Dia do Cerrado: programas e ações da Prefeitura de Palmas garantem a preservação das espécies

Fundação Municipal de Meio Ambiente de Palmas

Autor: Georgethe Pinheiro | Publicado em 10 de setembro de 2021 às 18:56

Entre os trabalhos desenvolvidos está o ‘MudaClima’, Água Viva’, Manejo das Capivaras’ para manter a rica biodiversidade animal e vegetal

O Cerrado é considerado o segundo maior bioma da América do Sul, cobrindo uma área superior a dois mil quilômetros quadrados, que corresponde a aproximadamente 23% do território brasileiro, sendo a principal vegetação de Palmas. Neste sábado, 11, comemora-se o Dia Nacional do Cerrado, e a Prefeitura da Capital destaca as iniciativas realizadas para a preservação e recomposição das espécies.

Entre os programas está o ‘MudaClima’, que propõe o plantio de árvores nativas do Cerrado, para ampliação de áreas arborizadas na Capital e recuperação de áreas degradadas, além de ampliar a presença de árvores em canteiros e áreas verdes.

Palmas também conta com o Programa ‘Água Viva’, que trabalha o monitoramento e recuperação da qualidade e quantidade e a conservação dos rios, nascentes, olhos d’água perenes e das áreas de preservação permanente.

O ‘Água Viva’ promove a identificação dos córregos, das nascentes ou olhos d’água em território municipal, de especial interesse para a proteção ambiental e aqueles destinados ao abastecimento público e realiza o planejamento e implementação de ações destinadas à recuperação, preservação, conservação e monitoramento dos córregos e das suas respectivas nascentes.

O município realizou ainda um programa de ‘Manejo das Capivaras’, elaborado a partir do diagnóstico populacional dos animais no município, quando foram identificados hábitos, interação e convívio com o ser humano e com o ambiente.

Outras espécies animais que merecem destaque no cenário urbano de Palmas são os sagüis, que são avistados em todas as áreas verdes e matas palmenses, alimentando-se de frutos silvestres. O mesmo ocorre com os pássaros, como araras e periquitos, que principalmente aos finais de tardes fazem um grande alarido em suas revoadas.

 

Preservação

Mesmo com a Prefeitura mantendo programas e ações para preservação do Cerrado, o biólogo Marcelo Grison, da Fundação Municipal do Meio Ambiente (FMA) reforça que manter este bioma vivo não depende só do poder público, mas de toda a sociedade, nas cidades, propriedades rurais, áreas de preservação, entre outras. “A população deve entender que sem o Cerrado, com todas as suas funções como captação e absorção das águas para abastecer os lençóis freáticos, a rica biodiversidade animal e vegetal, a beleza cênica, entre outras, estaremos colocando em risco nossa saúde e a própria existências, pois o comprometimento das fontes de alimentos, o aumento das emergências climáticas, desertificação de áreas, entre outros prejuízos econômicos, sociais e ambientais podem ser o resultado do mau uso dos recursos providos por este bioma”, alerta ele.

Apesar da riqueza biológica do Cerrado, diversas espécies de plantas e animais correm risco de extinção. Estima-se que 20% das espécies nativas e endêmicas já não ocorram em áreas protegidas e que pelo menos 137 espécies de animais típicas do Cerrado estão ameaçadas de extinção, incluindo a onça-pintada. Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.

 

Curiosidades sobre o Cerrado

Entre as espécies de sua flora, mais de 220 têm uso medicinal e mais de 416 podem ser usadas na recuperação do solo degradado. O Cerrado está presente nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além de encraves no Amapá, Roraima e Amazonas.

O bioma é ainda considerado a savana mais rica do mundo, abrigando 11,6 mil espécies de plantas nativas, 200 espécies de mamíferos, 800 espécies de aves, 180 de répteis, 150 de anfíbios e 1200 espécies de peixes, segundo dados do Instituto Chico Mendes de Proteção a Biodiversidade (ICMBio), entidade ligada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA).

O cerrado também é chamado de berço das águas, devido às grandes reservas de água doces subterrâneas e pela coleção de fauna e flora de valor inestimável para o meio ambiente. Segundo Marcelo Grison, a resiliência deste bioma é considerado um comportamento de extrema importância para enfrentar as condições naturais e antrópicas a que estão expostas a vegetação, principalmente, aos incêndios florestais.

O especialista Marcelo Grisson explica que o uso do fogo, prática recorrente nas regiões de Cerrado, é um dos determinantes das características adaptativas da vegetação. “O uso do fogo é benéfico desde que seja controlado e utilizado, especialmente, para a prevenção dos incêndios florestais. Entretanto, existem técnicas que podem ser adotadas para evitar o uso de fogo no manejo de pastagens e culturas agrícolas, como aceiros mecanizados ou manuais”, explicou.

A prática de queimadas, na maior parte do bioma, é responsável por incêndios de grandes proporções no período mais quente do ano, especialmente entre os meses de julho a outubro. Neste período, plantas e animais são ameaçados pelas queimadas, que causam prejuízos inestimáveis ao meio ambiente.

 

Flora

Em Palmas, as maiores evidências da flora do Cerrado são com espécies como o Ipê Amarelo, Fava de Bolota, Caju e Pequi, dentre outros, que formam uma vasta vegetação cobrindo o território do município. Nos meses mais quentes do ano, entre agosto e outubro, essa vegetação floresce, colorindo as paisagens, tanto rural quanto urbana. O Ipê Amarelo empresta um colorido dourado à paisagem. Também é nesse período que a Fava de Bolota floresce, enfeitando o cenário urbano e rural, com suas flores que lembram grandes bolas vermelhas.

Outras espécies que têm suas floradas e safras nos meses mais quentes do ano são o pequi, que começa a florir no final do mês de julho e tem o auge da safra de seus frutos entre os meses de outubro e novembro e o caju, que começa a dar frutos em agosto, e segue com a safra até outubro.

Segundo Marcelo Grison, a floração de algumas espécies vegetais, a exemplo, dos ipês, ocorre devido à evolução da espécie. “Este comportamento é determinado pela sazonalidade climática que ocorre no domínio Cerrado, desenvolvendo estratégias de sobrevivência e perpetuação das espécies”, explica o biólogo.

Ele diz que fatores como umidade, temperatura, incidência solar, entre outros, além de maturação sexual e vegetativa são interpretados pela planta e desencadeiam reações fisiológicas. “Assim é iniciada, por exemplo, a floração em períodos que precedem as chuvas para que, quando os frutos estiverem maduros e prontos para a dispersão, possam ser beneficiados pelo aumento da umidade, o que pode aumentar suas chances de sobrevivência e desenvolvimento, pontuou Marcelo Grison.

Ele lembrou ainda que os ventos que ocorrem nos meses mais quentes aqui em Palmas também são fatores que também contribuem para a polinização e dispersão dos frutos.

 

Fauna

Já na fauna, as espécies mais comuns que ocorrem no município são as capivaras, os sagüis, araras, periquitos, dentre outros. As capivaras podem ser avistadas com facilidade no Parque Cesamar e ao longo das margens dos córregos que cortam a capital. Esses animais já são inclusive considerados parte da paisagem da cidade e convivem com o ser humano de forma pacífica, sem registro de incidentes.