31 agosto 2017 às 16:41

Parto acompanhado por enfermeiros obstetras resulta em experiências felizes para as mães

Em Palmas, trabalho de profissionais especializados na Fesp reforça a importância do parto humanizado (natural ou cesárea).


A ciência médica realizou grandes descobertas, desenvolveu procedimentos e tecnologias notáveis, gerou conhecimentos revolucionários na área da saúde, aumentou a expectativa e a qualidade de vida das pessoas. Entretanto, em muitos casos a natureza prova a sua sabedoria e demonstra que quanto mais espontâneo for um evento fisiológico, mais saúde proporcionará. Ao levar em consideração esse princípio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar a humanização do parto e a priorizar, sempre que possível, o parto natural. O Sistema Único de Saúde (SUS) adotou oficialmente as diretrizes da OMS por meio da publicação de portarias e de outras instruções.


Em Palmas, existe uma equipe de enfermeiros obstetras especializados em partos humanizados, que consistem no acompanhamento das gestantes até o nascimento e o pós-parto. Seis profissionais se especializaram em Enfermagem Obstétrica pela Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp), em 2016. Outra turma com cinco profissionais concluirá a residência em março de 2019 e mais uma será criada em 2018 com seis alunos.  


O Hospital e Maternidade Dona Regina é o local de atuação dos enfermeiros obstetras, onde também é oferecido o curso Conhecer o Nascer, uma espécie de preparatório para as mães que desejam aderir ao parto humanizado. Além do acompanhamento da gestação, os profissionais também trabalham o aspecto psicológico e emocional das mães e de seus familiares. A gestante tem a oportunidade ainda de conhecer o lugar onde vai dar à luz, tirar todas as dúvidas e se aproximar dos profissionais que vão atendê-la no tão esperado dia.


Mãe protagonista do parto


O parto pode ser humanizado, independentemente da maneira como a criança venha a nascer, seja pela via natural ou cesariana. “Humanizar é respeitar os direitos da mulher, tratá-la como protagonista do seu parto e consciente sobre o que está acontecendo com o seu corpo”, define Mayane Vilela Pedroso, coordenadora da Residência de Enfermagem Obstétrica, da Fesp.


No parto humanizado, a mãe tem mais liberdade para escolher de que forma quer dar à luz, optando pela posição que seja mais confortável para ela. O contato com a criança após o nascimento também é um fator importante para a mãe e para o bebê, o chamado contato pele a pele.


A quantidade de partos assistidos por enfermeiros obstetras aumentou nos últimos dois anos em Palmas. No primeiro semestre de 2015, foram 105 partos com a participação dos profissionais, sendo 55% sem cirurgias. Somente no primeiro trimestre de 2017, os profissionais assistiram a 201 partos, e a maioria também dispensou o uso de cirurgias. Seguindo as recomendações da OMS e do SUS, o objetivo é reduzir ao máximo as intervenções cirúrgicas desnecessárias. “A cesariana é importante e salva vidas, mas quando é feita sem necessidade pode aumentar em até três vezes o risco de complicações para a mulher”, alerta Mayane.


Experiências felizes


Na tarde da última quinta-feira, 24, Lusivani Borges viveu essa experiência ao dar à luz sua segunda filha, a pequena Maria Cecília. Desde que chegou ao hospital, ela recebeu todo apoio e orientação das enfermeiras com massagens, exercícios com bola, entre outros. De todas as intervenções propostas pela equipe, Lusivani se sentiu melhor embaixo do chuveiro. “Ela ( a enfermeira) falou que era melhor, que ia aliviar as dores e aliviou mesmo. Na hora que sentei lá e que ligou o chuveiro foi bom demais, as contrações aliviaram. O parto foi maravilhoso, graças a Deus e às enfermeiras que me ajudaram bastante”, diz Lusivani.


O casal Amanda Lena e Noander Barreto, moradores da região Sul de Palmas, também teve a experiência do parto humanizado e relata que são momentos de fortes emoções. A conexão com a criança aumenta à medida que a gestação é acompanhada com mais atenção pela mãe e por seus familiares. Amanda e Noander contam que o apoio, o conhecimento e toda a preparação para o momento do parto fizeram a diferença. A ansiedade e o medo das dores diminuíram, e aumentou a confiança. “Eu tive ao meu lado pessoas que acreditaram em mim, me ajudaram e sempre me apoiaram para o parto que eu escolhi. Isso me deu forças, mostrou que eu era capaz. Depois que a minha filha nasceu eu tive uma realização pessoal muito grande e me senti muito feliz”, relembra Amanda.

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