
Novos profissionais da rede de saúde de Palmas participam de curso sobre hanseníase
Capacitação objetiva o diagnóstico precoce da doença considerada hiperendêmica na região
Cerca
de 250 novos profissionais que estão sendo inseridos no Sistema Único de Saúde (SUS)
da Capital participam durante esta semana de uma capacitação sobre Hanseníase
com o hansenólogo do Instituto Lauro de Souza Lima (Bauru-SP), Jaison Barreto.
Em Palmas, atualmente 970 pessoas estão em tratamento de hanseníase. Só nos
primeiros meses de 2019, 255 casos novos foram notificados.
De
acordo com a fisioterapeuta do Grupo Condutor de Hanseníase da Semus, Flávia
Medina, nas aulas desta semana, os participantes terão a parte teórica e
discussão de casos clínicos reais de Palmas. “Essa capacitação é de fundamental
importância para que o diagnóstico seja precoce, para que os profissionais
saibam fazer o tratamento, o manejo dos casos, tratar reações neurites e
realizar também a reabilitação adequada desses pacientes que já possuem algum tipo de sequela”, ressalta a
fisioterapeuta.
Palmas
e Tocantins, como um todo, estão numa área hiperendêmica para hanseníase, por
isso o hansenólogo Jaison Barreto reforça que nenhum sintoma, por mínimo que
seja, deve ser desprezado. “Apesar do preconceito que ainda paira sobre a
doença, hanseníase tem cura e é muito importante que o diagnóstico seja feito
precocemente para evitar sequelas irreversíveis”, ressalta Barreto que
recomenda aos profissionais a apalpação nos punhos, cotovelos, tornozelos,
joelhos e manchas como melhor forma de diagnóstico, e exames radiológicos e
laboratoriais somente quando o paciente não responde aos estímulos.
O
Grupo Condutor de Hanseníase trabalhará ainda com treinamento em serviço, ou
seja, aulas práticas para esses profissionais nos Centros de Saúde da
Comunidade onde atuam. “Nesse treinamento em serviço, os profissionais do grupo
condutor se deslocam para aquele Centro de Saúde e faz o treinamento de acordo
com as necessidades daqueles profissionais, que pode ser quanto ao diagnóstico,
manejo das reações neurites, quanto à reabilitação ou realização de avaliação
neurológica simplificada”, complementa Flávia.
O
curso desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus) em parceria com a
Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp) tem duração de quatro horas,
dividido em oito turmas, com aulas nesta segunda, quarta, quinta e sexta, no
auditório do Instituto Vinte de Maio. Participam dos cursos, os residentes dos
programas de Medicina de Família e Comunidade, Multiprofissional de Medicina de
Família e Comunidade, Saúde Coletiva, Saúde Mental e Enfermagem Obstétrica,
além de profissionais que atuam no serviço de saúde prisional do Estado. São
médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, odontólogos,
assistentes sociais, psicólogos, entre outros.
Sobre a doença
Hanseníase
é uma doença infecciosa que atinge principalmente a pele e os nervos (em
especial, os da face e extremidades, como braços e mãos; pernas e pés). Ela é
causada por uma bactéria, chamada Mycobacterium
leprae, descoberta em 1873. Esta bactéria é mais conhecida como Bacilo de
Hansen, em homenagem ao seu descobridor, o cientista norueguês Gehard Amauer
Hansen.