Primeira live do 2º Café com Viola acontece no domingo, 28, com a participação de cinco violeiros

Fundação Cultural de Palmas

Autor: Samara Martins | Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 11:06

Evento segue em formato de live em razão da pandemia de Covid-19; público poderá acompanhar apresentações pelo Instagram

Construída a partir de talos da palmeira do buriti, a viola de buriti é um instrumento pouco conhecido, encontrado em comunidades sertanejas de Goiás e Tocantins, principalmente na região do Jalapão.  O resgate e preservação deste instrumento e de seus tocadores é o objetivo do projeto Café com Viola, que terá sua 2ª edição dividida em duas lives com a participação de oito violeiros e um rabequeiro. A primeira apresentação será neste domingo, 28, às 9 horas, com a participação de cinco violeiros e transmissão pelo Instagram @cafecomviolatc e @potedeouroarts. Já a segunda live está prevista para o dia 28 de março, com a presença de quatro artistas.

Esta segunda edição segue o formato de lives em razão da pandemia de Covid-19. Além das apresentações musicais, serão realizadas rodas de conversa e trocas de experiências entre os violeiros e músicos convidados. Haverá ainda o sorteio de uma Viola de Buriti no perfil do instagram @cafecomviolatqc. O projeto é realizado pela Pote de Ouro Art´s, com patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura 2019 (Promic) da Fundação Cultural de Palmas (FCP), que promoverá a 2ª edição do Café com Viola, com duas lives com a participação de oito violeiros e um rabequeiro.

Idealizadora do Café com Viola, Daniella Borges, da Pote de Ouro Arts, explica que a finalidade é valorizar a cultura da violinha de buriti, propiciar o intercâmbio de saberes, e discutir ações para fortalecer esse bem cultural tocantinense. “A viola de buriti é um instrumento musical singular, praticamente desconhecido no restante do Brasil até então, e é importante para as pessoas que estão envolvidas com essa arte que mais pessoas a conheça, afirma Daniella. 

“Meu esposo tocava a viola quando criança e, também, fazia brinquedos de buriti. Então vendo um livro de iconografia do Tocantins, resolvemos confeccionar uma viola de buriti e foi assim que começou nossa história com a violinha”, conta Daniella, ao explicar que isso resultou na colaboração com o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) e na participação do 1º Encontro de Tocadores de Viola, despertando o desejo de divulgar essa arte.

Viola de buriti

A viola de buriti é um instrumento musical de quatro ordens simples da mesma família das violas brasileiras, que se difere das demais violas pela construção de seu corpo principal feito a partir do talo das folhas da palmeira de buriti. De acordo com Daniella, não se pode afirmar com exatidão a origem da viola de buriti, mas as pesquisas apontam que os indígenas já utilizavam o talo do buriti há muito tempo como instrumento musical e que há relatos de violeiros em toda região central do Estado do Tocantins, com maior incidência na região do Jalapão.

Com a popularização das violas caipiras e violão e com a diminuição das veredas, devido à urbanização e represamentos, os instrumentos de buriti estão praticamente em extinção. Os poucos mestres violeiros que ainda restam estão concentrados em comunidades quilombolas nos estados de Goiás (Kalunga) e, principalmente no Tocantins, na região do Jalapão e entorno.

Programação

O 2º Café com Viola será realizado em duas lives, nos dias 28 de fevereiro e 28 de março, às 9 horas, no Instagram @cafecomviolatc e @potedeouroarts.

Dia 28/02

Wanderley Batista de Carvalho; Reinan Medeiros de Araujo; Narciso Tranqueira de Jesus; Expedito Ribeiro da Costa - Canhotinho da Viola; Laurindo Ribeiro Pinto.

Dia 28/03

Getúlio Correia Rodrigues - Seu Miúdo; Manoel do Bonfim S. Rodrigues; Wendle Viturino Lima; Nilo Jose Rodrigues.