Professor de Palmas apresenta atividades do Projeto Vereda para instituições da Bahia

Secretaria Municipal da Educação

Autor: Secom - Redação | Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 13:57

Projeto de educação patrimonial promove a cultura imaterial do Tocantins por meio da preservação de instrumentos musicais africanos

O educador musical de Palmas Diego Brito retornou nesta quarta-feira, 17, de Vera Cruz, Ilha de Itaparica, na Bahia, onde apresentou ações do Projeto Vereda. A experiência possibilitou uma rica troca de conhecimentos, além da divulgação do projeto e da cultura da viola de buriti, que é promovida na rede municipal de educação de Palmas, ambos voltados para o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas. Na ocasião, o educador participou do projeto Kinsa Kindezi - que significa cuidar, tomar conta e proteger, e ainda se integrou ao grupo de formadores com Mestre Roxinho, idealizador e diretor do Instituto Cultural Bantu, para trabalhar com os participantes da formação sobre os valores civilizatórios da cultura afro-brasileira e, na sequência, ministrou uma oficina cultural sobre o Projeto Vereda e a cultura da Viola de Buriti nos quilombos tocantinenses.

De acordo com o educador musical, o projeto propôs um intercâmbio entre Bahia e Tocantins, através das vivências de Capoeira Angola, formações e oficinas debates, ao ensinar sobre os valores da cultura africana e construir estratégias para ações antirracistas. “Durante a nossa visita ao Instituto Cultural Bantu, falamos sobre estratégias de educação antirracista, arte, educação e apresentamos um pouco da cultura quilombola tocantinense. Foi uma honra imensa estar na presença de personalidades ligadas ao Instituto e poder trocar saberes com grandes mestres e mestras da Cultura Negra local, principalmente da Capoeira Angola, como o Mestre Roxinho, o Mestre Pedro Peu, Mestre Valmor e Mestra Dandara”, exclamou o educador.

O Projeto Vereda é um projeto de educação patrimonial relevante na proteção e promoção do patrimônio cultural imaterial do Tocantins por meio da preservação de instrumentos musicais da nossa cultura tradicional quilombola do Tocantins, como a viola de buriti, tambores de barro e madeira, pandeiro e caixa de folia, aliados a cantos e danças tradicionais, como a súcia, o tambor e a catira, bens inestimáveis da identidade cultural afro-brasileira do Tocantins. Ele acontece há oito anos ininterruptos na Escola Municipal Crispim Pereira Alencar, no distrito de Taquaruçu.

O educador destaca que os valores civilizatórios afro-brasileiros e africanos são fundamentais para a formação identitária e social da população brasileira, pois estão imersos em nosso convívio e cotidiano, sendo eles energia vital, corporeidade, oralidade, circularidade, religiosidade, cooperativismo, ancestralidade, memória, ludicidade e territorialidade. No entanto, para Brito, o silenciamento acerca de sua existência e herança cultural e social são uma realidade que reflete as consequências do racismo estrutural presente em nosso País.

Diego Brito ressalta ainda  a importância de que esses valores sejam reconhecidos e valorizados, pois eles contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. “Em 2023, comemoramos dez anos da Lei 10.639/2003, que instituiu a obrigatoriedade do ensino da cultura afro-brasileira nas escolas e precisamos de mais efetividade na aplicação dessa lei nas escolas. Em Palmas, este trabalho começou a ser feito de forma prática na Escola Municipal Crispim Pereira de Alencar com o Projeto Vereda. Nossa intenção é que se estenda para todas as demais unidades de ensino”, considera o professor.

Durante sua permanência em território baiano, o educador musical de Palmas promoveu uma oficina sobre a cultura tocantinense e falou sobre as experiências da educação em Palmas, do alcance das metas, especialmente com o desenvolvimento do Projeto Vereda e a diferença das ligações culturais que existem entre Tocantins e Bahia.

Já o projeto Kinsa Kindezi foi todo idealizado pelo Institudo Alagbedé Tocantins no nome de Kamila Gomes, treinel de Capoeira Angola, ou seja, quando se é aluno, mas já treina outras pessoas, além de produtora cultural.