
Palmas em contagem regressiva: 100 dias para a abertura dos Jogos Mundiais Indígenas
A mais jovem das capitais
brasileiras, Palmas, marca cem dias para a cerimônia de abertura da primeira
edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), em 23 de outubro, na Vila
dos Jogos. São esperados 2.300 atletas de 46 delegações indígenas nacionais e
internacionais.
“A contagem regressiva está
lançada.100 dias para o início do evento que vai colocar a nossa amada Palmas
na janela do mundo. Estaremos prontos”, afirmou o prefeito da cidade, Carlos
Amastha.
Os participantes irão competir em
esportes que vão desde o futebol às modalidades tradicionais indígenas. Algumas
provas serão competitivas, como o arco e flecha e a corrida de tora. Mas também
haverá modalidades de demonstração, como o Jikunahati, ou cabeçobol, um tipo de
futebol em que só é permitido usar a cabeça para controlar a bola.
A cidade
Com apenas 26 anos, Palmas está
localizada no coração do Brasil e congrega uma população de quase 300 mil habitantes,
vindos das quatro regiões do país, destes, 500 declararam-se indígenas. O Estado reúne sete etnias, somando mais de 14 mil indígenas (IBGE, 2010).
E em outubro de 2015, a diversidade
que distingue a jovem Capital ganhará proporção extracontinental. Durante os 13
dias de atividades do evento, de 20 de outubro a 1º de novembro, povos nativos
dos cinco continentes estarão reunidos aqui para celebrar a cultura indígena.
Delegações
Da América hispânica virão
argentinos, chilenos, costa-riquenhos, equatorianos, guatemaltecos,
nicaraguenses, panamenhos, peruanos, uruguaios, venezuelanos, mexicanos e colombianos.
Os vizinhos da parte europeia da América do Sul, a Guiana-Francesa, também já
confirmaram presença.
Delegações dos Estados Unidos, Canadá
e Rússia decidiram trocar o frio do hemisfério norte pelo calor da cidade-sede,
famosa pelo verão constante, que eleva os termômetros a 40ºC nos meses mais
quentes e 36ºC no restante do ano.
Da África, atletas da República do
Congo e da Etiópia também estarão presentes. Assim como os herdeiros das
tradições de Gengis Khan, os mongóis. E não para por aí. Povos nativos da
Oceania – Austrália e Nova Zelândia – também já confirmaram a presença de seus
atletas.
Do Brasil, indígenas das cinco
regiões brasileiras, também estão confirmados. As etnias que representam o país
são Asurini, Bororo Boe, Rikbatsa, Javaé Itya Mahãdu, Guarani Kaiowá, Kayapó
Mebengokre, Kaingang, Kamayurá, Karajá, Kyikatejê/Parakatejê, Canela
Rãmkokamekra, Krahô, Kuikuro, Kura Bakairi, Mamaindê Nhambikwara, Manoki,
Matis, Paresi, Pataxó, Tapirapé, Terena, Waiwai, Xavante e Xerente.
Infraestrutura
As obras de base da Vila dos Jogos,
ao redor do Estádio Nilton Santos, já estão 60% concluídas. Principal local de
competições, a Vila receberá, a partir de agosto, as estruturas temporárias
previstas no projeto de cooperação técnica internacional entre o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Ministério do Esporte e a
Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vinculada ao Ministério das Relações
Exteriores.
“Faltando 100 dias para a abertura,
nos preparamos para receber o mundo em Palmas da melhor maneira possível. As
expectativas são altas e vamos correspondê-las”, garantiu o secretário
extraordinário dos Jogos Indígenas, Hector Franco.