
Desfinanciamento do SUS preocupa usuários e trabalhadores da saúde
Neste sábado, 16, acontece a última pré-conferência no Parque da Pessoa Idosa
O desfinanciamento do Sistema Único de
Saúde (SUS) e necessidade da população se posicionar sobre o tema para garantir
a continuidade do mesmo, têm sido tônicas dos debates realizados durante
as pré-conferências de saúde na Capital que contam com a participação da
comunidade, trabalhadores do SUS e membros do Conselho Municipal de Saúde.
Nesta sexta, 15, a quarta
pré-conferência aconteceu na Escola de Tempo Integral Padre Josimo, e a quinta
e última acontece neste sábado, 16, no Parque da Pessoa Idosa Francisco Xavier
de Oliveira. As pré-conferências antecedem a XI Conferência Municipal de Saúde
que ocorrerá nos dias 26 e 27 março, no auditório do Centro Universitário
Integrado de Cultura, Ciência e Arte da Universidade Federal do Tocantins
(Cuica/UFT).
O secretário de Saúde, Daniel Borini,
reforçou a importância da participação da comunidade nesses espaços de debates.
“É hora de nos posicionarmos, não só a gestão, mas usuários e trabalhadores do
SUS. Devemos unir forças e pensar não só no micro mas, no macro para fortalecer
esse sistema que é uma conquista de todo o povo brasileiro”, ressaltou.
Três eixos temáticos permeiam o debate:
Saúde como direito focando no controle social na garantia desse direito;
Consolidação do SUS que busca reafirmar, entre outros princípios do SUS, a
universalidade, equidade, integralidade e participação social; e o
Financiamento do SUS que busca combater o subfinanciamento ou investimentos
precários, de forma a garantir acesso aos serviços de saúde a todos.
Os eixos temáticos são apresentados
pelo secretário executivo de Saúde, Frederico Silvério, que relembrou como era
a saúde pública antes do SUS: acesso não era universal e centralizado na
doença. “Com o SUS o foco é a prevenção, o atendimento é universal, tem
distribuição de medicamentos, vacinação, serviços como Samu, que atende tanto
ricos quanto pobres”, exemplificou.
Segundo dados apresentados por ele,
antes do SUS o atendimento gratuito oferecido na época atendia cerca de 30
milhões de pessoas, a realidade atual é de 190 milhões; 46,6 milhões estão nos
planos de saúde, mas 75% dos serviços de alta complexidade são ofertados pelo
SUS; o gasto diário por habitante no SUS é R$ 3,20. “Muito se fala em má gestão
do SUS, mas o que houve ao longo dos anos foi o subfinanciamento, e hoje
estamos vivenciando o desfinanciamento. Foi muita luta para garantir os
percentuais de aplicação de recursos em saúde e agora estamos num retrocesso
chegando ao ponto de tramitar no Congresso projetos que pleiteiam a retirada
dos percentuais mínimos (hoje 15% da receita). Não podemos permitir isso, mas
lutar para que o SUS permaneça universal e gratuito para todos”, destacou
Silvério.
A dona de casa Tayara Alencar, mora
numa região de chácaras próximo a TO-010, é atendida no Centro de Saúde da
Comunidade da Arne 64 e fez questão de participar da pré-conferência de sua
região. “Só assim a gente vai interagir, ter conhecimento de como anda de fato
a saúde e pode buscar melhorias para a que nossa saúde ande corretamente e
continue contemplando a todos, com serviços de qualidade e melhor estrutura”,
ressaltou.
Tanto as pré-conferências quanto a
conferência são organizadas pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS) e contam com
o apoio e parceria da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e da Fundação
Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp).
Edição e
postagem: Lorena Karlla