Alunos da ETI Fidêncio Bogo usam técnica da bomba de sementes para contribuir com recuperação de áreas degradadas no Taquaruçu Grande

Secretaria Municipal da Educação

Autor: Redação Semed | Publicado em 25 de setembro de 2019 às 14:31

Atividade lúdica abre espaço para debater as questões ecológicas 


Uma iniciativa que partiu de cerca de 20 alunos da sala de recursos multifuncionais da ETI Agroecológica Fidêncio Bogo e contagiou toda a escola usou uma técnica simples e prática para contribuir com a recuperação de áreas degradadas na região do Taquaruçu Grande. Trata-se da técnica da bomba de sementes, apresentada aos alunos pelo professor Wilson Matheus, que, além de ser uma atividade lúdica e envolvente, abre espaço para debater as questões ecológicas e sobretudo, a importância de contribuir para a preservação do Cerrado na região onde as crianças residem.



O professor explica que foi a grande incidência de queimadas que o motivaram a interromper o planejamento semanal e promover a ação, uma espécie de “guerrilha ecológica”. “Usamos este termo para trazer a ideia de ativismo aos alunos, e também por causa da intensidade da queimada a ser combatida. Além de despertar a consciência ecológica das crianças com todo o debate que envolve a produção das bombas, queremos mostrar que eles são os protagonistas da preservação da terra onde vivem”, considera o professor.



Segundo Wilson Matheus, a técnica, que já foi usada em reflorestamentos em todo o mundo, foi desenvolvida por um japonês. A bomba é feita de argila, húmus e sementes de espécies endêmicas, como jatobá, cajuí, angico, ipê, cega-machado, angelim e outras. Também foram usadas frutíferas como o mamão e flores, que irão alimentar as abelhas do projeto de meliponicultura da escola. A coleta das sementes foi uma campanha que envolveu todos os alunos, e o húmus foi produzido no Quintal Agroecológico, que é o laboratório ao ar livre da escola.



Depois de secas, as bombas de barro contendo fertilizante natural e sementes podem ser arremessadas onde se considerar mais importante que se tenha uma árvore, e também onde ela tenha mais chances de se desenvolver. Desta forma, é possível levar a sementes a locais de difícil acesso. Com as chuvas que se aproximam, a expectativa é que muitas sementes germinem e atinjam à idade adulta. A técnica pode ser usada em ambiente urbano, com sementes recolhidas das espécies nativas e cultivadas existentes na arborização da cidade.

‘Vibipirina’

 

Um aspecto importante na condução da vivência com os alunos da sala de recursos, cada qual com suas especificidades, foi o envolvimento da ‘Vibipirina’, a cobra bípede contadora de histórias que é a mascote da sala na ETI Fidêncio. Com o personagem, o professor conseguiu trazer informações referentes à grande velocidade com que estão sendo degradados os ambientes naturais e sua importância para a manutenção da vida no planeta. “Os alunos se sentiram valorizados e capazes. A ‘Vibipirina’, que agora também é sustentável, sempre traz a mensagem que, mesmo quem não aprende muito, aprende sempre um bocadinho. E que eles podem, assim como todos nós, contribuir com a melhoria do ambiente onde vivemos”, finalizou.

 

 

Edição e postagem: Lorena Karlla