Junto à comunidade acadêmica, psicóloga busca desconstruir mitos sobre o comportamento suicida

Secretaria Municipal da Saúde

Autor: Redação Semus | Publicado em 16 de setembro de 2019 às 11:41

Sensibilização faz parte da programação do Setembro Amarelo

Professores, estudantes e pais de alunos do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) participaram na manhã desta segunda, 16, no auditório da instituição, da ‘Sensibilização: Desconstruindo os mitos sobre o comportamento suicida’ com a psicóloga Leny Carrasco, preceptora da Residência Multiprofissional em Saúde Mental e pesquisadora da Fundação Escola Municipal de Saúde Pública de Palmas (Fesp). A sensibilização faz parte da programação do Setembro Amarelo, organizada pela Rede de Atenção Psicossocial de Palmas (Raps).

 

Leny ressalta que o objetivo da sensibilização é instrumentalizar os estudantes de licenciatura da instituição que estão em formação e também o corpo docente da instituição para entender um pouco mais sobre manejo e como ajudar as pessoas em sofrimento mental. “O professor é a primeira pessoa em que esse adolescente busca ajuda. Além de sensibilizar para que as pessoas possam se colocar no lugar desses indivíduos que têm esse tipo de comportamento”, diz a profissional, justificando a importância deste contato com os alunos e docentes.

 

A psicóloga ressalta ainda que as pessoas em sofrimento mental num determinado momento acabam pedindo ajuda. “Existe um momento em que o indivíduo não verbaliza, mas existe um momento em que ele verbaliza, na verdade ele sabe que precisa de ajuda, mas tem vergonha de pedir ajuda porque se sente desajustado. Quando ele começa verbalizar isso significa que já está pedindo socorro, como as pessoas costumam falar ‘chamar atenção’. Esse chamar atenção é pedir ajuda e a gente tem que aprender a reconhecer isso”, orienta.

 

Comparando os primeiros trimestres de 2018 e de 2019, na faixa etária de 15 a 19 anos, houve um aumento de 46% no número de casos de violência autoprovocada, tanto automutilação quanto intento suicida, incluindo óbitos. De acordo com a psicóloga, quatro projetos de pesquisa vinculados à automutilação e comportamento suicida na adolescência estão em andamento na Capital para detectar quais são as variáveis que contribuem para o aumento. “Enquanto preceptora o que eu oriento na parte da psicologia se há uma influência da mídia, do Facebook, do WhatsApp. Se isso pode contribuir para esse aumento desse tipo de comportamento”, conclui a psicóloga que atua também como preceptora da Residência Médica de Psiquiatria (UFT), professora de Psicologia no Instituto Federal do Tocantins (IFTO) e articuladora da Agenda do Ministério da Saúde de Prevenção ao Suicídio (2017-2020) junto à Raps.