#FiqueBemEmCasa: servidores do Parque da Pessoa Idosa de Palmas formam rede de atendimento psicológico aos frequentadores do local

Secretaria Municipal de Políticas Sociais e Igualdade Racial

Autor: Eliene Campelo | Publicado em 08 de maio de 2020 às 12:01

Conversas e atendimentos são feitos por videochamadas, ligações e postagens em aplicativos de celulares

Capoterapia, Vóvôlei, Zumba Gold, ginástica multifuncional, fisioterapia e muitas outras atividades são parte da rotina de cerca de 250 idosos inscritos no Parque Municipal da Pessoa Idosa Francisco Xavier de Oliveira desde 2016. E, como eles formam o chamado grupo de risco nesta pandemia ocasionada pelo coronavírus (Covid-19) tiveram que mudar essa rotina e adotar o distanciamento social como uma forma de proteção. Porém, mesmo sem ir ao parque, estes idosos continuam sendo acompanhados e recebem orientações, carinho e muita atenção da equipe de trabalho do local.

 

Esta é mais uma matéria da série #FiqueBemEmCasa e mostra como outras pessoas, empresas ou instituições podem se espelhar neste exemplo e criar uma rede de boas vibrações, cuidado e amor. Esta matéria fala sobre ‘fazer a diferença na vida de outra pessoa’, no caso, das pessoas que se encontram em isolamento social devido à Covid-19.

 

“Desde o início da pandemia no Brasil e, logo após o fechamento do Parque em março, nós imediatamente nos reunimos e definimos que estaríamos com eles durante todo esse período dando o suporte necessário”, explica a gerente do Parque, Silvanete Mota. Ela ressalta que a adesão dos colegas de trabalho foi imediata e eles começaram então a reforçar as postagens nos grupos no WhatsApp, as ligações e videochamadas para as checagens de como eles estavam se sentindo com a nova rotina.

 

Ainda de acordo com a gerente, quando um idoso do grupo se mostra mais desanimado ou preocupado, a psicóloga do Parque é imediatamente acionada. “É uma situação nova para eles também, eles assistem aos noticiários e ficam assustados, apreensivos. Então temos que dar um suporte psicológico também, para que eles sejam fortalecidos e não se sintam sós”, frisou Silvanete.

 

A aposentada Leopoldina Neri David e seu esposo José David estão cumprindo o distanciamento social em casa e apostam nas tecnologias para estar em contato com os amigos do Parque. “Eu sinto muita falta das nossas, conversas e das atividades. E eu agradeço por ter essa forma de estar com eles (pelos aplicativos), pois os funcionários do Parque são como anjos, né? Incrível como eles nos tratam bem, são como filhos da gente”, conta dona Leolpoldina.

 

Já a dona Maria Elyr Ramos Viera que está em casa junto com o seu esposo, Izídio Vieira Neto, conta que “mesmo estando os dois em casa, passando por isso juntos, às vezes dá uma desanimada, então a gente vai lá no grupo ou liga para a Silvanete, conversa bastante, lê uma piada no grupo e, assim, vamos distraindo a mente e buscando viver um dia de cada vez”.

 

Apoio psicológico

 

A psicóloga do Parque, Gil Soares, esclarece que quadros de ansiedade, medo, angústia, tristeza e sensação de solidão “são os mais comuns durante esse período de distanciamento social”. Ela alerta que a interação constante entre os idosos, suas famílias e os grupos sociais onde eles estão inseridos é fundamental para a prevenção de doenças mais severas como a depressão e a síndrome do pânico.

 

“Estamos em constante atendimento aos idosos do parque, faço a escuta por meio de WhatsApp ou mesmo via telefone. Sabemos destas dificuldades que eles estão vivenciando durante a pandemia e por isso eu procuro ajudar os idosos a enfrentarem esses sentimentos negativos e a enxergar uma perspectiva positiva no futuro”, diz Gil.

 

Para o enfrentamento desse período de distanciamento social a profissional aconselha os idosos a buscar atividades relaxantes, mesmo dentro de casa. “Oriento a eles a não assistir muito à TV ou ler jornais que falam de assuntos negativos. Peço para que ouçam músicas que alegram, meditem e façam respirações compassadas e, cada um dentro de sua espiritualidade, façam suas orações. Não é um momento de cobranças, nem de metas. É um momento para cuidar de si próprio”, conclui.

  

Dicas

 

A psicóloga deu dicas para aqueles idosos que estão em casa com outras pessoas da família: façam atividades intelectuais e de estimulação cognitiva como jogar dominó, responder caça-palavra, jogar canastra.

 

“Aos que estão sozinhos e aos acompanhados aconselho, além de leituras e jogos individuais, tomem sol pela manhã e no final do dia, cuidem de plantas, se as tiver em casa, façam uma receita diferente, busquem atividades prazerosas para assim ir vencendo esse desafio” conclui Gil.



Edição: Iara Cruz