Agentes de saúde retomam visitas às residências em Palmas para o controle da leishmaniose

Secretaria Municipal da Saúde

Autor: Redação Semus | Publicado em 22 de maio de 2020 às 09:47

Na Capital, somente neste ano dez pessoas foram infectadas pela doença

Os agentes de saúde da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ) voltaram, nesta semana, a realizar os trabalhos de visitas às residências em Palmas para verificar se os cães estão infectados pela Leishmaniose Visceral Americana (LVA).

 

Na Capital, em 2018, 34 casos da doença foram confirmados em humanos, em 2019, 22 pessoas contraíram a leishmaniose e neste ano, até o momento, dez pessoas apresentaram a doença. Já em cães, em 2019, 3.423 animais testaram positivo para a enfermidade. No total, a UVCZ examinou 12.474 cachorros.

 

De acordo com o gerente da UVCZ, Auriman Cavalcante, as visitas nas quadras e bairros são definidas a partir de critérios epidemiológicos e constam de um plano elaborado com o objetivo de enfrentamento da leishmaniose. “O trabalho é contínuo e conta com uma equipe de coleta de casa em casa. São 14 pessoas, além de outros trabalhadores, que atuam na coleta dos animais positivos, análise do sangue, eutanásia. No total, temos uma equipe com mais de 40 servidores envolvidos nesse combate”.

 

Conforme o gerente, se no exame sorológico for confirmado a doença, os respectivos donos desses animais serão comunicados. “Por isso, ações como esta são importantes, porque a expectativa é alcançarmos um público maior e fazer controle e combate à leishmaniose, mesmo durante a pandemia”.

 

O responsável esclarece que os profissionais são devidamente orientados sobre os cuidados com o novo coronavírus. “Todos os agentes têm a sua disposição os equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras, luvas e álcool. Eles estão totalmente aptos ao trabalho, sempre preocupados com a proteção da comunidade e dos próprios agentes”, ressalta.

 

O gerente também destaca que em Palmas o controle da leishmaniose visceral é de grande importância epidemiológica, sendo considerada área endêmica e de transmissão intensa, pelo alto coeficiente de incidência em humanos e ampla distribuição geográfica. “O perfil da doença no município ilustra um processo de urbanização, como acontece na maioria dos municípios brasileiros, em áreas que apresentam condições favoráveis à emergência da doença”, frisa.

 

Auriman ainda orienta que a população pode ajudar a controlar a doença, evitando o acúmulo de matéria orgânica (folhas, restos de frutas, fezes de animal) nos quintais. “É nesse tipo de material que o mosquito palha, transmissor da leishmaniose, devolve o seu ciclo de vida”.

 

O que é a leishmaniose?

 

A leishmaniose visceral, popularmente conhecida como calazar, é uma zoonose causada por um protozoário do gênero Leishmania (chagasi), transmitida pela picada do mosquito palha contaminado que transmite a doença tanto para o homem como para o cão. É uma doença infecciosa crônica, generalizada caracterizada principalmente por febre de longa duração, hepatoesplenomegalia, perda de peso, pancitopenia, astenia, estado de debilidade progressivo, dentre outras manifestações.

 

É caracterizada como uma doença de caráter eminentemente rural, porém com ampla expansão para áreas urbanas, representando um crescente problema de saúde pública.