
Palmas sedia a partir desta quinta, 19, conferência para debater políticas de tratamento e controle da hanseníase
Com participação de especialistas de várias partes do País, conferência terá mesas-redondas e palestras sobre a doença no auditório do Ceulp/Ulbra
Você sabia que a cada ano cerca de
200 mil pessoas são afetadas pela hanseníase, mas que se tratadas a tempo e com
os medicamentos certos podem se curar? Para debater sobre essa questão será
realizada a I Conferência Livre Vigilância em Saúde com ênfase em Hanseníase, nos
próximos dias 19 e 20, no auditório principal do Centro Universitário Luterano
de Palmas (Ceulp/Ulbra), em Palmas. A abertura ocorrerá nesta quinta-feira, 19,
às 9 horas.
O evento tem como proposta a criação de
diretrizes para a Política Nacional de Controle e Combate a Hanseníase. De
acordo com o Conselho Nacional de Saúde, que faz parte da organização, a
conferência será o espaço de debate de ideias, de valores e práticas para o
tratamento e controle da hanseníase no Brasil.
Durante os dois dias de programação,
serão debatidos temas como “Direitos das pessoas atingidas pela
hanseníase”, “Vigilância e assistência da hanseníase no SUS”, “Saberes,
práticas e tecnologias para o cuidado integral na hanseníase” e “Estratégias de
mobilização e participação social na hanseníase”. Estão previstas palestras e
mesas-redondas, além de debates dos grupos de trabalhos. As deliberações
apontadas pelos grupos serão aprovadas na plenária que encerra o evento, na
qual também será redigida a Carta de Palmas, além da eleição dos delegados que
participarão da conferência de Brasília.
São esperadas para o evento mais de
300 pessoas entre especialistas em hanseníase vindos de vários estados do País,
autoridades e gestores de saúde, trabalhadores e usuários do SUS e estudantes.
A I Conferência Livre Vigilância em Saúde com ênfase em Hanseníase é organizada
pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) em parceria com a Secretaria Municipal de
Saúde (Semus), com o apoio técnico da Fundação Escola de Saúde Pública de
Palmas (Fesp), Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase
(Morhan) Coordenação-Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação (CGHDE),
Ministério da Saúde, DAHW Brasil, Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins
(Sesau), Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) e a Coordenação Nacional de
Tuberculose.
Estratégias para enfrentar a
hanseníase
De acordo com a coordenadora da Fesp,
Juliana Bruno, a ideia de Palmas sediar a primeira conferência e abordar essa
temática para o Brasil, surgiu após as intensas discussões em torno da linha de
cuidado adotada pelo Município e que agora será replicada em outros 18
municípios brasileiros, que contarão com recursos do Fundo Especial da
Declaração de Bangkok, intermediados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e
a Fundação Sasakawa.
“Surgiu a necessidade de se discutir
mais a fundo com a sociedade como seria a linha de cuidado da hanseníase dentro
do SUS, porque hoje ela é muito fragmentada ainda. Ela é de cuidado da Atenção
Básica, mas sob domínio da Vigilância em Saúde, que são áreas que nem em todos
os lugares conseguem conversar, e que a gente está conseguindo de fato aqui em
Palmas, trabalhando uma linha de cuidado mais integral para hanseníase”,
explica.
A coordenadora lembra ainda que as
conferências livres são a melhor forma de discutir e deliberar ao lado da
sociedade civil, os trabalhadores e a gestão da saúde. “A hanseníase vem se
tornando um importante problema de saúde pública, porém nem sempre visto por
todas as autoridades sanitárias, prefeituras e governos como algo que precisa
ser discutido sob a justificativa da pseudo- eliminação que a gente tem no
País”, esclarece.
O evento é uma etapa preparatória
para a I Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (CNVS), que será realizada
em Brasília (DF) entre os dias 21 a 24 de novembro.
Programação da conferência
Dia 19 (quinta) – manhã
8 horas – Credenciamento
9 horas – Abertura e composição de
mesa:
Ministério da Saúde – Coordenação
geral da Hanseníase e Doenças em Eliminação – Carmelita Ribeiro Filha
Organização Mundial de Saúde /
Organização Pan-Americana de Saúde – Dr Joaquim Molina e Dr Enrique Vazquez
Nippon Foundation – Dr. Sasakawa
Presidente do Conselho Nacional de
Saúde (CNS) – Ronald Ferreira dos Santos
Morhan Nacional – Lucimar Batista
Prefeitura de Palmas – prefeito
Carlos Amastha
Secretaria Municipal de Saúde –
secretário Nésio Fernandes
Secretaria Estadual da Saúde – Marcos
Esner Musafir
10 horas – palestra “Subsídios
para a Conferência Nacional de Vigilância em Saúde” com Artur Custódio (Morhan)
10h30 – Mesa redonda:
“Plano Global de Eliminação da
Hanseníase e outras doenças negligenciadas” com a consultora da Organização
Pan-Americana de Saúde (Opas), Vera Lucia Gomes de Andrade
“Doenças negligenciadas no Brasil” com Alberto Novaes da Universidade Federal
do Ceará
“Protocolo e avanços na integração
das Vigilâncias e Atenção Primária à Saúde” com o secretário municipal de Saúde
de Palmas, Nésio Fernandes
Tarde
14 horas: Grupos temáticos:
Eixo I – Direitos das pessoas
atingidas pela hanseníase
Eixo II – Vigilância e assistência da
hanseníase no SUS
Eixo III – Saberes, práticas e
tecnologias para o cuidado integral na hanseníase
Eixo IV – Estratégias de mobilização
e participação social na hanseníase
20 (sexta) – manhã
8 horas – Mesa redonda com
especialistas na Atenção Primária à Saúde, Atenção Secundária em Saúde,
Vigilância em Saúde e Controle Social
9h30 – Debate em pequenos grupos –
Contribuições ao Protocolo de Assistência e Vigilância em Saúde da hanseníase
14 horas – Plenária: deliberações,
eleição de delegados, leitura e aprovação da Carta de Palmas