20 agosto 2018 às 13:08

Pesquisadores se antecipam ao envelhecimento da população e discutem linhas de atuação

Temas ligados ao envelhecimento estão sendo debatidos durante o I Workshop de Pesquisa em Gerontologia de Palmas  

Estabelecer uma agenda de pesquisa pautada nas reais necessidades de saúde da pessoa idosa é o objetivo do I Workshop de Pesquisa em Gerontologia de Palmas promovido pela Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e a Universidade da Maturidade (UMA), durante toda esta segunda-feira, 20, no auditório do Instituto 20 de Maio, em Palmas.

 

A mesa redonda com o tema “Quais são as questões para realizar pesquisas com populações mais velhas no contexto da cidade de Palmas-TO?”, promoveu um debate entre os pesquisadores sobre epidemiologia e indicadores de saúde do idoso, políticas públicas, pesquisa, possibilidades e desafios, e ainda, experiências obtidas no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde.

 

A Doutora Daniella Pires Nunes, da Universidade Federal de Tocantins (UFT), trouxe dados que mostram de 1991 a proporção de idosos no Tocantins era de 2,1%, passando para 2,7% em 2000 e em 2010 já era de 4,4%. “A expectativa é que esse número seja maior, teremos uma real dimensão quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgar novo censo populacional”, ressalta a pesquisadora, lembrando que apesar de Palmas ser uma cidade jovem, é preciso refletir sobre o envelhecimento, uma vez que mais de 13% da população brasileira são de idosos e que cada vez mais as famílias optam por ter menos filhos.

 

“Precisamos trabalhar a prevenção de agravos de saúde antes da velhice, preparar essas pessoas para a aposentadoria, pensar no mercado de trabalho porque com uma expectativa de vida maior, as pessoas vão trabalhar mais, e os nossos serviços de saúde, estão preparados para atender os idosos? E quando se fala em envelhecimento não podemos olhar para doenças, mas para a capacidade funcional de que esse idoso consiga desenvolver atividades simples do dia a dia”, provocou Daniella.

 

A pesquisadora da Fesp, Doutora Lorena Dias Monteiro, reiterou que a intenção do workshop é levantar os problemas e estabelecer uma agenda de pesquisa pautada a partir das necessidades de saúde da população idosa. “Em Palmas, o problema de doenças crônicas ainda não é tão elevado quanto em outros municípios e estados, isso está atrelado ao fato de sermos jovens enquanto município, mas em cinco ou dez anos nossa realidade vai mudar bruscamente e nós não estamos preparados. Por isso estamos nos antecipando e fazendo esse trabalho conjunto para de fato quando chegar nessa evolução temporal, a gente já ter algumas respostas e oferecer uma estrutura e um serviço de saúde com melhor condição para o idoso”, ponderou Lorena.

 

A Doutora Neila Barbosa falou das políticas públicas existentes e destacou a necessidade de diminuir as desigualdades sociais, pois até 2050, o número de brasileiros acima de 80 anos ou mais vai aumentar 26 vezes. “A realidade dos velhos no Brasil só mudará com conhecimento, com o velho sendo destinatário de transformação. Quando nos propomos a pesquisar a desenvolver políticas públicas não devemos estar atrelados à terminologia da palavra velhice, mas sim na essência da velhice humana, porque cada vez mais vamos envelhecer. E não há nada ofensivo em falar que é velho, pois a maior novidade é envelhecer e temos que cuidar dessa fase da vida”, ressaltou.

 

O coordenador da UMA, Doutor Luiz Sinésio Neto, destacou o papel da instituição como agente de transformação de vidas. “A UMA chega aos seus 13 anos de existência mudando uma realidade na perspectiva do idoso, tem mudado a vida das pessoas por meio do formato da sua tecnologia social, da sua capacidade de produzir conhecimento, mas também de transferir ele pra vida das pessoas”, destacou, lembrando que as discussões do workshop seguem na parte da tarde com oficinas e consolidação das linhas de pesquisas.

 

 

(Edição e postagem: Iara Cruz)

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