
Médicos ginecologistas e obstetras participam de curso sobre implantação do DIU na Capital
Médicos ginecologistas e obstetras participam de curso sobre implantação do DIU na Capital
Garantir
com que a mulher possa inserir o DIU (Dispositivo Intrauterino) ainda na
maternidade, logo após o parto ou abortamento, é o foco do Ministério da Saúde
através do projeto Apice On que durante toda esta terça-feira, 23, realiza o
curso de inserção do DIU para médicos ginecologistas e obstetras de Palmas e
região. O curso acontece no auditório do Instituto Vinte de Maio, em Palmas.
As
oficinas são ministradas pela chefe da Unidade Materno Infantil do Hospital
Universitário de Brasília (HUB), a médica Lizandra Paravidine Sasaki, e pela
médica do Hospital Regional de Paranoá (Brasília-DF), Renata de Souza Reis, que
abordam os índices de mortalidade materna e infantil e a importância do
planejamento familiar para evitar gravidez indesejada e abortos recorrentes.
De
acordo com a sanitarista Carine Nied, mediadora do projeto Apice On, desde 2017
o Ministério da Saúde vem atuando junto à área de abrangência do Hospital
Maternidade Dona Regina no sentido de capacitar os profissionais de forma a
oferecer atenção humanizada às mulheres em situação de violência ou abortamento
e planejamento reprodutivo. “Existe uma Portaria do Ministério da Saúde que
orienta as maternidades a oferecer o DIU às mulheres e aqui no âmbito do Dona
Regina isso não acontece, por isso, essa capacitação junto aos médicos para que
ofereçam o DIU às pacientes e que a implantação seja feita no hospital”,
ressalta Carine.
Facilitar
o acesso
A
médica Lizandra Sasaki reforça que a ideia é facilitar o acesso da mulher a
esse método contraceptivo, por isso, a recomendação é que o mesmo seja
implantado após o parto ou pós-abortamento. “A gente sabe que o DIU é um método
eficaz, seguro, de baixo custo e é um método extremamente disponível no Brasil,
fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, mas ainda têm muitas
barreiras de acesso a essa técnica. Então a proposta do momento de colocação do
DIU é porque seria o momento e a hora mais apropriados. É a hora que aquela
paciente está no hospital com a equipe de saúde adequada para ela e ela poderia
já aproveitar esse momento para trabalhar com seu planejamento familiar”,
explica Lizandra.
De
acordo com o questionário Nascer Brasil, feito pela Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), mais de 55% das pacientes entrevistadas no pós-parto declararam que
não planejaram a gravidez. “A proposta de colocar o DIU no pós-parto imediato é
diminuir essa taxa de gestação não planejada com a oferta de um método seguro e
eficaz no momento do parto, e a gente diminuiria muito a taxa das pacientes que
não retornam para fazer o seu planejamento familiar após o parto”, destaca
Lizandra, reforçando que a abordagem pode ser feita no momento da internação da
paciente no hospital, sem necessidade de consentimento familiar, basta à mulher
querer aderir ao método.
Pelo
Sistema Único de Saúde é ofertado o DIU de cobre que tem durabilidade de dez
anos, ou seja, a cada dez anos deve ser trocado. “Mas se a mulher quiser
engravidar pode ser retirado a qualquer momento. É um método prontamente
reversível, não atrapalha a fertilidade dessa paciente, não tem nenhum risco de
diminuir a fertilidade dela a longo prazo”, conclui.
Em
Palmas, de acordo com o médico ginecologista e obstetra, Valdir Francisco
Odorizzi, são implantados em média 50 DIUs por mês. “Eu considero o DIU um dos
melhores métodos anticoncepcionais. No município nós já incentivamos esse
método e fazemos implantação com frequência. Inclusive amanhã teremos uma
palestra para 45 mulheres e as que desejaram, após a palestra claro, nós vamos
inserir o DIU”, informou o médico referindo a ação que será realizada no Centro
de Saúde da Arno 44 onde atua.
O
projeto Apice On é uma iniciativa do Ministério da Saúde que está presente em
95 hospitais de ensino, entre eles a maternidade Dona Regina, em Palmas, e é
executado em parceria com a Fesp e as Secretarias de Saúde de Palmas (Semus) e
Secretaria da Saúde do Estado (Sesau).
Edição e postagem: Lorena Karlla