Santana e Priscylla Cassol acreditam que neste
domingo, 27, Dia do Psicólogo, há muito o que se comemorar, dada a amplitude de
atuação desse profissional e ao reconhecimento por parte dos demais
profissionais de saúde e pacientes.
Na Capital, esses
profissionais não estão apenas nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS II e
CAPS AD III), além dos 11 psicólogos que atuam nessa área junto à Secretaria
Municipal de Saúde, existem ainda 27 psicólogos atuando nos 13 Núcleos de Apoio
à Saúde da Família (NASFs), mais perto dos usuários do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Como é o caso da psicóloga
residente Priscylla Cassol que atua no Centro de Saúde da Comunidade da Arso
41. “É muito rico, o psicólogo ter vindo para a unidade de saúde, porque antes
ele atendia em ambulatório, e na unidade tem a possibilidade de discussão do
caso. O médico nos consulta sobre a necessidade de acompanhamento e qual seria
o mais adequado. A gente tem essa discussão, essa troca”, ressalta Priscylla.
Com exceção das
segundas-feiras, quando atende os idosos do Parque Vida Ativa e dos dias em que
tem visitas domiciliares, a psicóloga está na unidade fazendo o atendimento
individual, de no mínimo uma hora, aos pacientes encaminhados pelos demais
profissionais da unidade. “O paciente pode ser encaminhado por qualquer
profissional de saúde que atua aqui na unidade, seja o agente de saúde, o
enfermeiro, o médico. Qualquer paciente que esteja passando por algum
sofrimento e veja a necessidade de um atendimento psicológico, ele pode
conversar com esses profissionais e será encaminhado para mim”, explica,
lembrando que a grande demanda faz com que a prioridade no atendimento seja
para usuários de álcool e drogas, pacientes com quadro depressivo ou que sofrem
algum tipo de violência física ou psicológica.
Saúde Mental
Residente na área de Saúde
Mental, a psicóloga Stefhane Santana fala da desconstrução dos estigmas,
preconceitos e discriminação. Ela atua na promoção da articulação e do trabalho
em rede, com a integração dos serviços de forma intersetorial e
interdisciplinar. “O objetivo é atender a pessoa de forma integral, lançando
olhar para toda a gama de aspectos que o envolve biopsicossocialmente”,
diz Stéfhane, ressaltando que esse trabalho consiste em reuniões para discussão
de casos em equipe, consultas compartilhadas, visitas domiciliares, momentos de
educação permanente e atividades de mobilização social com diálogo entre os
profissionais e a comunidade. “Porém um ponto central é o acolhimento ao
usuário, ou seja, realizar uma escuta qualificada para entender o contexto em
que está inserido e identificar suas demandas”, pontua.
Entende-se por saúde mental, não só os transtornos causados por esquizofrenia ou quadros depressivos; pessoas que fazem uso ou abuso de álcool e outras drogas também se enquadram nesse contexto. “A gente entende que por trás do uso de uma substância tem toda uma subjetividade, uma história, que de certa forma a droga é um pano de fundo para aliviar um sofrimento psicológico, ter um momento de satisfação pela vida. Mas temos tido muitos êxitos e esse feedback positivo nos motiva a trabalhar. O que nos move é saber que estamos munidos de técnica e teoria para desenvolver o nosso trabalho e ajudar essas pessoas. Eu amo o que eu faço”, finaliza Baggio.
Edição: Lorena Karlla