Fesp, 5 anos formando profissionais e contribuindo para melhorias no Sistema Único de Saúde

Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas

Autor: Redação Semus | Publicado em 14 de dezembro de 2018 às 15:44

  Profissionais contam como a formação, aliando prática e teoria, contribuiu para o desenvolvimento profissional


A Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp) completa cinco anos de criação (Lei nº 2014/13) nesta segunda-feira, 17, com bons motivos para comemorar. Desde a contribuição para a melhoria dos serviços prestados pela rede de saúde municipal até a formação dos profissionais que atuaram ou que atuam como residentes por meio de algum dos programas de residência ofertados pela instituição, a Fesp tem feito à diferença no Sistema Único de Saúde da Capital (SUS).



Exemplos de profissionais engajados por fortalecer o SUS e que deram um salto na carreira após participarem dos programas de residências da Fesp não faltam. A lista é grande e passa por diversas áreas como Medicina, Enfermagem, Nutrição, Psicologia, Fisioterapia, Veterinária.



Graduada em Medicina pela Universidade de Gurupi, Fernanda Rosa Luiz fez o internato em Palmas e na sequência foi selecionada para participar da primeira turma do programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade da Fesp. Foi sua primeira experiência profissional, atuando nos Centros de Saúde da Comunidade da Arse 82 e Arne 53, nos anos de 2014 a 2016. Após tornou-se preceptora do programa e hoje é supervisora, além de compor o quadro de médicos concursados da Prefeitura de Palmas.



“A medicina de família ampliou meu olhar para o cuidado integral do paciente, para entendimento da gestão do SUS. É uma especialidade que realmente eu sou muito contemplada de ter feito, porque é o que eu gostaria de fazer e nós temos uma residência hoje com muita qualidade. Então fazer parte desse processo pioneiro foi bom e dar continuidade a ele com a supervisão do programa também tem sido enriquecedor”, destaca Fernanda.



Para ela, a maior contribuição que o programa de residência médica da Fesp tem dado ao SUS da Capital é o atendimento mais resolutivo. “Estamos formando médicos com uma clínica mais ampliada, são médicos mais resolutivos, que têm uma habilidade, uma competência maior em resolver problemas, em aceitar críticas e gerenciar o processo de trabalho, fazer a gestão da clínica. São mais completos, mais autônomos, mais proativos nos processos de trabalho”, analisa a supervisora que se prepara para iniciar, em janeiro, o mestrado em Família da Família pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).



Da Residência ao doutorado

 

 

A nutricionista Maria Irene de Castro Barbosa é um bom exemplo. Assim que concluiu a graduação pela Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás, ela mudou para Palmas após ser selecionada para participar da Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade (2014/2016), oportunidade em que atuou no Núcleo de Apoio à Saúde da Família junto às comunidades atendidas pelos Centros de Saúde da Comunidade Taquari e Lago Sul.



A residência foi a minha primeira vivência profissional e não poderia ter aparecido uma oportunidade melhor. Foi um período de intenso crescimento profissional e pessoal. E a meu ver isso se deve, em grande parte, à dinâmica empregada no processo educativo e formativo do residente. Por meio das tutorias, podíamos trocar experiências, discutir casos, refletir sobre as nossas práticas, construir novos conhecimentos, em âmbito uni e multiprofissional. Conseguíamos realizar, com frequência, reuniões para discussão de questões que precisavam ser melhoradas. E nesses momentos conseguíamos ser ouvidos! Isto é algo fabuloso!”, relata Maria Irene.



Quando concluiu a residência, Maria Irene mudou-se para Rio de Janeiro, onde fez o mestrado em Nutrição Humana, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; retornou para Goiás atuando em projetos na sua área de formação; e agora em 2019, iniciará o doutorado em Nutrição Humana pela Universidade de Brasília (UnB).



Qualificados para o SUS

 

 

Outro exemplo é a enfermeira Patrícia Mendonça que foi residente pelo programa de Saúde Coletiva com ênfase em Vigilância em Saúde nos anos de 2013 e 2014 e hoje atua no Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins, em Araguaína, como servidora federal concursada desde fevereiro de 2017. Durante os dois anos de residência, ela atuou na área técnica de Doenças Infectocontagiosas (HIV/AIDS, Hepatites Virais e Sífilis) da Rede de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde (Semus). “O período enquanto estive como residente foi de extremo aprendizado e compartilhamento de saberes e práticas. Mas além de oferecer conteúdo técnico e de formação, considero que esta residência também mobilizou mentes e corações, abrindo um espaço de debate político e de gestão sobre o SUS.  Quebrou paradigmas e transformou a Rede de Saúde de Palmas, pois hoje o Programa de Residência em Palmas é referência em todo País”, considera.



Para a enfermeira, o engajamento dos profissionais envolvidos e o apoio dado pela gestão contribuiu para a implantação de projetos de intervenção que eram necessários na rede. “O que mais me marcou como residente foi ver que a partir do trabalho que realizei com os demais profissionais, conseguimos melhorias importantes na saúde da população. Os dois anos como residente foram essenciais para minha formação profissional e pessoal, pois vivenciei não apenas as questões técnicas da área, mas pude compartilhar e aprender com os demais profissionais e pacientes atendidos, valores indiscutíveis”, afirma Patrícia, relembrando que ao concluir a residência foi convidada pela gestão para integrar o Plano Municipal de Educação Permanente em Saúde, coordenando o Programa de Educação Permanente em Vigilância em Saúde para os profissionais da rede.



Outro profissional que alçou voos maiores e que atribui as conquistas ao período em que foi residente pela Fesp é o médico veterinário Pedro Alexandre da Silva Alencar que atuou pelo programa de Saúde Coletiva (2016/2018) na Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses de Palmas (UVCZ). Pedro avalia que a residência oportunizada aos médicos veterinários é fundamental uma vez que há poucas qualificações para esses profissionais no âmbito do SUS, se comparada a outras áreas da saúde.



“A principal contribuição foi pessoal, aprendendo a me colocar como ator nas esferas de trabalhos e usuário do SUS, lembrando que as duas são indissociáveis para nós da área da saúde. Ainda no final da residência decidi enveredar-me pelo universo dos concursos públicos, nesse ponto a pós-graduação colaborou para que eu atingisse nos três primeiros concursos a colocação de segundo classificado, e em um desses fui chamado, atualmente estou concursado quadro da saúde do município de Gurupi”, relata o médico veterinário que atua no Centro de Controle de Zoonoses da cidade. “Empenho funções de controle de reservatórios e planejamento de ações, sendo as mesmas funções que lapidei durante a especialização. Então fica claro o papel da residência na preparação e produção de profissionais capacitados e competitivos para o mercado de trabalho, principalmente público”, conta.

 

 


 

Edição e postagem: Lorena Karlla