Figurinos transmitem a alegria e identidade das quadrilhas juninas

Fundação Cultural de Palmas

Autor: Fernanda Mendonça | Publicado em 18 de junho de 2019 às 10:45

Esse é um dos itens que serão julgados pelos jurados durante o Arraiá da Capital

Durante as apresentações das quadrilhas juninas no Arraiá da Capital, em Palmas, são julgados diversos itens que darão a vitória ao grupo que mais encantar e atender aos critérios exigidos. O figurino é uma dessas exigências e deve estar adequado à festa junina e de acordo com estilo, enredo e criação da quadrilha junina.

 

Os jurados também deverão apreciar a originalidade e a criatividade dos materiais utilizados na produção do vestuário, dos membros gerais da quadrilha, do casal de noivos e do rei e da dona da festa, a rainha. A diversidade regional também deve ser considerada, e abrangerá a valorização das cores e do conjunto. 

 

Cores, texturas, bordados e muita criatividade são empregados para a produção de uma roupa junina. Tudo começa com a idealização do tema que ser apresentado, a partir deste ponto cada detalhe vai tomando forma, tudo para que o público identifique nos trajes a mensagem que a junina deseja passar.

 

E o figurino não é composto apenas pela roupa em si, mas abrange também a maquiagem, o penteado e até o sapato escolhido para o grande dia. Tudo em harmonia e pensado nos mínimos detalhes, como explica o quadrilheiro Átyla Diêgo Barbosa, de 25 anos. Inserido no mundo junino desde 2014, tendo atuado como dançarino e coreógrafo de alguns grupos de Palmas, Barbosa garante que o processo de criação exige esforço e muita criatividade.

 

Pela Pizada da Butina, Barbosa será novamente o rei, e a exemplo de anos anteriores, ele mesmo está bordando o traje real que complementa o vestido da rainha, que este ano representa Nossa Senhora Aparecida, temática escolhida por seu grupo. “A motivação para tudo isso é o amor pelo São João. Esses papéis de mais destaque na quadrilha exigem investimento maior e nada é barato”, explica o quadrilheiro.

 

Ainda de acordo com Barbosa, os grupos juninos participam de diversas competições e apresentações em outras cidades tocantinenses e até em outros estados. “A escolha do tema é um processo democrático, pois é votado pela maioria e então partimos para a apresentação da história, montagem do repertório, trajes, maquiagem e o arranjo (penteado)”, detalha.

 

Criatividade

 

O figurinista e gerente de uma loja na Capital, Danilo Coelho, de 26 anos, esbanja criatividade quando o assunto é quadrilhas juninas. O trabalho neste mundo tão colorido e que transite tão bem a cultura nordestina começou há cerca de nove anos, na extinta junina Luar da Serra. “Foi um começo tímido, momento em que fazia pequenas interferências e criava os arranjos. Depois parti para outras quadrilhas e hoje atuo apenas como prestador de serviços e atendo as mais diversas juninas. Idealizo principalmente os trajes dos noivos e da rainha.

 

Sobre o processo de criação, Coelho detalha que gosta sempre de produzir a roupa da rainha com algo bem temático. “Em 2018 fiz o vestido da rainha da junina Cafundó do Brejo de 2018, Tainan Barros, inspirado na boneca indígena Karajá e incrementado com as cores vermelha, branca e verde que são características da junina em questão. Orgulho ter concretizado este belo trabalho”, enaltece.

 

Outro figurino que deu o que falar e ajudou na conquista do título de Rainha do Arraiá da Capital de 2018 para a jovem Ana Paula Pereira, da quadrilha Coronéis da Sucupira, também foi criado por Coelho. Inspirado na mãe natureza, com muito verde, roxo, amarelo, dourado e bordados em formato de folhas. “Gosto desses figurinos temáticos com uma história de forte. O bom é viajar na ideia e esbanjar criatividade, tudo pautado na pesquisa dos elementos alinhados a essa pegada teatral e artística”, descreve.

 

Ainda sobre o processo de criação, o figurinista explica que a ideia é moldada também de acordo com a viabilidade financeira da junina. “Não existe um elemento essencial para um bom figurino, mas tudo é pensando de acordo com a realidade da quadrilha”, informa.

 

Para Coelho é difícil escolher qual traje marcou mais sua carreira, mas ele destaca que pretende refazer um vestido de rainha confeccionado em 2014, nas cores preto e branco. “Para este ano o público pode esperar muita coisa boa, como um vestido de acrílico que promete tirar suspiros”, finaliza. 

 



Revisão e postagem: Iara Cruz